Doenças essas que eram causadas por fome, subnutrição, stress, água contaminada, etc. Ou seja, factores ambientais.
Atribuir a morte de milhões de escravos a "doenças" é super-conveniente. De repente até dá ideia que os europeus não tiveram culpa nenhuma no extermínino, a culpa foi da natureza.
Eu acho que a única natureza culpada aí foi a natureza humana, mas cada um com a sua ideia,
Ou seja condições gerais de insalubridade...comparadas ao que entretanto se desenvolveu na era moderna, além cvlaro dos próprios conhecimentos médicos, científicos, a teoria científica dos germes como substituição da arcaica teoria miasmática...
O "mundo do antigamente" era mesmo outra coisa.
Mas no geral as populações do Velho Mundo já tinham sido expostas de forma dura a várias dessas enfermidades e crises pandémicas, o que possibilitou a criação de anticorpos naturalmente.
Quando os colonos e africanos desembarcaram no Novo Mundo, até a mais corriqueira gripe sazonal era um perigo para o organismo sem defesas nem anticorpos dos nativos. Nem vamos falar das doçaenas altamente contagiosas já referidas como a variola. por exemplo.
As Américas haviam ficado isoladas mais de 10 mil anos, e tinham uma variedade genética curta, bem como muito menos animais domésticos possíveis portadores de germes.
Podemos dizer em nome da verdade que ambos os factores o epidemiológico e o humano (personificado na própria desunião e tribalismo dos povos e ódio entre si e claro a espada e espingarda colonizadora, mais a espada, a pólvora muitas vezes ficava húmida no clima tropical) tiveram responsabilidade na destruição.
Mas para teres uma ideia, existiram tribos praticamente inteiras, arrasadas por um surto de uma qualquer doença, existiram casos de leptospirose que mataram 9 em cada 10 habitantes de uma tribo norte-americana, isto é arrasador.
Mais a sul, quando Colombo chegou às Américas a população indígena era superior naquela zona a + 200 mil pessoas, com uma crise de peste ficou reduzida a 12 mil, com uma taxa de mortalidade superior à europeia séculos antes na era medieval entre 1347-1351.
Assim explicar-se ia que a primeira grande vaga de desastre demográfica das populações indígenas nas Américas nas primeiras décadas, primeiro século se deveu sobretudo a epidemias, cerca de 90% da população segundo estimativas.
Nenhum massacre meramente humano por exemplo, por mais concertado, nem uma repentina crise de anomia dessas populações (matarem-se por falta de vontade de viver) explicaria tal declínio sem a questão epidémica.
Depois tens a parte das guerras, fratricidas por um lado, e com os colonizadores por outro, muitas vezes tudo misturado, desengane-se pois quem ache que se resumiu a "brancos europeus matam índios".
Foi também muitas vezes "índios matam índios", "índios unem-se a europeus para matar índios que os oprimiam e matava ou comiam" (estes foram os casos significativos dos Aztecas e Incas, que exerciam um domínio assombrosamente violento e despótico sobre as numerosas tribos circundantes, bem como de tribos dominantes com costumes assustadores mesmo para outras tribos mais pacíficas ou sociais).
E mais tarde também existiu a questão do uso de mão de obra em regime de exploração nas minas que era trabalho com alta taxa de acidentes (embora no número geral sejam os chamados "peanuts" jorge jesusianos ou migalhas dos mesmos).
E para espetar a faca final nesta crise demográfica indígena temos a chamada subtracção de património reprodutivo, que é o que ocorre normalmente a populações com variedade genética reduzida quando expostas a outras, isto é, as mulheres indígenas passam a entrar no campo reprodutivo dos povos que chegam, seja por razões de conforto, preferência ou simplesmente porque o os homens indígenas são exíguos, morreram nas epidemias, nas guerras fratricidas e contra colonizadores, têm costumes "rudes" e as mesmas expostas a novos costumes habituam-se a esses e preferem outro estilo de vida etc.
Isto tudo em conjunto levou ao chamado "desastre demográfico ameríndio".