A esquerda toda junta teve 40% nas ultimas eleições. Isso tudo junto dá cerca de 37/38% para a esquerda. Nada de anormal, perto dos valores das ultimas eleições. Tirando o livre, a esquerda esta em decadência.Tracking poll da Pitagórica pode vir a ter problemas com a justiça..apolícia já está a investigar.
Bloco com 1,5 %, Livre e PC a nem chegarem aos 4 % (salvo erro), PS nem os 28 % atinge.
PSD com 34 %, Chega com 16 %, IL 6 %.
Acho que é isto, mais coisa menos coisa.
Conclusão: ou estamos perante o maior desvio de votos da extrema esquerda para o PSD, ou então há muito votante feito refém em casa.
P.S: a Pitagórica é das boas certas ? É das que é para se levar a sério, certo ?
Mas o CM é com todosFosse só o Expresso.. Público e Correio da Manhã também salivam por sangue como se não houvesse amanhã
Sinceramente, uma vez que não raras vezes aponto o mesmo que o PSD aponta, compreendo que possa parecer uma defesa ao Montenegro, quando de facto não o é. Trata-se de uma crítica aos padrões duplos adotados, nomeadamente pela comunicação social. Padrões duplos que já apontava ainda antes de Montenegro ser relevante politicamente.@bluemonday ,
bom, mas se o colega concorda que o papel e a actuação de Montenegro são censuráveis e que seria preferível um outro candidato... para quê a defesa? Concordo, apenas não procuro atenuantes.
O sistema já está degradado. Sempre foi esse o padrão. Culpa da comunicação social e dos intervenientes políticos - a drástica mudança de critério não corresponde a um "acordar para vida", e sim a uma necessidade - ideológica ou financeira (grupo Impresa) - de promover um certo candidato de um determinado partido.Podemos afirmar, estupidamente, creio, que a ética republicana é a lei. Se acreditamos nisso, temos de estar preparados para as previsíveis consequências. Entre elas, a degradação de todo o sistema
Concordo, num cenário ideal seria assim. Contudo, não vivemos numa utopia. Nunca a população, os intervenientes políticos e a comunicação social quiseram saber da ética de um candidato. É uma absoluta novidade.Uma vez mais, opinião pessoal, a figura de Montenegro não é digna do desempenho de funções tão elevadas.
As últimas novidades (clientes da Spinumviva) não foram reveladas por Montenegro por uma questão estritamente eleitoral. A ideia assentava no desejo de que essas novas revelações não afetassem a campanha. Não é propriamente um temor relativamente a estas informações (neste caso, não assim noutros).Sublinho, com essa demora e renitência, o padrão de comportamento de Montenegro: ocultar, tergiversar, protelar. Divulgar em último recurso e à última da hora, mas não de livre vontade nem por iniciativa própria. Falamos de informação que devia, há muito, ser pública e que o primeiro-ministro, perante a falta, foi "convidado a apresentar"
Absurdo é defender uma possível ilegalidade de um deputado e braço-direito do atual secretário-geral do PS, que divulgou essa informação sob sigilo para os media de forma a prejudicar o opositor direto e a beneficiar o líder do seu partido no debate. Não só é uma possível ilegalidade de Pedro Delgado Alves, mas inequivocamente um grave problema ético.Parece-me absurdo, algo kafkiano até, pretender transformar um problema de retenção de informação que devia ser pública, mas que se mantinha secreta por responsabilidade do primeiro-ministro, numa questão de divulgação indevida.
A elevada preocupação do caríssimo com a ética dos intervenientes políticos parece mudar conforme as cores políticas. É uma mera percepção.Agora vem chorar o quê? A divulgação de informação que tinha obrigatoriamente de declarar... no início da legislatura, não agora... e que não o fez? Esta indignação do partido não passa de mais um truque muito poucochinho.
Uma vez que a empresa já não é de LM, não poderá existir um conflito de interesses - que é uma questão legal, realço. No domínio da ética será decerto diferente.Não sabemos se haverá ou não problema. Esse é, em si mesmo, o problema. Não sabemos se os motivos serão estritamente processuais, decorrentes do procedimento do concurso de concessão, ou se outros interesses pesarão também na decisão final
ITAU: em 2021, 22 milhões de euros. Com o ajuste da inflação, seriam 25 milhões hoje em dia. Em 2024, o contrato por concurso público (sim, concurso público, não ajuste direto) foi de 32 milhões. A discrepância não parece assim tanta. 1.181 contratos desde 2008.Contrato mais avultado da ITAU com o estado português: firmado sob chefia de Montenegro. Contrato mais avultado da INETUM com o estado: idem aspas.
Mesmo que existisse um conflito de interesses declarado de Montenegro, tal não implicaria, conforme o regime legal vigente, a demissão do PM. A questão de responsabilidade política é distinta. Por mera curiosidade: o caríssimo era a favor da demissão de António Costa, no momento em que aconteceu?Convém, por isso, não ter um primeiro-ministro na posição de Montenegro, de potencial conflito de interesses
Ora, ora. Uma coisa será receber alegadas avenças da Solverde quando se é PM. Outra coisa bem distinta é ter negócios com certas empresas antes de ser PM, ter uma profissão.Não seria preferível que nenhuma dessas empresas partilhassem negócios prévios com o primeiro-ministro?
Já pairavam suspeitas criminais sobre Sócrates antes de ser PM (Freeport e não só). Não há comparação possível. O caso de Montenegro é, até ver, estritamente ético.mas a conduta ética não é irrelevante e pode ser um indício de algo pior. Como foi no caso de Sócrates.
Mas a questão do Whatsapp do PNS não se prende com uma tremenda incompetência e com uma grande leviandade na gestão dos assuntos de Estado? Nunca vi qualquer ilegalidade associada.ó, então é só ver o grande caso que se fez do WhatsApp do PNS (até hoje) e é um caso em que não há ilegalidades nem suspeitas possíveis disso...
isso do Cabrita que referes também foi caso, só faltava pedirem que fosse preso por homicídio...
aproveitamento até algo nojento.
são 'casos' que até tiram importância aos casos a serio.
são as novelas que a CS gosta e precisa.
em relação ao Costa é normal, até hoje não se sabe do que é que foi acusado,
mesmo que provavelmente se demitisse à mesma pela questão do Escaria e do € - isso sim, caso a sério.
A Pitagórica, sendo geralmente fiável, deve ser encarada com um pé atrás, dado que o seu líder é do PSD.Tracking poll da Pitagórica pode vir a ter problemas com a justiça..apolícia já está a investigar.
Bloco com 1,5 %, Livre e PC a nem chegarem aos 4 % (salvo erro), PS nem os 28 % atinge.
PSD com 34 %, Chega com 16 %, IL 6 %.
Acho que é isto, mais coisa menos coisa.
Conclusão: ou estamos perante o maior desvio de votos da extrema esquerda para o PSD, ou então há muito votante feito refém em casa.
P.S: a Pitagórica é das boas certas ? É das que é para se levar a sério, certo ?
A imprensa sobreviveu à pandemia com subsídios de Costa. Conselho de ministros dele chegava a "sugerir" as linhas editoriais.Eu não sei que tipo de promessas o PNS andou a fazer à comunicação social se formar governo. É que esta ânsia por sangue tão gigante.. É Expresso, Público, Correio da Manhã, Now, SICN, CNN.. A ver se daqui a uns largos dias não há suicídios naquelas redações
Há boas? Alguém liga um peido a isso?Tracking poll da Pitagórica pode vir a ter problemas com a justiça..apolícia já está a investigar.
Bloco com 1,5 %, Livre e PC a nem chegarem aos 4 % (salvo erro), PS nem os 28 % atinge.
PSD com 34 %, Chega com 16 %, IL 6 %.
Acho que é isto, mais coisa menos coisa.
Conclusão: ou estamos perante o maior desvio de votos da extrema esquerda para o PSD, ou então há muito votante feito refém em casa.
P.S: a Pitagórica é das boas certas ? É das que é para se levar a sério, certo ?
Uma coisa certa, ouço mais sobre os problemas do Montenegro (coitadinho) do que sobre os meus.@bluemonday ,
e mais se degrada com este espectáculo desolador. Imagine-se um sopro desfavorável da conjuntura internacional, longe de improvável. A pretensa competência de Montenegro varrer-se-á em menos de três tempos. Montenegro vai contribuindo, da maneira que encontrou, para o esboroamento da política nacional: arrastou o país para mais uma eleição por puro cálculo político. Não lhe posso dedicar uma ovação, por engenhosa que seja a manobra. Revela-se um bom político no sentido mais subterrâneo do termo, um sujeito habilidoso, o que também é útil. Quanto ao resto...
A comunicação social não mudou. Não se entrevê nada de distinto quanto à cobertura do caso Spinumviva, nem pior forma nem maior intensidade. Esperar-se-ia o quê ao certo? Que não se procurasse apurar o que Montenegro teimava em esconder? Matérias envolvendo um primeiro-ministro em funções, com claros problemas de transparência, são furos jornalísticos como poucos. Em qualquer circunstância. O próprio expôs-se ao exame mediático ao não optar desde logo pela transparência. Caso se decidisse por uma postura própria de um governante, e partilhasse o que acabou por ter de partilhar, como era óbvio que teria de fazer, poupar-se-ia em parte à imagem que se gerou. Não se pode ser simultânea e obstinadamente opaco e barafustar contra os esforços por clarificação. Ou revela-se ou esconde-se, e Montenegro recalcitrou e escondeu. Divulga sob pressão dos média, cujo trabalho se revela fundamental.
Não é verdade que a população, os média, os actores políticos... jamais tenham passado cavaco ao carácter e à ética dos políticos. As discussões sobre ética são recorrentes, cíclicas, contínuas, ... Ou julgar-se-á que há algo de único com Montenegro? Trata-se apenas de mais um político envolvido em coisas estranhas, esmiuçado pelos média, comentado pelos eleitores, criticado pelos adversários.... Porventura a sua posição seja uma originalidade: um governo cai em função dos problemas do primeiro-ministro e o mesmo transforma-se de imediato em candidato ao lugar. Incomum. Claro que o problema, que o próprio tratou com os pés, se transformaria num tema mediático de relevo. Crê mesmo no que está a escrever? Que os média nunca se interessaram por problemas de ética? Que os eleitores nunca disso quiseram saber?...
Lamento não poder condenar de forma veemente a tal divulgação quanto aos clientes de Montenegro. Talvez possa dispensar uma condenaçãozinha... mas não mais que isso. Montenegro não cumpriu as suas obrigações de transparência. Que são devidas a todos os titulares de cargos públicos ( Governo falha em publicar registo de interesses conforme obrigação legal ). Montenegro não prestou as informações devidas até aos dias de ontem. Caso tivesse feito, como lhe era há muito exigido, condição aliás necessária ao desempenho de um cargo público, não se colocaria qualquer problema. Não brinquemos com coisas sérias: o primeiro-ministro sabia perfeitamente que, dado o seu histórico, teria de ser especialmente rigoroso na declaração de interesses. Sabia que contactou com empresas sensíveis e que essa informação era deveras relevante. Optou por esconder e protelar para que a informação não fosse conhecida antes do dia das eleições. A divulgação da informação pelos jornalistas encontra-se legalmente protegida. Se Montenegro acha-se violentado, que recorra a quem de direito, não o censurarei por isso.
Talvez seja mera percepção do colega, talvez não seja. Há muito que teço considerações éticas neste espaço sobre os mais variados actores políticos. São muitos anos a virar frangos, como diz o outro. Como é notório, tão-pouco sou imparcial ou procuro sequer aparentar essa imagem. Quanto a Montenegro e ao PSD, o colega tem claramente uma posição apologética, não obstante os reparos que faz, enquanto eu tenho uma posição de censura. Faz parte e dá até um certo colorido à coisa.
O conflito de interesses mantém-se, pois várias empresas que no passado trataram com a Spinumviva podem ainda necessitar de decisões do governo. O caso da Solverde é o mais gritante. Quão fácil seria se bastasse passar a empresa aos filhos, como se com isso Montenegro apagasse as relações passadas com os clientes e as eventuais decisões futuras respeitantes aos mesmos. Os problemas mantêm-se e manter-se-ão enquanto Montenegro ocupar o cargo. A ponto de o próprio afirmar que não participará em decisões relacionadas com a Solverde, admitindo assim a sensibilidade da coisa. A solução de entregar a empresa aos filhos está longe de ser airosa, pois essa posse poderá constituir o motivo pelo qual determinado cliente recorre à Spinumviva e não a outro prestador de serviços.
... Montenegro não podia ter vida profissional? Poderá haver quem, pela sua vida profissional, esteja em posição delicada para o exercício de funções governativas? Seguramente. Faça-se uma outra pergunta: considerando a actividade empresarial de Montenegro, será que o próprio tomou todos os cuidados necessários para afastar de si interrogações legítimas e previsíveis? Actuou de forma a colocar-se à margem de suspeições, conflitos de interesse, embaraços... ? Se a sua actividade empresarial em nada empecilha a condução do país, por que motivo persistiu na falta de transparência? Como pode Montenegro esperar maior bondade quando recusou repetidas vezes ajudar-se a si próprio? O seu comportamento suscita incerteza.
Costa fez bem em demitir-se, a meu ver. Pouca margem de manobra lhe restava. Tal como Montenegro teria feito bem em afastar-se. No mínimo, em esforçar-se por maior honestidade. Nem uma coisa nem outra. Se por um lado não pretendia retirar-se, por outro, não desejava revelar os clientes nem queria participar numa comissão de inquérito... Com que cara pedia então confiança política aos demais partidos?
Como referi, não coloco a coisa no plano da legalidade. Teço um juízo ético em muito desfavorável acerca do primeiro-ministro e aponto questões sensíveis que ficarão por resolver, justamente por quedarem-se irremediavelmente em zonas cinzentas. A questão da ITAU e da INETUM ficará no limbo por mais que se argumente. A relação anterior com Montenegro teve alguma influência nos novos contratos com o Estado?... limitamo-nos a esperar que não. A futura decisão quanto à concessão dos casinos será de alguma forma condicionada pela relação de Montenegro e da Spinumviva com a Solverde? Repete-se a resposta, esperemos que não. Montenegro, consciente da situação em que se encontrava, agiu de forma a afastar de si quaisquer suspeitas?... Não, infelizmente não. Nenhuma vitória eleitoral exorcizará estes fantasmas. Parece-me natural que se torça o nariz.
Uma coisa certa, ouço mais sobre os problemas do Montenegro (coitadinho) do que sobre os meus.
Farto de palhaçada.
Digo o mesmo de PNS q coitadinho tem tido uma vida difícil.
Portugal vive-se cada vez pior, é um país em colapso. Esta classe política devia era começa a levar na cara.
Coitadinho do Costa, do Barroso, do Guterres, Portas, do Cavaco...do Montenegro e do PNS.
Todos tão mal...e o país nisto a engolir mais novela de merda.
A minha posição é apologética e eu não a escondo, mas não é por simpatia pelo Montenegro. É um especial apreço pela ação governativa que, apesar de ter um falhanço grande (saúde), considero globalmente positiva. Pelo menos gabo a coerência do colega em admitir a demissão de Costa, pese embora não saiba propriamente como interpretar a "pouca margem de manobra" - refere-se à ética de AC ou ao célebre parágrafo do MP? Lamento que o prezado continue a omitir ou a revogar qualquer referência à falta de ética de Pedro Delgado Alves. Subentende-se que defende que os "fins justificam os meios", o que circunda de todo o modo numa posição também apologética.@bluemonday ,
e mais se degrada com este espectáculo desolador. Imagine-se um sopro desfavorável da conjuntura internacional, longe de improvável. A pretensa competência de Montenegro varrer-se-á em menos de três tempos. Montenegro vai contribuindo, da maneira que encontrou, para o esboroamento da política nacional: arrastou o país para mais uma eleição por puro cálculo político. Não lhe posso dedicar uma ovação, por engenhosa que seja a manobra. Revela-se um bom político no sentido mais subterrâneo do termo, um sujeito habilidoso, o que também é útil. Quanto ao resto...
A comunicação social não mudou. Não se entrevê nada de distinto quanto à cobertura do caso Spinumviva, nem pior forma nem maior intensidade. Esperar-se-ia o quê ao certo? Que não se procurasse apurar o que Montenegro teimava em esconder? Matérias envolvendo um primeiro-ministro em funções, com claros problemas de transparência, são furos jornalísticos como poucos. Em qualquer circunstância. O próprio expôs-se ao exame mediático ao não optar desde logo pela transparência. Caso se decidisse por uma postura própria de um governante, e partilhasse o que acabou por ter de partilhar, como era óbvio que teria de fazer, poupar-se-ia em parte à imagem que se gerou. Não se pode ser simultânea e obstinadamente opaco e barafustar contra os esforços por clarificação. Ou revela-se ou esconde-se, e Montenegro recalcitrou e escondeu. Divulga sob pressão dos média, cujo trabalho se revela fundamental.
Não é verdade que a população, os média, os actores políticos... jamais tenham passado cavaco ao carácter e à ética dos políticos. As discussões sobre ética são recorrentes, cíclicas, contínuas, ... Ou julgar-se-á que há algo de único com Montenegro? Trata-se apenas de mais um político envolvido em coisas estranhas, esmiuçado pelos média, comentado pelos eleitores, criticado pelos adversários.... Porventura a sua posição seja uma originalidade: um governo cai em função dos problemas pessoais e a pessoa que se encontra no olho do furacão mantém-se na pele de candidato. Incomum. Claro que o seu problema, tratado com os pés pelo próprio, se transformaria num tema mediático de relevo. Crê mesmo no que está a escrever? Que os média nunca se interessaram por problemas de ética? Que os eleitores nunca disso quiseram saber?...
Lamento não poder condenar de forma veemente a tal divulgação quanto aos clientes de Montenegro. Talvez possa dispensar uma condenaçãozinha... mas não mais que isso. Montenegro não cumpriu as suas obrigações de transparência. Que são devidas a todos os titulares de cargos públicos ( Governo falha em publicar registo de interesses conforme obrigação legal ). Montenegro não prestou as informações devidas até aos dias de ontem. Caso tivesse feito, como lhe era há muito exigido, condição aliás necessária ao desempenho de um cargo público, não se colocaria qualquer problema. Não brinquemos com coisas sérias: o primeiro-ministro sabia perfeitamente que, dado o seu histórico, teria de ser especialmente rigoroso na declaração de interesses. Sabia que contactou com empresas sensíveis e que essa informação era deveras relevante. Optou por esconder e protelar para que a informação não fosse conhecida antes do dia das eleições. A divulgação da informação pelos jornalistas encontra-se legalmente protegida. Se Montenegro acha-se violentado, que recorra a quem de direito, não o censurarei por isso.
Talvez seja mera percepção do colega, talvez não seja. Há muito que teço considerações éticas neste espaço sobre os mais variados actores políticos. São muitos anos a virar frangos, como diz o outro. Como é notório, tão-pouco sou imparcial ou procuro sequer aparentar essa imagem. Quanto a Montenegro e ao PSD, o colega tem claramente uma posição apologética, não obstante os reparos que faz, enquanto eu tenho uma posição de censura. Faz parte e dá até um certo colorido à coisa.
O conflito de interesses mantém-se, pois várias empresas que no passado trataram com a Spinumviva podem ainda necessitar de decisões do governo. O caso da Solverde é o mais gritante. Quão fácil seria se bastasse passar a empresa aos filhos, como se com isso Montenegro apagasse as relações passadas com os clientes e as eventuais decisões futuras respeitantes aos mesmos. Os problemas mantêm-se e manter-se-ão enquanto Montenegro ocupar o cargo. A ponto de o próprio afirmar que não participará em decisões relacionadas com a Solverde, admitindo assim o problema. A solução de entregar a empresa aos filhos está longe de ser airosa, pois essa posse poderá constituir o motivo pelo qual determinado cliente recorre à Spinumviva e não a outro prestador de serviços.
... Montenegro não podia ter vida profissional? Poderá haver quem, pela sua vida profissional, esteja em posição delicada para o exercício de funções governativas? Seguramente. Faça-se uma outra pergunta: considerando a actividade empresarial de Montenegro, será que o próprio tomou todos os cuidados necessários para afastar de si interrogações legítimas e previsíveis? Actuou de forma a colocar-se à margem de suspeições, conflitos de interesse, embaraços... ? Se a sua actividade empresarial em nada empecilha a condução do país, por que motivo persistiu na falta de transparência? Como pode Montenegro esperar maior bondade quando recusou repetidas vezes ajudar-se a si próprio? O seu comportamento suscita incerteza.
Costa fez bem em demitir-se, a meu ver. Pouca margem de manobra lhe restava. Tal como Montenegro teria feito bem em afastar-se. No mínimo, em esforçar-se por maior honestidade. Nem uma coisa nem outra. Se por um lado não pretendia retirar-se, por outro, não desejava revelar os clientes nem queria participar numa comissão de inquérito... Com que cara pedia então confiança política aos demais partidos?
Como referi, não coloco a coisa no plano da legalidade. Teço um juízo ético em muito desfavorável acerca do primeiro-ministro e aponto questões sensíveis que ficarão por resolver, justamente por quedarem-se irremediavelmente em zonas cinzentas. A questão da ITAU e da INETUM ficará no limbo por mais que se argumente. A relação anterior com Montenegro teve alguma influência nos novos contratos com o Estado?... limitamo-nos a esperar que não. A futura decisão quanto à concessão dos casinos será de alguma forma condicionada pela relação de Montenegro e da Spinumviva com a Solverde? Repete-se a resposta, esperemos que não. Montenegro, consciente da situação em que se encontrava, agiu de forma a afastar de si quaisquer suspeitas?... Não, infelizmente não. Nenhuma vitória eleitoral exorcizará estes fantasmas. Parece-me natural que se torça o nariz.
O governo de maioria absoluta caiu com estrondo com escândalos muito piores (envolvendo questões legais), com a vontade de Costa ir para a Europa e com um parágrafo assassino da PGR.O pessoal fala da comunicação social como se não houvesse um governo com maioria absoluta que caiu depois de meses de notícias diárias sobre casos polémicos, como se não tivessem andado a falar do caso das gémeas durante anos e consequentemente a destruir a popularidade do político mais popular do país, e como se não houvesse um partido de extrema direita que passou de 1 a 50 deputados em 3 ou 4 anos e cuja campanha é alicerçada unicamente em reagir às notícias mais polémicas do dia.
mas estou a curtir a discussão, como se houvesse puros no meio disto tudo e a esquerda, que se prepara para ter o pior resultado em eleições dos últimos 50 anos, controlasse esta merda toda.
Nem vi isso. Mas pronto, esta questão do Expresso são coisas da minha cabeça, teorias da conspiração...
Por falar em David Dinis. O homem anda desesperado
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