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Como Barrigana perdeu 200 contos.
Barrigana, guarda-redes que o Sporting cedera... gratuitamente ao F. C. Porto, em vez de aceitar o convite do Vasco preferiu ir para Pedras Salgadas.
Em 18 de Maio de 1947 anunciou-se em Assembleia Geral que fora já feita a escritura de promessa dos terrenos das Antas e que o F. C. Porto entregara já 50 contos de sinal, ficando o preço do negócio combinado em 1440 contos.
Em Novembro, a Direcção informaria em Assembleia Geral que os terrenos da Vilarinha tinham sido vendidos à Câmara Municipal do Porto por 1440 contos, quantia essa que se destinava à compra dos terrenos das Antas, na antiga Quinta de Salgueiros, com 48 mil metros quadrados.
A edilidade ofereceria ainda, já em 1948, 600 contos para as obras das Antas... E, dois dias depois, em Assembleia Geral, o F. C. Porto decidiu reatar relações com o Benfica...
Em Julho o F. C. Porto defrontou os brasileiros do Vasco da Gama, tentando os seus dirigentes ganhar dinheiro que lhes alargasse o laço da corda que lhes cingia a garaganta, mas... Os portistas perderam por 0-2 e perderam, mais agrestemente, na tesouraria, já que o Lima não apresentou a enchente que se esperava, as despesas de organização tinham ascendido a 350 contos só o Académico recebeu 20 contos, referentes a cinco por cento da receita líquida que continuava a cobrar pela cedência do seu campo e a jornada mais trouxe à colação, de forma cruciante, a necessidade do campo próprio...
Andebol... Clube do Porto ou o fulgor com as mãos
Dois meses depois, o F. C. Porto, que fora apenas terceiro classificado no seu Campeonato Regional, considerado pela crítica em flagrante crise (a exemplo do futebol...), chegou ao Campeonato Nacional, sentiu a mística de uma prova onde sempre agiu como grande senhor, agigantou-se, conquistou com galhardia o direito de finalista e, na luta derradeira, contra o Sporting, reapossou-se brilhantemente do título... A grande figura voltou a ser Fabião. O extremo-esquerdo do F. C. Porto somou o seu oitavo título. Amador puro, chegou a sacrificar-se para que a sua equipa e o seu clube correspondessem, nunca desistindo ante qualquer contrariedade. Quando o F. C. Porto abandonou a prova, no ano anterior, após lamentável série de atitudes que o feriram, Henrique Fabião foi dos primeiros a lamentar a desistência. No entanto, disciplinado, sempre correcto, achou que à Direcção do clube cumpria decidir em último lugar e conformou-se. Mas Fabião era um combatente. E de si para si disse que haveria de voltar a ser campeão pelo... F. C. Porto. E foi. Por isso, ao receber a taça não foi capaz de conter uma lagrimeta de emoção. Venceu o Campeonato Nacional de Andebol (ainda de 11) pela oitava vez consecutiva em nove anos!
Por essa altura, em jeito de chacota, dizia-se em Lisboa que não tardaria a mudança de nome para... Andebol Clube do Porto, que talvez assim o clube passasse a ganhar alguma coisa no... futebol!
Barrigana disse não a 200 contos e foi a banhos.
Ao Porto chegou, entretanto, Gastão, jogador que ao serviço da Cuf se revelou das mais radiosas promessas do futebol português. O angolano deixou o Barreiro antes sequer de possuir a carta de desobrigação. Irredutível. E deixou claro que só jogaria no F. C. Porto. «Não jogaria em nenhum clube de Lisboa. Ofertas não me faltaram. Não me sentiria bem. Se quiser explicar-lhe porquê, nem mesmo eu o saberei. É uma preocupação de ordem sentimental....»
Barrigana, que o Benfica tentara contratar, convidado para ingressar no Vasco da Gama, em vez de fazer as malas e partir à conquista de quase 200 contos por ano preferiu ir a banhos... «Vou para Pedras Salgadas fazer o meu tratamento anual e como quero ir descansado fui dos primeiros a assinar a ficha pelo F. C. Porto». Era o tempo do futebol romântico...
Desolados, os dirigentes do F. C. Porto concluíram que o clube não poderia ter mais de 7500 associados, devido ao espaço acanhado do seu Campo da Constituição, onde estava previsto gastarem-se 300 contos para obras, de forma a não ter de pagar domingo sim, domingo não, cinco por cento das suas receitas líquidas ao Académico do Porto pelo aluguer do Lima. Era, de facto, uma sinecura para os academistas. Por isso, o F. C. Porto dificultou o acesso a novos associados, aumentando a jóia e as... quotas.
in«abola»
Barrigana, guarda-redes que o Sporting cedera... gratuitamente ao F. C. Porto, em vez de aceitar o convite do Vasco preferiu ir para Pedras Salgadas.
Em 18 de Maio de 1947 anunciou-se em Assembleia Geral que fora já feita a escritura de promessa dos terrenos das Antas e que o F. C. Porto entregara já 50 contos de sinal, ficando o preço do negócio combinado em 1440 contos.
Em Novembro, a Direcção informaria em Assembleia Geral que os terrenos da Vilarinha tinham sido vendidos à Câmara Municipal do Porto por 1440 contos, quantia essa que se destinava à compra dos terrenos das Antas, na antiga Quinta de Salgueiros, com 48 mil metros quadrados.
A edilidade ofereceria ainda, já em 1948, 600 contos para as obras das Antas... E, dois dias depois, em Assembleia Geral, o F. C. Porto decidiu reatar relações com o Benfica...
Em Julho o F. C. Porto defrontou os brasileiros do Vasco da Gama, tentando os seus dirigentes ganhar dinheiro que lhes alargasse o laço da corda que lhes cingia a garaganta, mas... Os portistas perderam por 0-2 e perderam, mais agrestemente, na tesouraria, já que o Lima não apresentou a enchente que se esperava, as despesas de organização tinham ascendido a 350 contos só o Académico recebeu 20 contos, referentes a cinco por cento da receita líquida que continuava a cobrar pela cedência do seu campo e a jornada mais trouxe à colação, de forma cruciante, a necessidade do campo próprio...
Andebol... Clube do Porto ou o fulgor com as mãos
Dois meses depois, o F. C. Porto, que fora apenas terceiro classificado no seu Campeonato Regional, considerado pela crítica em flagrante crise (a exemplo do futebol...), chegou ao Campeonato Nacional, sentiu a mística de uma prova onde sempre agiu como grande senhor, agigantou-se, conquistou com galhardia o direito de finalista e, na luta derradeira, contra o Sporting, reapossou-se brilhantemente do título... A grande figura voltou a ser Fabião. O extremo-esquerdo do F. C. Porto somou o seu oitavo título. Amador puro, chegou a sacrificar-se para que a sua equipa e o seu clube correspondessem, nunca desistindo ante qualquer contrariedade. Quando o F. C. Porto abandonou a prova, no ano anterior, após lamentável série de atitudes que o feriram, Henrique Fabião foi dos primeiros a lamentar a desistência. No entanto, disciplinado, sempre correcto, achou que à Direcção do clube cumpria decidir em último lugar e conformou-se. Mas Fabião era um combatente. E de si para si disse que haveria de voltar a ser campeão pelo... F. C. Porto. E foi. Por isso, ao receber a taça não foi capaz de conter uma lagrimeta de emoção. Venceu o Campeonato Nacional de Andebol (ainda de 11) pela oitava vez consecutiva em nove anos!
Por essa altura, em jeito de chacota, dizia-se em Lisboa que não tardaria a mudança de nome para... Andebol Clube do Porto, que talvez assim o clube passasse a ganhar alguma coisa no... futebol!
Barrigana disse não a 200 contos e foi a banhos.
Ao Porto chegou, entretanto, Gastão, jogador que ao serviço da Cuf se revelou das mais radiosas promessas do futebol português. O angolano deixou o Barreiro antes sequer de possuir a carta de desobrigação. Irredutível. E deixou claro que só jogaria no F. C. Porto. «Não jogaria em nenhum clube de Lisboa. Ofertas não me faltaram. Não me sentiria bem. Se quiser explicar-lhe porquê, nem mesmo eu o saberei. É uma preocupação de ordem sentimental....»
Barrigana, que o Benfica tentara contratar, convidado para ingressar no Vasco da Gama, em vez de fazer as malas e partir à conquista de quase 200 contos por ano preferiu ir a banhos... «Vou para Pedras Salgadas fazer o meu tratamento anual e como quero ir descansado fui dos primeiros a assinar a ficha pelo F. C. Porto». Era o tempo do futebol romântico...
Desolados, os dirigentes do F. C. Porto concluíram que o clube não poderia ter mais de 7500 associados, devido ao espaço acanhado do seu Campo da Constituição, onde estava previsto gastarem-se 300 contos para obras, de forma a não ter de pagar domingo sim, domingo não, cinco por cento das suas receitas líquidas ao Académico do Porto pelo aluguer do Lima. Era, de facto, uma sinecura para os academistas. Por isso, o F. C. Porto dificultou o acesso a novos associados, aumentando a jóia e as... quotas.
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