Isso não é relevante. Em primeiro lugar, tens artigos que explicam a ideologia política dele, que embora não sendo "oficiais", no sentido de não ter sido o próprio Gouveia a proceder a uma descrição, certamente terão tido a sua colaboração.
Em segundo, essa conversa vinda dos partidos é muito engraçada. Os dois últimos PM (Costa e Montenegro) não têm qualquer linha ideológica coerente. Principalmente o António Costa, que esteve lá quase 9 anos, e cuja ideologia se resume a "gerir o dia-a-dia e depois logo se vê". O mesmo se passa com o Marcelo, o famoso cata-vento. Ou então com o senhor Desventura, que há 10 anos era um social-democrata, há 5 um liberal conservador e hoje um nacionalista conservador a favor de um Estado Social forte.
De todo o modo, eu estou confortável para falar do Gouveia, pois conheço as suas ideias. Tudo será revelado a seu tempo, quem está na liderança não tem pressa para entregar as suas cartas.
O PR é, ao contrário do que muitos pensam, um órgão político ativo, com competências dessa natureza atribuídas constitucionalmente, e competências essas que, devo dizer, podem ser muito poderosas. Por tradição, os PR não as têm explorado, mas elas existem. Quero com isto dizer que as opiniões políticas de Gouveia e Melo serão relevantes dependendo da forma como exerça o seu hipotético mandato: se for tão só um "mediador", um "árbitro", então são quase irrelevantes; se assumir uma posição mais intervencionista - e será este, a meu ver, o mote de Gouveia e Melo -, então aí existirá indubitavelmente uma necessidade de enfatizar o seu discernimento.