Estórias da nossa história

Kelvin87

Tribuna Presidencial
7 Maio 2007
22,353
870
Eu tinha a ideia que mesmo que gánhassemos não íamos para primeiro, mas posso estar enganado, gostava era de saber a quantos pontos estávamos.
 
H

hast

Guest
Ora vamos lá ver. Na jornada anterior a este jogo aconteceu isto:

I Divisão 1990/91
< Jornada 33 >

Farense 0-0 Belenenses
Boavista 3-0 E. Amadora
Salgueiros 3-0 U. Madeira
Penafiel 1-2 Nacional
Guimarães 4-2 Setúbal
Gil Vicente 1-0 Famalicão
Beira Mar 1-0 Braga
Marítimo 2-2 D. Chaves
Benfica 5-0 Tirsense
Sporting 0-2 FC Porto

J V E D G P
1º Benfica 33 28 4 1 79 17 60
2º FC Porto 33 27 5 1 66 18 59
3º Sporting 33 22 6 5 54 21 50
4º Boavista 33 12 11 10 43 38 35
5º Beira Mar 33 11 12 10 36 35 34
6º Gil Vicente 33 10 13 10 30 28 33
7º Salgueiros 33 11 10 12 29 44 32
8º Guimarães 33 11 9 13 29 32 31
9º Marítimo 33 11 9 13 34 42 31
10º Penafiel 33 11 8 14 30 42 30
11º Farense 33 12 5 16 41 43 29
12º Tirsense 33 8 12 13 32 44 28
13º Setúbal 33 9 9 15 46 49 27
14º D. Chaves 33 7 13 13 39 48 27
15º U. Madeira 33 7 13 13 27 48 27
16º Braga 33 10 6 17 34 43 26
17º E. Amadora 33 7 12 14 32 42 26
18º Nacional 33 8 10 15 31 49 26
19º Belenenses 33 8 9 16 24 32 25
20º Famalicão 33 8 8 17 25 46 24

Depois foi assim:

< Jornada 34 >

E. Amadora 1-0 Belenenses
U. Madeira 0-2 Boavista
Nacional 1-1 Salgueiros
Setúbal 3-0 Penafiel
Famalicão 2-1 Guimarães
Braga 1-0 Gil Vicente
D. Chaves 6-0 Beira Mar
Tirsense 1-0 Marítimo
FC Porto 0-2 Benfica
Sporting 0-1 Farense

J V E D G P
1º Benfica 34 29 4 1 81 17 62
2º FC Porto 34 27 5 2 66 20 59
3º Sporting 34 22 6 6 54 22 50
4º Boavista 34 13 11 10 45 38 37
5º Beira Mar 34 11 12 11 36 41 34
6º Gil Vicente 34 10 13 11 30 29 33
7º Salgueiros 34 11 11 12 30 45 33
8º Farense 34 13 5 16 42 43 31
9º Guimarães 34 11 9 14 30 34 31
10º Marítimo 34 11 9 14 34 43 31
11º Tirsense 34 9 12 13 33 44 30
12º Penafiel 34 11 8 15 30 45 30
13º Setúbal 34 10 9 15 49 49 29
14º D. Chaves 34 8 13 13 45 48 29
15º Braga 34 11 6 17 35 43 28
16º E. Amadora 34 8 12 14 33 42 28
17º Nacional 34 8 11 15 32 50 27
18º U. Madeira 34 7 13 14 27 50 27
19º Famalicão 34 9 8 17 27 47 26
20º Belenenses 34 8 9 17 24 33 25

E adeus título. Vi este jogo desde a bancada da maratona (arquibancada) e não muito longe de mim estava a irmã do R. Águas, a Lena D`Água.
 

fcporto56

Tribuna Presidencial
26 Julho 2006
7,173
0
Sacramento
> fcporto56 Comentou:

> > Bruno 99 Comentou:

> Apesar de ser de má memória, gostava de saber quando perdemos 2-0 com o slb em 91 quantos pontos tínhamos de atraso para esse jogo, sei que tinha ficado 2-2 na luz, quem souber, é teclar, eu penso que eram 4 mas não tenho a certeza.

........................
1...penso eu de que.

............................
Estas a ver.Estavamos a um ponto antes do jogo.Ficamos a tres porque na altura uma vitoria valia 2 pontos.
 
X

xFiz_a_tropa_com_o_Baía

Guest
Estavamos a 1 ponto sim, e na quarta feira anterior jogamos a meia final da Taça de Portugal contra o Benfica e viramos o jogo. Estavamos a perder por 0-1 mas 2 golos do Domingos na segunda parte resolveram a questão.
 
H

hast

Guest
> Fiz_a_tropa_com_o_Baía comentou:

> Estávamos a 1 ponto sim, e na quarta feira anterior jogamos a meia final da Taça de Portugal contra o Benfica e viramos o jogo. Estávamos a perder por 0-1 mas 2 golos do Domingos na segunda parte resolveram a questão.

**********

O percurso do FC Porto na Taça de Portugal, época 199091

5ªEliminatória
FC Porto - O Elvas 5-0

6ªEliminatória
FC Porto - Vila Real 1-0

1/8 Final
FC Porto - Famalicão 1-0

1/4 Final
FC Porto - Benfica 2-1

½ Final
FC Porto - Feirense 1-1 - 2-0

Final
FC Porto - Beira Mar 3-1
 

Kelvin87

Tribuna Presidencial
7 Maio 2007
22,353
870
Ah meu Deus, ainda custa isto mas pronto, quem marcou os golos em alvalade na jornada anterior, penbsoq ue foram o Semedo e o Geraldão mas gostava de ter a certeza se alguém souber.
 

Jim

Bancada lateral
24 Julho 2006
686
113
> Bruno 99 Comentou:

> Ah meu Deus, ainda custa isto mas pronto, quem marcou os golos em alvalade na jornada anterior, penbsoq ue foram o Semedo e o Geraldão mas gostava de ter a certeza se alguém souber.
_____________________________________________________________________________________________

o jogo em alvalade foi disputado no dia 19 de abril de 91, marcaram VLK e Jorge Couto, do meio campo
 
H

hast

Guest
Golpe de Geraldão e o guarda Abel

De crise nas Antas se começou a falar com a entrada de novo ano. Correram notícias de ordenados e prémios em atraso, de dívidas a Branco e a Rui Águas que debandaram em busca de novos rumos, outros rumos. Reinaldo Teles negou tudo. Asseverou que Branco até recebera mais do que lhe era devido, por uma questão de gratidão. A Águas respondeu com ironia. Ácida. «Se não fosse o F. C. Porto, se calhar, a esta hora, o Rui Águas ainda estava a ganhar 300 contos por mês. Agrada-me ver a transformação que sofreu. Passou até a ser uma pessoa muito extrovertida. Mas compreendemos. Por meio milhão de contos não pode limitar-se a marcar golos... Tem de dizer algo...»

Na berlinda também os incidentes que infernizavam digressões do F. C. Porto. E os rumores da estratégia dos dragões do ódio. Com capangas ou talvez não. E sobre tudo isso metralhou Reinaldo Teles: «De isso se fala, de facto, e de pistolas, metralhadoras, guarda-costas, mas a verdade, porém, é outra e o nosso presidente é que tem sido sistematicamente agredido, sem quaisquer hipóteses de defesa. Logo, de duas uma: ou os capangas existem na imaginação de alguns D. Quixotes do nosso futebol ou então precisamos urgentemente de renovar o pessoal devido à sua ineficácia.» Lapidar.

No campo o F. C. Porto continuava de vento em popa. Para Artur Jorge o segredo era de... mentalidade. «Nas Antas deixou de haver desculpas parvas! Também por isso tem quase sempre sido campeão...» E ainda sobre a vitória de Viena, na Taça dos Campeões Europeus, como que traçando o paralelo, levantou o véu e revelou: «Quando fomos campeões da Europa o ambiente na equipa era muito mau. Importantíssimo é que hoje já não há no F. C. Porto quem maltrate os colegas jovens e lhes faça a vida negra...e quem, entre tantas coisas, urine no chão dos balneários e da varanda do quarto sobre as pessoas que vão a entrar no hotel.»

Maus ventos pela Luz. Zangaram-se os compadres e... Diamantino, em hora de grandes e quentes revelações, atacou: «Gaspar Ramos não tem competência para gerir o futebol de um clube tão grande como o Benfica. É ou não é incompetência deixar sair o Rui Águas por dez tostões, dizendo dele o pior possível, para, depois de engolir alguns sapos, ir buscá-lo por dez tostões? As pessoas não pensem que eu esperava ficar no Benfica, por esmola, até aos 40 anos. Não, mas também posso dizer com muita clareza que se quisesse lá ficar bastava fazer o que Gaspar Ramos queria.» Ataque ainda mais cerrado: «A minha saída do Benfica continua envolvida em muita falsidade e mentira. E envolveram no processo um homem que pouco ou nada tem a ver com a situação: João Santos. Chocou-me a arrogância com que falaram sobre a minha dispensa, mais parecendo que era um criminoso. Se calhar o meu crime foi ter sido jogador do Benfica desde 1977. Falaram e agiram como se não houvesse um contrato para cumprir. Algo que eu sempre fiz, mesmo quando ganhava 300 contos por mês. E não foi por isso que deixei de jogar, refugiando-me em pseudolesões.»

Valdo, a greve e os dez mil contos, Madjer e os sorrisos amarelos

Poderia ser um remoque a Valdo. Que não muito tempo depois saltou a terreiro em defesa da sua honra beliscada: «Mesmo zangado nunca fui grevista. Agora, nesta paragem do Campeonato, nem coloquei a hipótese de me deslocar ao Brasil, com medo de que o Estádio da Luz viesse abaixo. Não reclamo nenhum estatuto especial para mim e para o provar até vou começar a aparecer nos treinos aos sábados, nem que seja de chinelos. É claro que fiquei agitado e perturbado, porque quando a Fiorentina me quis contratar, dando-me cerca de 10 mil contos por... mês, o que estava em causa era a minha independência financeira. No entanto, nunca inventei lesão. Pelo contrário, ninguém consegue imaginar os sacrifícios que já fiz pelo Benfica! Agora só quero que me deixem em paz para jogar a bola, porque estou disposto a cumprir o meu contrato.»

«Madjer é inegociável.» Era a resposta de Pinto da Costa ao canto de sereia lançado (outra vez) de Valência. O argelino aquiesceu: «Fico muito contente com o manifesto de confiança do presidente, mas, infelizmente, isso não me dá garantia de jogar, não é Pinto da Costa quem faz a equipa.» Artur Jorge continuava a condená-lo a insuportável sabatina. Por uma questão de princípio: «Quem teima em jogar como quer e não como eu quero... não joga. E um jogador que diz que tanto lhe faz jogar como não diz tudo, mas espero que Madjer mude a sua atitude.» E o homem-do-calcanhar-de-ouro, de orgulho ferido, não calou o desabafo: «Se eu nem no banco do F. C. Porto tenho lugar isso só dá para rir.» Mas como o F. C. Porto continuava a ganhar...

No final de Janeiro confirmaram-se os rumores. Por unanimidade, a Direcção do F. C. Porto decidiu: Geraldão nunca mais. Pinto da Costa descobrira que o brasileiro-dos-livres-decisivos assinara um contrato-promessa com o Benfica. A defesa amargurada do defesa proscrito: «É impossível ir para o Benfica e não quero ver-me transformado em vilão. Não tenho nada com o Benfica ou com o Sporting, o meu futuro passa pelo Brasil.» E, por isso, já nem sequer foi convocado para o jogo com o Boavista. No Bessa. Onde o F. C. Porto deixou um ponto. O Benfica não aproveitou o percalço. E empatou em Penafiel, igualmente a uma bola. Gaspar Ramos voltou a atacar: «Ou se aposta na mudança ou será a desgraça do futebol.» Descabelado estava por o relvado ter sido encharcado. «Tal era o charco que, sem que nos apercebêssemos disso, deve ter caído um dilúvio em Penafiel.»

E, perdoado, Geraldão regressou

Na jornada seguinte, já com os portistas em contrapé, órfãos de... Geraldão, o Benfica reassumiu a liderança do Campeonato, beneficiando do empate do F. C. Porto nas Antas, com o Belenenses. Artur Jorge lamentou: «O F. C. Porto não esteve bem, jogou muito abaixo do necessário para vencer o último classificado. Logo...»

E Madjer continuava inactivo. Artur Jorge tentou esgrimir os seus méritos de psicólogo, ante a ameaça de tempestade. «Temos de fazer das tripas coração para ganhar o muito que queremos ganhar. Geraldão é assunto encerrado, não está aqui, temos de contar com quem está, porque não vale a pena pensar no D. Sebastião que, se calhar, nunca mais virá...»

Entretanto, em Belo Horizonte, «A Bola» descobriu Geraldão. Que nem às paredes se quis confessar. Contudo, divulgou-se o texto do seu contrato paralelo com o F. C. Porto. E numa cláusula dele se pôde desfazer o mistério: assentara-se que a troco de 200 mil dólares de indemnização Geraldão poderia rescindir contrato com o F. C. Porto. Desmentidos não foram, contudo, os rumores de que Jorge de Brito já lhe passara um cheque de 200 mil dólares. Subitamente, a 10 de Março, Geraldão regressou às Antas. E Artur Jorque aquiesceu: «A equipa sentiu a sua falta e estremeceu. Com ele temos mais hipóteses de revalidar o título.» E adiantou mesmo poder contar com ele no jogo que se seguia, contra o Nacional, que, na primeira volta, até vencera nas Antas...

Geraldão jogou. E o F. C. Porto venceu por 3-2. Artur Jorge reconheceu: «Acabámos por ter um bocadinho de sorte.» Manuel Oliveira, treinador dos madeirenses, queixou-se: «O empate era o resultado mais justo, porém apareceu aquele penalty que nos fez perder um ponto. Baltasar atirou-se para o chão, ele é um rato dentro da área, Juvenal Silvestre assinalou a falta e resolveu o jogo.» Mas o Benfica não desarmou. E ganhou na Amadora, por 4-1. Com uma segunda parte de luxo. Melancólico e ainda a amargar a angústia europeia, o campeão empatou em Famalicão. A zero. E Artur Jorge queixou-se de Jorge Coroado. «Eram sempre cortadas as jogadas na grande área.» O Benfica venceu no Funchal, o Nacional, por 2-0 e assim se desenvencilhou do F. C. Porto. À 28.ª jornada, 50 pontos para os benfiquistas, 49 para os portistas, 44 para os sportinguistas.

No sprint para o título faltavam apenas nove passadas para a glória ou para a mágoa. O F. C. Porto «cheio de remendos» bateu o Braga por 2-0. O Benfica despachou o Setúbal por igual marca, mas Diamantino, no regresso à Luz, iconoclasta, colocou o dedo em algumas feridas: «O Benfica marcou dois golos, mas no primeiro a bola foi centrada de fora pelo Pacheco, o segundo resultou do penalty do costume. Jogámos com seis defesas? Pois, pois... O Benfica jogou com quatro ou cinco avançados, valeu que eles se atrapalharam uns aos outros.»

A 20 de Abril, na jornada número 33, surgiu em Alvalade um F. C. Porto aparentemente remoçado. Como se a crise fosse peleja já vencida. O Benfica contava com um jeitinho do Sporting, mas... Os pupilos de Marinho Peres até começaram a partida com o F. C. Porto com o pêlo na venta, mas, no último minuto da primeira parte, um deslize de Ivkovic permitiu a Jorge Couto o golo (fabuloso, em chapéu quase do... meio campo) que não apagou a luz do sonho. A defesa do guarda-redes na mágoa do fiasco: «Tive uma grande infelicidade, quis lançar o contra-ataque, mas o pontapé saiu-me mal. É dos tais golos que se fazem uma vez na vida.» Marinho Peres, de rosto fechado: «Só temos de nos queixar de nós próprios.» Sousa Cintra descabelado: «Esta foi a vitória do sr. Fernando Marques. Telefonei-lhe dizendo que não queria o Bento Marques, que nos tinha prejudicado em Chaves de uma forma escandalosa e nomearam-no para provocar o Sporting. Bento Marques devia ser irradiado, roubou-nos dois penalties claros e um golo limpo.» Em penalties perdoados houve empate e o F. C. Porto até se podia queixar de ter sofrido o primeiro erro de Bento Marques, que deixou em branco uma grande penalidade sobre Kostadinov ainda mal a procissão saíra do adro...

Oito dias depois, o «dia D» do Campeonato. Na véspera, remoques nas Antas, à espera do Benfica. Artur Jorge: «Tendo em vista o passado recente e menos recente do futebol português, Carlos Valente não deveria ter sido nomeado para o F. C. Porto-Benfica.» Octávio Machado: «O Benfica já não precisa de se preocupar com a água, já contratámos uma empresa de aspiradores para sugar a relva e, com um bocadinho de jeito, ainda pedimos emprestado o tapete vermelho de veludo por onde costuma passar o Papa.» Hernâni Gonçalves: «O Benfica quer manobrar a arbitragem, quer pressionar os árbitros, foi por isso que se pediu a cabeça de Lourenço Pinto.» Premonitório, Eriksson, à partida em Santa Apolónia: «Adeus, até ao nosso regresso, que nós voltaremos campeões.»

...E o Benfica venceu por 2-0, com dois golos de César Brito, a «arma secreta» de Eriksson, e ficou com o título no bolso. Artur Jorge entre a ironia e o azedume: «Hoje Eriksson é óptimo e eu não presto para nada.» Calculismo de Toni: «Vitória justa e feliz, mas ainda é cedo para festejar.»

Dramática a saída de Carlos Valente dos balneários. Lívido, como se tivesse debandado de uma câmara de tortura. Cambaleante, amparado por dois polícias, insultos em farândola, o árbitro metido, quase à pressão, num Opel Kadett Dream alugado à Avis, que furou por entre gente que lhe gritava impropérios. Havia senhoras que choravam, juras de vingança e desabafos de ódio, Pinto da Costa abeirou-se da cerca metálica azul do Departamento de Futebol, baixou a cabeça, lamentou o destino.

O cheiro esquisito dos balneários e a réplica de Pinto da Costa

Valente apanharia o comboio para Lisboa em... Aveiro, chegando à estação ainda de rosto desgastado, negando ter sido agredido, mas prometendo «ir dormir muito bem, de consciência tranquila». Já em Lisboa, euforia e festa no aeroporto. Ave César ou Brito transformado em herói. «Fui às Antas buscar o ouro que lá tinha deixado na época anterior. Na minha terra a festa foi incrível. O meu sogro, que tem um café, pôs um barril de cerveja à disposição, tudo à borla, tudo para se comemorar o meu feito.» E queixas de João Santos: «Houve cenas incríveis nas Antas, de intimidação à equipa e aos apoiantes. Os nossos jogadores viram-se obrigados a equipar-se nos corredores, pois nos balneários era impossível, dado que estavam impregnados de um cheiro horrível. Os portistas criaram um clima de pânico, lançaram o boato de que o árbitro tinha almoçado com o Benfica, encharcaram as faixas laterais, pontos onde o Benfica poderia atacar, e no final ainda aquelas cenas de pancadaria, com Jorge de Brito, Raul Fonseca, Ilídio Trindade, Alcino António e Fezas Vital agredidos. No fundo, ambiente de terror, apenas porque os dirigentes do F. C. Porto, perdido o Campeonato, ficaram em pânico.»

Cada jogador do Benfica recebeu pela vitória nas Antas... 1500 contos. Do seu próprio bolso, Jorge de Brito ofereceu a cada um mais 500. E, num gesto bonito do presidente, 500 contos foram dados, também, a Dias Graça, guarda-redes que o destino destruiu numa curva traiçoeira de uma estrada, num dramático acidente de automóvel. Mas o jogo não acabara ali. Antes pelo contrário. A tragicomédia arrastou-se. Pinto da Costa, acusador, em rescaldo escaldante: «Carlos Valente teve um comportamento provocatório, chegando a insultar o banco do F. C. Porto.» Reinaldo Teles: «Carlos Valente teve um comportamento anormal e despropositado. Por exemplo, quando me dirigi à sua cabina para fazer a entrega da ficha do jogo, perguntou-me de uma forma acintosa se era o delegado ao jogo. Fiquei pasmado, mas não demorei muito tempo a compreender este comportamento.» Hernâni Gonçalves peremptório: «O cerne da questão era o espectro de, após o investimento de milhões, o Benfica não ganhar nada numa época, depois de outra sem nada ter ganho. Era a catástrofe, o hara-kiri de uma Direcção. Agora entendo porque os benfiquistas proclamavam aos quatro ventos que o Campeonato não chegaria ao fim se não fossem campeões.»

Entretanto, no acto de posse dos dirigentes do Salgueiros, o que haveria de ficar famoso guarda... Abel ter-se-ia abeirado de João Santos, presidente do Benfica, ameaçando-o de morte: «Aqui ou em Lisboa hei-de matá-lo.» Trajando à civil, seria barrado por Pinto da Costa, que o demoveu, dizendo-lhe que não era aquele o local certo para tratar dos seus problemas com João Santos.

João Santos queixou-se à Polícia de que o guarda Abel o queria matar

O presidente do Benfica, em pânico, apresentaria queixa à PSP, por... «tentativa de agressão e ameaça de morte». E mais diria sobre Abel e sobre os incidentes (ainda quentes) das Antas: «Esse senhor, com o seu costumado ar arruaceiro, protagonizou desacatos e desmandos, nas instalações das Antas, durante o F. C. Porto-Benfica. Não sei se o homem tem protecção de alguém, o que é certo é que os meus colegas de Direcção desceram dos camarotes sem ser molestados pelos adeptos do F. C. Porto, mas, ao tentar entrar na cabina do Benfica, foram impedidos de fazê-lo por esse senhor, que disse que ninguém passaria, que estava a cumprir ordens de Pinto da Costa.»

Fezas Vital na entreajuda, terçando armas contra o famoso Abel: «Esse guarda Abel impediu-nos a entrada nos balneários, desrespeitando o vice-presidente José Guilherme Aguiar, dizendo que se insistíssemos em entrar isso seria encarado como provocação e responderiam à porrada. Tentámos sair dali, mas começaram logo a dar-nos porrada. Jorge de Brito e eu fomos os alvos mais fáceis. Fomos dos que mais apanharam. Sobretudo pontapés. Tenho as pernas todas marcadas. O guarda Abel e os seus amigos estavam ali com o propósito de nos agredir. O que nos valeu foi uma ambulância que estava estacionada ali. Refugiámo-nos nela, deitando-nos no chão, para evitar as pedradas que caíam. Assim permanecemos durante cerca de 45 minutos.» Ao solicitar ao Ministério da Administração Interna inquérito aos acontecimentos do jogo que decidira o título, os dirigentes do Benfica consideram «esquisito e grave terem sido pontapeados dentro da zona protegida pela polícia fardada». A novela prometia. Com Dias Loureiro também no palco.

A Taça da revolta e... Geraldão no PSG

O F. C. Porto acabaria por ganhar a Taça de Portugal e, no Jamor, Octávio Machado voltou a atacar, falando das «jogadas subterrâneas» do Benfica tentando salvar a face e a cabeça dos seus dirigentes, que «não suportariam a angústia dos sócios por dois anos sem ganhar nada, apesar dos milhões investidos», denunciando as «manobras com os árbitros» e a... «contratação à má fila de um líbero que foi um autêntico ponta-de-lança». Era, obviamente, remoque a Geraldão.

Geraldão acabaria por não ir para o Benfica. Para desencanto de Jorge de Brito, que tudo fizera para que tal acontecesse. Artur Jorge levá-lo-ia para o Paris Saint-Germain e permitiria que o F. C. Porto ainda arrecadasse cerca de... 80 mil contos pela cedência da sua carta internacional. Era a vingança servida fria. À Pinto da Costa. Os benfiquistas contra-atacaram e anunciaram que o jogador devia... 123 mil contos ao clube. Em Paris, Geraldão negou: «Não houve nenhuma assinatura por cem mil contos, houve, de facto, uma por 23 mil, mas num... papel branco. E estou de tal modo disposto a restituir o dinheiro que essa verba de 23 mil contos ou de 50 mil dólares, se se quiser, está depositada num banco, em Portugal. Devolverei o dinheiro quando o Benfica quiser e com os juros correspondentes.»
in «abola»
 
H

hast

Guest
Mas, antes da decisão dramática do campeonato no jogo do caldo entornado nas Antas, e da conquista da Taça da revolta, sem Geraldão, o F. C. Porto empatou (1-1) em Munique, com o Bayern, no jogo da primeira mão dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus. Parecia ouro sobre azul. Augenthaler, o capitão do Bayern, expulso aos 16 minutos por tentar travar arrancada de Kostadinov, inconformado: «Estou desiludido porque prejudiquei a equipa, mas, sinceramente, se não mostrarem mais futebol em Portugal, temos possibilidade de passar às meias-finais...»
Madjer sonhava com o regresso à liça. Poderia ser a arma sentimental de Artur Jorge. «O Bayern tem medo de mim e eu não temo nada nem ninguém. Se jogar, há-de ser o jogo da minha vida. Que Deus me proteja. E se passarmos esta eliminatória ninguém mais nos travará.» Sem a magia de Madjer, noite de desilusão nas Antas. Arlindo Cunha, ministro da Agricultura, à entrada no estádio, confidenciou: «Isto vai ser duro, mas meti o pessoal em casa a rezar uma ave-maria, um padre-nosso e uma... glória.» E, premonitório, Pinto da Costa admitiu não ter comprado champanhe. Madjer começou no banco, foi lançado por Artur Jorge aos 36 minutos, quando os bávaros já venciam por 1-0. Não houve nele o fascínio de Viena. O F. C. Porto despedia-se da Taça dos Campeões vergado a uma derrota por 0-2. Artur Jorge resignado: «Não adianta carpir mágoas, o Bayern foi superior e mereceu. Agora vamos tentar dormir descansados e procurar sonhar com outras coisas.»
 

Kelvin87

Tribuna Presidencial
7 Maio 2007
22,353
870
Jim, claro eu fui a alvalade ver esse jogo, mas foi o Jorge Couto e o Kostadinov a passe do Vlk, penso eu de que.
 

Kelvin87

Tribuna Presidencial
7 Maio 2007
22,353
870
Tinha ideia que esta eliminatória com o bayern que o ziegue marcou um golo à maradona tinha sido para os oitavos de final.
 
D

Deco_10

Guest
O Ziege marcou um golo à Maradona? Não terá sido o Bender?

Ziege ao 18 min. após cruzamento da direita e Bender aos 68 min. atravessando o campo quase todo e passando por vários adversários. Este jogo deu na RTP Memória há pouco tempo.
 

jsm

Tribuna
29 Abril 2007
3,319
16
Campeonato amargo para nós e uma taça para amenizar a mágoa!Foi o vale tudo dos galináceos! Mal eles sabiam os que os esperava...anos mais tarde!...
 

Jim

Bancada lateral
24 Julho 2006
686
113
> Bruno 99 Comentou:

> Jim, claro eu fui a alvalade ver esse jogo, mas foi o Jorge Couto e o Kostadinov a passe do Vlk, penso eu de que.
________________________________________________________________________________
correcto
 
H

hast

Guest
«Lisboa a arder» e mais tiros

Com Carlos Alberto Silva, que mandou construir altar nas Antas para rezar a Nossa Senhora, o F. C. Porto ganhou dois Campeonatos, apesar de o Benfica comprar Futre com dinheiro da RTP

Para o lugar de Artur Jorge, que para o Paris Saint-Germain foi ganhar 20 mil contos por mês, o F. C. Porto contratou Carlos Alberto Silva, que já se sagrara campeão no Brasil e no... Japão. Para as Antas aceitou vir ganhar um quarto do que Artur Jorge cobrava em França. Foi Delane Vieira quem o colocou no clube.
Ainda em 199 1, o F. C. Porto foi eliminado da Taça das Taças pelo Tottenham, nos oitavos-de-final. Derrota em Londres por 1-3, empate a zero nas Antas, com Carlos Alberto Silva queixando-se de que o dinamarquês Peter Mikkelsen deixara «três penalties por marcar».
A 18 de Dezembro, mais uma vitória do F. C. Porto na Supertaça. No regresso de Lisboa, Pinto da Costa foi vítima de violentíssimo acidente, vencendo a morte por... verdadeiro milagre. O seu Fiat Croma Turbo ficou praticamente desfeito, após embate numa carrinha, em plena auto-estrada, traído por um banco de nevoeiro. Assistido em Coimbra, passou 24 horas em observação, e no domingo seguinte já esteve no Bessa, assistindo ao empate entre o Boavista e o F. C. Porto. Mas, sete dias depois, no Dia de Natal, morreu Teles Roxo. Na viragem do ano, o F. C. Porto assumiu o comando do «Nacional» e Vítor Baía somava já 1169 minutos de imbatibilidade no Campeonato.


O autocarro destruído

Era Janeiro. Em Loulé, o F. C. Porto esteve a três minutos de ser eliminado da Taça de Portugal, mas acabou salvo por um livre marcado a correr, quando os algarvios ainda nem sequer tinham a barreira feita. Por indolência, defendeu-se Rosa Santos: «Os jogadores do Louletano alegam que lhes disse que esperassem?! É mentira. Só marco a barreira quando os jogadores me pedem. Não pediram e os jogadores do F. C. Porto marcaram o livre imediatamente. Os jogadores do Louletano devem saber que foi uma incorrecção deles porque, normalmente, põem-se sempre na frente da bola e daquela vez estavam distraídos. E a bola estava parada. Saio de consciência tranquila.» Para Carlos Alberto Silva, o segundo golo do F. C. Porto «foi perfeitamente legal, porque a barreira não faz parte das regras do jogo».
Rosa Santos sairia do campo pelas traseiras, escoltado pela GNR até bem longe de Loulé. Muito mais complicada foi a debandada dos portistas. Já longe do campo, em plena avenida, o autocarro, antecedido por batedores da GNR, seria interceptado por um grupo de jovens, que lhe lançaram pedras em jeito de «intifada». Os vidros ficaram quase todos partidos. E o autocarro acabaria por ficar à guarda da Polícia, danificado, sem condições de ser utilizado, tendo a comitiva viajado para o Aeroporto de Faro no autocarro do... Louletano.
Sanados os incidentes, a GNR acusou um «grupo de moços», mas admitiu não ter conseguido identificar qualquer deles. Quinze dias depois, desempate nas Antas. Sofrimento outra vez. Só após prolongamento o F. C. Porto conseguiu afastar o Louletano, ganhando por 2-1.
Para a final correriam os portistas mais serenamente, eliminando o Sporting. Só que no Jamor a festa foi do Boavista, que venceu por 2-1. Valentim Loureiro, depois de anunciar que Pinto da Costa já lhe dera os parabéns, exultou: «Vencendo o Benfica e o F. C. Porto, esta Taça não caiu do céu»... Os portistas perderam a Taça, mas ganharam o Campeonato. O ouro foi descoberto na Luz, onde o F. C. Porto bateu o Benfica, por 3-2, a 22 de Abril, num jogo em que a grande figura foi Rui Filipe...
E na época seguinte, ainda sob o signo de Carlos Alberto Silva, o F. C. Porto revalidou o título.
Antes disso, mais uma Supertaça Cândido de Oliveira no palmarès cada vez mais refulgente. Contra o Benfica. Depois de uma igualdade a um golo, em Coimbra, os portistas venceram por 4-3, após marcação de pontapés da marca de grande penalidade. Foi dramático o desempate. Os benfiquistas atingiram num ápice 3-0, parecia impossível a taça não ir para a Luz. Pinto da Costa rezou, joelho no chão, pedindo com grande fé que os penalties se virassem do avesso — e virar-se-iam. Depois passou por Fátima, para agradecer à Virgem, que é devoção que mantém quente — e hábito que ganhou nos últimos anos, facto que não espanta tendo sido educado num colégio de jesuítas.
Como também não perdeu o coração de dragão, colhendo frutos de uma estratégia sistemática de hostilização. Porque é assim que se sente bem e é assim que as vitórias lhe sabem melhor. Rosto de um Porto cada vez mais de sucesso, Pinto da Costa é mais que o líder, o guardião do templo. Por isso, sempre que preciso seja agita-se, escumando palavras de afronta. Assim, quando Dias Loureiro, em véspera de jogo importante com o Benfica, desenterrou os tristes incidentes de um fim de tarde nas Antas, em jogo com os benfiquistas, acusando Pinto da Costa de manter um corpo de segurança particular, o presidente do clube mobilizou os seus prosélitos para uma manifestação de onde sairia a frase-signo dos «dragões do lago do fogo»: «Nós só queremos Lisboa a arder. » Fogo metafórico, disse ele, precatando-se: «Toda a gente sabe que isso de Lisboa a arder não é desejo de ninguém. Há, em Lisboa, muitas coisas bonitas, a delegação do F. C. Porto, os Jerónimos. Mas em Lisboa persistem mentalidades que ainda pensam que Portugal é a capital e o resto é paisagem. Essa mentalidade é que, no sentido figurado, gostaríamos de ver arder.» Certo é que o ministro arriou pendão e o F. C. Porto acabou por sofrer apenas um jogo de suspensão e pagamento de multa de 100 contos.
Ganho o Campeonato, graças a empate na Luz, frente ao Benfica de... Futre, comprado por 600 mil contos com o dinheiro da RTP, Carlos Alberto Silva anunciou que mudaria de ares. Ficava o seu fascínio. E o seu exemplo. Ganhou dois Campeonatos. Disciplinou sem chicote e, por uma questão de misticismo, mandou construir um sacrário nas Antas — e antes de cada treino ou de cada jogo rezava a Nossa Senhora.
in«abola»
 

jsm

Tribuna
29 Abril 2007
3,319
16
Bom treinador esse Carlos Alberto Silva. Recordo-me dos seus dois campeonatos vencidos com muita serenidade.E recordo sobretudo a final da supertaça com o Benfica em Coimbra imprópria para cardíacos...Que final meu caro hast, que final!...
 
H

hast

Guest
Foi mesmo jsm. A imagem de Pinto da Costa ajoelhado ficará para sempre gravada na memória. A perder 3-0 nos pénaltis e dar a volta foi de um gozo tremendo. Por falar nisto, hoje a RTP Memória, no programa MUNDO DESPORTIVO, vai transmitir ás 00:00 horas o FC PORTO/BENFICA (SUPERTAÇA 1994).
 
H

hast

Guest
Ainda sobre o jogo para a Taça com o Louletano

Cheque de simpatia, livre e «intifada»
Era Janeiro(1992). Em Loulé, Taça... entornada. O segundo golo do F.C.Porto, a três minutos do final, quando o Louletano ganhava por 2-1, resultou de um lance insólito, no seguimento de um livre apontado quando os algarvios ainda nem sequer tinham a barreira feita! Mário Nunes, treinador do Louletano, descabelado: «Houve dois casos e ambos contra a minha equipa. Logo no primeiro minuto, Henrique foi derrubado em falta por Aloísio e o penalty ficou por marcar. Mas, muito mais escandaloso foi o segundo golo... Os meus jogadores juram que Rosa Santos lhes disse que fizessem a barreira, que a jogada só seguiria depois de ele apitar, mas... É o costume. Não merecíamos ir às Antas, não fossem as boas relações que existem entre os dois clubes, mandava lá a equipa de juvenis. Para mim, eliminámos o F.C.Porto, só não eliminámos... Rosa Santos. Mas não é a primeira vez que esse homem me engana.»

Rosa Santos exasperdado: «Os jogadores do Louletano alegam que lhes disse que esperassem?! É mentira. Tudo mentira. Eu só marco uma barreira quando os jogadores me pedem. Não pediram e os jogadores do F.C.Porto marcaram o livre imediatamente. Os jogadores do Louletano devem saber que foi uma incorrecção deles, porque, normalmente, pôem-se sempre na frente da bola e, daquela vez, estavam distraídos. E a bola estava parada. Saio de consciência tranquila.» Por mais algarviada que tivesse havido.

Carlos Alberto Silva o segundo golo do F.C.Porto «foi perfeitamente legal, porque... a barreira não faz parte das regras de jogo». E ponto final. Antes, tudo parecia mar calmo. De rosas. O F.C.Porto ofereceu ao Louletano um cheque de um milhão de escudos para apoio ao seu futebol juvenil. Só que aquele segundo golo azedou tudo. E fez esquecer gestos e benemerências...

Rosa Santos sairia do campo pelas traseiras, escoltado pela GNR até bem longe de Loulé. Muito mais complicada a debandada dos portistas. Já longe do campo, em plena Avenida, o autocarro, conduzido por batedores da GNR seria interceptado por um grupo de jovens que lhe lançaram pedras em jeito de «intifada». Os vidros ficaram quase todos partidos. E o autocarro acabaria por ficar à guarda da polícia, danificado, intransitável, tendo a comitiva viajado para o aeroporto de Faro no autocarro do... Louletano. Sanados os incidentes, a GNR de Loulé acusou um «grupo de moços», mas admitiu não ter conseguido identificar algum deles!

Quinze dias depois, desempate nas Antas. Sofrimento outra vez. Inesperadamente. Só após prolongamento o F.C.Porto logrou afastar o Lolutenao da Taça de Portugal, ganhando por 2-1. Carlos Alberto Silva não gostou: «Só tivémos cabeça durante o prolongamento.» O F.C.Porto ainda eliminaria o Sporting, mas, na final, talvez os deuses de tenham zangado. E o Boavista ganhou a Taça. Com Manuel José.