O Porto tem sempre que fazer dinheiro mas durante muitos anos houve a inteligência de fazer primeiro dinheiro com PL, extremos e centrais mas tocar pouco ou nada no miolo e fazer um esforço adicional a esse respeito. Vendeu-se Pepe, Quaresma, Bosingwa, Licha, McCarthy, Carlos Alberto, Bruno Alves, etc mas manteve-se sempre o Lucho. E quando saiu o Anderson havia o Meireles já com algum tempo de casa e quando saiu o Paulo Assunção foi-se buscar imediatamente o Fernando. É por isso que conseguimos ter sempre continuidade e é por isso que desde o Co Adriaanse à ultima época do VP ganhámos 7 campeonatos em 8.
É por isso que na minha mente passar-se de Lucho, Moutinho e James para Defour, Josué e Licá foi das coisas mais catastróficas que aconteceu ao Porto. Sim, quando tens um Lucho, um James ou um Vitinha a ligar o jogo tens que "perder a cabeça" e se for preciso dar-lhes um salário a passar os limites e meter uma cláusula para negociar caríssimo. Jogadores desses a jogar por períodos prolongados dão a base para o resto. Sou completamente contra a que se tenha esta atitude esticar até ao limite a venda nas demais posições mas desculpem, a primeira fase de construção é nevrálgica para qualquer equipa. E sim, para jogadores do miolo deve-se tentar tudo por tudo para os manter.
Dos infortúnios mais afortunados da história do Porto é termos tido um treinado horripilante como o Octávio Machado deu para esconder o Deco por mais umas épocas. O resto é história.
Manteve-se o Lucho, até o vender ao mesmo tempo que Licha e o Cissokho... e fomos buscar o Tomás Costa e o Belluschi (valeu aquele Outono/Inverno de 2010!) que floparam. Em 09/10 o terceiro lugar passa muito pelo túnel, mas também pela falta de alguém capaz de substituir o Lucho... visto Guarín, Tomás Costa e Belluschi não estarem à altura.
Mas também, era mais fácil manter um Lucho que um Quaresma, um Anderson, ou um Pepe. Porque não apareceu nenhum tubarão, e o jogador nem queria sair do Porto. De resto, as saídas fizeram sempre sentido cronologicamente falando.
O McCarthy, que não foi substituido, tinha vindo em 2003.
O Pepe em 2004... o Anderson foi inesperado e irrecusável na altura. Nem o puto iria ficar cá a bem.
O Bosingwa tinha vindo em 2003, o Quaresma em 2004.
O Lucho e o Licha eram cronologicamente os próximos no pipeline: tinham ambos chegado ao clube em 2005. O Cissokho foi aquela surpresa. E depois da situação do milan... o jogador não queria ficar... ou seria demasiado caro.
Depois sairam Meireles e Bruno Alves. Bruno Alves era das "escolas", mas só se estabilizou no clube em 06/07. O Meireles veio em 2004, mas também só começa a ganhar o lugar em 05/06 (já em 2006) e só se consolida em 06/07.
Portanto, não identifico aí uma estratégia de segurar o Lucho... vejo uma gestão dos jogadores de uma forma cronológica e a aproveitar negócios de ocasião e o pico de valorização do jogador... ou a última hipótese (pela idade) de fazer bom dinheiro pelo jogador.... precisamente o que deixamos de fazer bem, não só no tempo do SC, mas já um bocado antes. Porque desportivamente, teria sido melhor vender outro e manter o Lucho.
No caso do James e Moutinho foi semelhante. O Mónaco oferecia o valor da cláusula 45M, um grande ordenado... e o Mourinho estava a chegar ao ponto de ir fazer o contrato da carreira. Nunca iria aparecer um tubarão, porque falta-lhe altura e golo... o Mónaco na altura em termos de ordenado foi o resolver da sua situação financeira. E ele tinha custado 15M, por isso era altura de reaver o investimento.