Mas qual é a relevância disso?... em que medida é que a organização política e tribal dos povos nativos, as suas relações de poder, as suas formas de dominação... impossibilitam um olhar negativo sobre as práticas das antigas nações imperiais e colonizadoras? Práticas pré e pós colonialismo. Foram as sociedades africanas que traçaram fronteiras na Europa, repartiram-na e ocuparam-na? Que exploraram os seus recursos? Que traficaram escravos europeus em massa?... não vejo qual seja o ponto. Houve chefes e governantes locais que auxiliaram o comércio de pessoas... sim. E?... Havia práticas de escravidão no continente africano. Sim. E então?... Existem problemas de governação próprios das administrações desses países. Sim. ... qual é mesmo o argumento? Que as acções passadas (não muito passadas, refira-se sempre) e presentes das potências não impactaram e condicionaram os territórios subjugados? Que as metrópoles não beneficiaram da expansão territorial, da mão-de-obra colonial, do trabalho escravo, da extracção de recursos? Que a condição de fragilidade desses estados recém-independentes fez sentir e faz sentir na sua integração no sistema global?...Tudo é dito e escrito como se os nativos de onde eram oriundos os escravos não fossem responsáveis pelo que aconteceu.
Aliás ainda hoje são os principais responsáveis pela ausência de desenvolvimento econômico e social desse continente.
E nada tem a ver com exploração de potências colonizadoras ou ingerências exteriores.
Porque?
Porque antes disso já se vivia assim( cultural tribal onde havia dominantes e dominadas) viveu se assim durante a colonização e ainda hoje mais do que em qualquer lado ainda se vive assim.
Continuo sem perceber porque se continua a negar este facto.
E como se nós tivéssemos a obrigação moral de criar desenvolvimento quando os próprios locais não permitem.
Pior foi a colonização da América e ninguém diz que temos de reparar os índios...
Não falta quem lute por reparações aos americanos nativos, a começar pelos próprios. Mas a esses não há reparação possível, por mais que se pondere e procure reparar. O território e a autonomia já lá não estão, encontra-se a entidade política criada por quem ocupou as terras. E pouco resta da própria população nativa.