Olha aqui a agenda própria do insuspeito ECO.Ou seja, 25 minutos depois do apagão? E nem foi bem às 12h, foi às 11h:47min
Criticar a comunicação do governo (exceto a do Castro Almeida, que esteve mal) neste contexto revela mesmo uma agenda própria. O Montenegro falou 3 ou 4 vezes ao longo do dia. Às 12h já tínhamos ministros nas televisões.
Tecnicamente há uma diferença entre o saber fazer técnico e o saber fazer comunicacional. Com certeza que, na parte técnica, a gestão da coisa, de criar o gabinete de crise, de reunir o Conselho de Ministros, foi bem feito. Mas em termos de comunicação, as pessoas foram deixadas à sua sorte e fizeram o mesmo que fizeram para lidar com o Covid: correram para os supermercados“, considera o sociólogo Gustavo Cardoso, em declarações ao ECO.
O especialista em comunicação defende que, durante algumas horas, a população não teve “nenhum enquadramento sobre aquilo que deveria fazer”. “O que aconteceu ontem foi um milagre, porque quando não há ocupação dos espaços de comunicação oficial, quem o ocupa é a desinformação“, argumenta.
“A REN falou tardíssimo, não existiu da proteção civil uma indicação, as pessoas foram entregues a si próprias. A questão é por que isto aconteceu? Do ponto de vista da análise política, qualquer uma das entidades, decidiu não falar sem ter a certeza do que se estava a passar, mas a posição é errada“, considera, justificando que, “culturalmente, não perceber que em Portugal se espera que alguém diga alguma coisa é não perceber o país, já que as pessoas esperam que alguém desencadeie o processo”.

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