Actualidade Internacional

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
5,666
5,927
Amigo falamos do séc XVI onde na Europa sagrava peste negra, cólera, varíola e afins.
O contacto dos povos indígenas com os colonos propagou estas doenças por pessoas que não tinham qualquer defesa ou imunidade natural como alguns europeus já expostos a isto.
Calcula se que 80%/90% da população indígena tenha morrido desta maneira.
Doenças essas que eram causadas por fome, subnutrição, stress, água contaminada, etc. Ou seja, factores ambientais.
Atribuir a morte de milhões de escravos a "doenças" é super-conveniente. De repente até dá ideia que os europeus não tiveram culpa nenhuma no extermínino, a culpa foi da natureza.
Eu acho que a única natureza culpada aí foi a natureza humana, mas cada um com a sua ideia,
 

Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
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Doenças essas que eram causadas por fome, subnutrição, stress, água contaminada, etc. Ou seja, factores ambientais.
Atribuir a morte de milhões de escravos a "doenças" é super-conveniente. De repente até dá ideia que os europeus não tiveram culpa nenhuma no extermínino, a culpa foi da natureza.
Eu acho que a única natureza culpada aí foi a natureza humana, mas cada um com a sua ideia,
Ou seja condições gerais de insalubridade...comparadas ao que entretanto se desenvolveu na era moderna, além cvlaro dos próprios conhecimentos médicos, científicos, a teoria científica dos germes como substituição da arcaica teoria miasmática...

O "mundo do antigamente" era mesmo outra coisa.
Mas no geral as populações do Velho Mundo já tinham sido expostas de forma dura a várias dessas enfermidades e crises pandémicas, o que possibilitou a criação de anticorpos naturalmente.
Quando os colonos e africanos desembarcaram no Novo Mundo, até a mais corriqueira gripe sazonal era um perigo para o organismo sem defesas nem anticorpos dos nativos. Nem vamos falar das doçaenas altamente contagiosas já referidas como a variola. por exemplo.
As Américas haviam ficado isoladas mais de 10 mil anos, e tinham uma variedade genética curta, bem como muito menos animais domésticos possíveis portadores de germes.

Podemos dizer em nome da verdade que ambos os factores o epidemiológico e o humano (personificado na própria desunião e tribalismo dos povos e ódio entre si e claro a espada e espingarda colonizadora, mais a espada, a pólvora muitas vezes ficava húmida no clima tropical) tiveram responsabilidade na destruição.
Mas para teres uma ideia, existiram tribos praticamente inteiras, arrasadas por um surto de uma qualquer doença, existiram casos de leptospirose que mataram 9 em cada 10 habitantes de uma tribo norte-americana, isto é arrasador.
Mais a sul, quando Colombo chegou às Américas a população indígena era superior naquela zona a + 200 mil pessoas, com uma crise de peste ficou reduzida a 12 mil, com uma taxa de mortalidade superior à europeia séculos antes na era medieval entre 1347-1351.
Assim explicar-se ia que a primeira grande vaga de desastre demográfica das populações indígenas nas Américas nas primeiras décadas, primeiro século se deveu sobretudo a epidemias, cerca de 90% da população segundo estimativas.
Nenhum massacre meramente humano por exemplo, por mais concertado, nem uma repentina crise de anomia dessas populações (matarem-se por falta de vontade de viver) explicaria tal declínio sem a questão epidémica.

Depois tens a parte das guerras, fratricidas por um lado, e com os colonizadores por outro, muitas vezes tudo misturado, desengane-se pois quem ache que se resumiu a "brancos europeus matam índios".
Foi também muitas vezes "índios matam índios", "índios unem-se a europeus para matar índios que os oprimiam e matava ou comiam" (estes foram os casos significativos dos Aztecas e Incas, que exerciam um domínio assombrosamente violento e despótico sobre as numerosas tribos circundantes, bem como de tribos dominantes com costumes assustadores mesmo para outras tribos mais pacíficas ou sociais).
E mais tarde também existiu a questão do uso de mão de obra em regime de exploração nas minas que era trabalho com alta taxa de acidentes (embora no número geral sejam os chamados "peanuts" jorge jesusianos ou migalhas dos mesmos).
E para espetar a faca final nesta crise demográfica indígena temos a chamada subtracção de património reprodutivo, que é o que ocorre normalmente a populações com variedade genética reduzida quando expostas a outras, isto é, as mulheres indígenas passam a entrar no campo reprodutivo dos povos que chegam, seja por razões de conforto, preferência ou simplesmente porque o os homens indígenas são exíguos, morreram nas epidemias, nas guerras fratricidas e contra colonizadores, têm costumes "rudes" e as mesmas expostas a novos costumes habituam-se a esses e preferem outro estilo de vida etc.

Isto tudo em conjunto levou ao chamado "desastre demográfico ameríndio".
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
5,666
5,927
Ou seja condições gerais de insalubridade...comparadas ao que entretanto se desenvolveu na era moderna, além cvlaro dos próprios conhecimentos médicos, científicos, a teoria científica dos germes como substituição da arcaica teoria miasmática...

O "mundo do antigamente" era mesmo outra coisa.
Mas no geral as populações do Velho Mundo já tinham sido expostas de forma dura a várias dessas enfermidades e crises pandémicas, o que possibilitou a criação de anticorpos naturalmente.
Quando os colonos e africanos desembarcaram no Novo Mundo, até a mais corriqueira gripe sazonal era um perigo para o organismo sem defesas nem anticorpos dos nativos. Nem vamos falar das doçaenas altamente contagiosas já referidas como a variola. por exemplo.
As Américas haviam ficado isoladas mais de 10 mil anos, e tinham uma variedade genética curta, bem como muito menos animais domésticos possíveis portadores de germes.

Podemos dizer em nome da verdade que ambos os factores o epidemiológico e o humano (personificado na própria desunião e tribalismo dos povos e ódio entre si e claro a espada e espingarda colonizadora, mais a espada, a pólvora muitas vezes ficava húmida no clima tropical) tiveram responsabilidade na destruição.
Mas para teres uma ideia, existiram tribos praticamente inteiras, arrasadas por um surto de uma qualquer doença, existiram casos de leptospirose que mataram 9 em cada 10 habitantes de uma tribo norte-americana, isto é arrasador.
Mais a sul, quando Colombo chegou às Américas a população indígena era superior naquela zona a + 200 mil pessoas, com uma crise de peste ficou reduzida a 12 mil, com uma taxa de mortalidade superior à europeia séculos antes na era medieval entre 1347-1351.
Assim explicar-se ia que a primeira grande vaga de desastre demográfica das populações indígenas nas Américas nas primeiras décadas, primeiro século se deveu sobretudo a epidemias, cerca de 90% da população segundo estimativas.
Nenhum massacre meramente humano por exemplo, por mais concertado, nem uma repentina crise de anomia dessas populações (matarem-se por falta de vontade de viver) explicaria tal declínio sem a questão epidémica.

Depois tens a parte das guerras, fratricidas por um lado, e com os colonizadores por outro, muitas vezes tudo misturado, desengane-se pois quem ache que se resumiu a "brancos europeus matam índios".
Foi também muitas vezes "índios matam índios", "índios unem-se a europeus para matar índios que os oprimiam e matava ou comiam" (estes foram os casos significativos dos Aztecas e Incas, que exerciam um domínio assombrosamente violento e despótico sobre as numerosas tribos circundantes, bem como de tribos dominantes com costumes assustadores mesmo para outras tribos mais pacíficas ou sociais).
E mais tarde também existiu a questão do uso de mão de obra em regime de exploração nas minas que era trabalho com alta taxa de acidentes (embora no número geral sejam os chamados "peanuts" jorge jesusianos ou migalhas dos mesmos).
E para espetar a faca final nesta crise demográfica indígena temos a chamada subtracção de património reprodutivo, que é o que ocorre normalmente a populações com variedade genética reduzida quando expostas a outras, isto é, as mulheres indígenas passam a entrar no campo reprodutivo dos povos que chegam, seja por razões de conforto, preferência ou simplesmente porque o os homens indígenas são exíguos, morreram nas epidemias, nas guerras fratricidas e contra colonizadores, têm costumes "rudes" e as mesmas expostas a novos costumes habituam-se a esses e preferem outro estilo de vida etc.

Isto tudo em conjunto levou ao chamado "desastre demográfico ameríndio".
Meu caro Edgar, no auge da covidmania eu gastei aqui os dedos a explicar porque é que a teoria dos germes e a ideia de contágio me parecem ficção científica (ou pseudo científica), e foi super-divertido, toda a gente se riu de mim e eu deles, foi o máximo, mas até o gozo de mijar no arco-íris dos outros se gasta depressa. Voltar ao assunto seria tão divertido e produtivo como jogar ténis de mesa sozinho.
Já fui um grande fanático da argumentação, mas a minha filosofia agora é não chatear ninguém (ou só o mínimo indispensável), procurar mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa, e deixar que cada um seja feliz com as coisas em que acredita, por muito absurdas e a-científicas que me pareçam.
Porque se alguma coisa aprendi na vida é que o valor das pessoas não se mede por aquilo em que dizem acreditar (as ideias, o mais das vezes, não passam de peidos mentais) mas por aquilo que fazem.
 
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SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
8,654
7,040
Doenças essas que eram causadas por fome, subnutrição, stress, água contaminada, etc. Ou seja, factores ambientais.
Atribuir a morte de milhões de escravos a "doenças" é super-conveniente. De repente até dá ideia que os europeus não tiveram culpa nenhuma no extermínino, a culpa foi da natureza.
Eu acho que a única natureza culpada aí foi a natureza humana, mas cada um com a sua ideia,
Eu n falo de escravos, falei de indígenas americanos.
Escravos tiveram origem em África.
Estás um pouco perdido na conversa...
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
8,654
7,040
Ou seja condições gerais de insalubridade...comparadas ao que entretanto se desenvolveu na era moderna, além cvlaro dos próprios conhecimentos médicos, científicos, a teoria científica dos germes como substituição da arcaica teoria miasmática...

O "mundo do antigamente" era mesmo outra coisa.
Mas no geral as populações do Velho Mundo já tinham sido expostas de forma dura a várias dessas enfermidades e crises pandémicas, o que possibilitou a criação de anticorpos naturalmente.
Quando os colonos e africanos desembarcaram no Novo Mundo, até a mais corriqueira gripe sazonal era um perigo para o organismo sem defesas nem anticorpos dos nativos. Nem vamos falar das doçaenas altamente contagiosas já referidas como a variola. por exemplo.
As Américas haviam ficado isoladas mais de 10 mil anos, e tinham uma variedade genética curta, bem como muito menos animais domésticos possíveis portadores de germes.

Podemos dizer em nome da verdade que ambos os factores o epidemiológico e o humano (personificado na própria desunião e tribalismo dos povos e ódio entre si e claro a espada e espingarda colonizadora, mais a espada, a pólvora muitas vezes ficava húmida no clima tropical) tiveram responsabilidade na destruição.
Mas para teres uma ideia, existiram tribos praticamente inteiras, arrasadas por um surto de uma qualquer doença, existiram casos de leptospirose que mataram 9 em cada 10 habitantes de uma tribo norte-americana, isto é arrasador.
Mais a sul, quando Colombo chegou às Américas a população indígena era superior naquela zona a + 200 mil pessoas, com uma crise de peste ficou reduzida a 12 mil, com uma taxa de mortalidade superior à europeia séculos antes na era medieval entre 1347-1351.
Assim explicar-se ia que a primeira grande vaga de desastre demográfica das populações indígenas nas Américas nas primeiras décadas, primeiro século se deveu sobretudo a epidemias, cerca de 90% da população segundo estimativas.
Nenhum massacre meramente humano por exemplo, por mais concertado, nem uma repentina crise de anomia dessas populações (matarem-se por falta de vontade de viver) explicaria tal declínio sem a questão epidémica.

Depois tens a parte das guerras, fratricidas por um lado, e com os colonizadores por outro, muitas vezes tudo misturado, desengane-se pois quem ache que se resumiu a "brancos europeus matam índios".
Foi também muitas vezes "índios matam índios", "índios unem-se a europeus para matar índios que os oprimiam e matava ou comiam" (estes foram os casos significativos dos Aztecas e Incas, que exerciam um domínio assombrosamente violento e despótico sobre as numerosas tribos circundantes, bem como de tribos dominantes com costumes assustadores mesmo para outras tribos mais pacíficas ou sociais).
E mais tarde também existiu a questão do uso de mão de obra em regime de exploração nas minas que era trabalho com alta taxa de acidentes (embora no número geral sejam os chamados "peanuts" jorge jesusianos ou migalhas dos mesmos).
E para espetar a faca final nesta crise demográfica indígena temos a chamada subtracção de património reprodutivo, que é o que ocorre normalmente a populações com variedade genética reduzida quando expostas a outras, isto é, as mulheres indígenas passam a entrar no campo reprodutivo dos povos que chegam, seja por razões de conforto, preferência ou simplesmente porque o os homens indígenas são exíguos, morreram nas epidemias, nas guerras fratricidas e contra colonizadores, têm costumes "rudes" e as mesmas expostas a novos costumes habituam-se a esses e preferem outro estilo de vida etc.

Isto tudo em conjunto levou ao chamado "desastre demográfico ameríndio".
Nenhuma guerra coloca tão rápido uma civilização em declínio...
O que se passou com os indígenas americanos foi mesmo biológico.
Como diria Darwin séc mais tarde, " sobrevivência do mais apto"
Ainda há hoje em dia tribos isoladas do mundo em que é desaconselhável o contacto com eles pela mesma razão: ausência total de imunidade natural a microorganismos patogénicos.

Mas sabes que às vezes dá jeito repetir em looping determinadas narrativas esquecendo tudo o resto que aconteceu.
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
6,939
8,772
Amigo falamos do séc XVI onde na Europa sagrava peste negra, cólera, varíola e afins.
O contacto dos povos indígenas com os colonos propagou estas doenças por pessoas que não tinham qualquer defesa ou imunidade natural como alguns europeus já expostos a isto.
Calcula se que 80%/90% da população indígena tenha morrido desta maneira.
Boa sorte com isso. ;)
 
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wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
6,482
7,852
Bragança
A parte boa das deportações de criminosos, por parte do Trump a meu ver é só uma. É que estarão muitos deles, em Portugal e pela UE em breve. Mandem só os mais perigosos sff.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
8,654
7,040
Esse é o caso mais mediático mas há outros casos.

Como o de Rasha Alawieh por exemplo.

Brown University professor deported despite judge’s order, defying US court | Trump administration | The Guardian
Essa é activista do Hezbollah, tb não merece empatia.
As centenas de milhar de pessoas que trabalhavam na agricultura a ganhar a vida que foram deportadas por o processo de legalização não estar completo é que são dignas de empatia, não membros de gangs e activistas ligadas a escumalha.

Se queremos tirar Trump do poder, não é de certeza fazer finca pé com membros de gang e activistas do Hezbollah.
A falta de inteligencia situacional como tratar toda gente igual é que fodeu a confiança das pessoas na vertente moderada da politica.

Não se pode tratar da mesma maneira um agricultor ilegal comparativamente a um membro de gang ou a uma activista do Hezbollah
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
11,305
15,161
Essa é activista do Hezbollah, tb não merece empatia.
As centenas de milhar de pessoas que trabalhavam na agricultura a ganhar a vida que foram deportadas por o processo de legalização não estar completo é que são dignas de empatia, não membros de gangs e activistas ligadas a escumalha.

Se queremos tirar Trump do poder, não é de certeza fazer finca pé com membros de gang e activistas do Hezbollah.
A falta de inteligencia situacional como tratar toda gente igual é que fodeu a confiança das pessoas na vertente moderada da politica
Pronto, lá vens tu com os teus maniqueísmos.
Ninguém sabe se aquela malta que foi deportada porque fazia parte de um gang na Venezuela eram mesmo pessoas de gangs.
Podiam ser residentes legais. Podiam ser inocentes. Podiam ser exilados políticos. Até podiam ser cidadãos dos EUA.
Sabes porquê?
Porque não tiveram julgamento. Nem sequer havia provas. Foram expulsos com base numa lei marcial que a última vez que tinha sido imposta tinha sido na WWII aos japoneses que viviam nos USA.
Foram enviados para uma prisão em El Salvador apenas porque havia suspeitas. (já agora também é curioso saber que é o Nayib Bukele e quanto dinheiro recebe por estas deportações)
Foi o que aconteceu com a "activista" do Hezbollah. É expulsa por meras suspeitas sem qualquer ordem dos tribunais.
Mas há mais casos. Mahmoud Khalil, por exemplo. Corre risco de expulsão por protestos contra a guerra em Gaza.
 
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