Eu também conheço Gouveia e Melo, não interessa dissecar aqui como o conheci, e tenho boa impressão dele na ocasião que falei com ele. Tinha ideia que era uma pessoa com mentalidade "retornada" (nasceu em Moçambique) mas ví que não numas perguntas que lhe fiz, e ele tem 7 anos menos que eu o que faz diferença para o 25 de Abril, ele tinha 13 ou 14 e eu 20. Não sei se votarei nele ou não, vai depender muito da personalidade PS que se chegar à frente mas antecipando o meu palpite terá votos de todo o expectro desde a esquerda à direita. Numa 2ª volta improvável dele com Marques Mendes, um catavento que não gosto, votaria nele e ganharia por larga margem. O PS não pode escolher a personalidade que quer, pode influenciar mas não tem voto na escolha que é pessoal, e se tiver 2 por exemplo Seguro e Centeno arrisca-se a não ir a uma 2ª volta, eu arriscava que devia ser Centeno a ir só mas não risco nada nisto.
Marcelo sair de cena é importante porque desbaratou todo o prestígio que chegou a ter mas é importante ter alguém como Presidente com "nível" político.
E dou o exemplo de uma pessoa que está nos antípodas do meu pensamento político mas que foi a pessoa que antes de Marcelo resolveu o problema da geringonça; obrigou-os a fazer um acordo político ESCRITO - Marcelo nunca o faria - Essa pessoa chama-se Aníbal Cavaco Silva. Tem defeitos e virtudes mas é um homem com sentido de Estado.
Tens absoluta razão. Muitos esperam que o Gouveia seja alguém de uma direita firme (diferente da do Chega, porém), mas a realidade não é bem essa. Claro que em certos temas - como a defesa - terá uma opinião que todos associamos à direita, no entanto certamente não é assim que se qualifica. O que posso dizer é o seguinte: trata-se de um moderado.
Tenho o Seguro como um homem honesto e íntegro, mas nestas eleições perde. O Centeno não é honesto e íntegro, mas "cativou" (em todos os sentidos...) os portugueses com um trabalho supostamente irrepreensível...ora, não foi irrepreensível, longe disso na verdade. Recorrendo a determinados esquemas, é fácil apresentar resultados positivos, para além de um aproveitamento das políticas do Governo Passos Coelho, que não se devem a esse governo mas sim ao esforço e resiliência dos portugueses naqueles anos de crise...ainda assim, levaria um baile do Gouveia e Melo.
O António Vitorino é um homem muito inteligente, ponderado e moderado. Ponto negativo: é relativamente desconhecido, esteve demasiado tempo longe dos holofotes nacionais. Não tem chances.
O Marques Mendes é um nepo baby, que possui todos os defeitos do Marcelo sem, contudo, ter as inegáveis qualidades deste.
O Augusto Santos Silva e a Ana Gomes não são personagens conciliatórias; pelo contrário, têm uma tendência para a guerra política suja, o cristalino oposto do que se espera e do que deve ser o exercício de funções de um PR. Não tenho qualquer dúvida de que seriam os candidatos preferidos do Pedro Nuno, porém como já vimos: a máquina do PS sobrepõe-se ao atual secretário-geral.
Quanto ao Ventura, nada a dizer. Todos conhecemos essa personagem. Se for a uma segunda volta, levará uma abada. Não tem o carácter exigido de um PR. A sua candidatura resulta de quatro fatores:
1. Uma rejeição do Gouveia e Melo em relação a um possível apoio do Chega
2. A ausência de quadros no partido que possam ser candidatos fortes
3. A recusa do Passos Coelho de concorrer
4. O aproveitamento do Ventura de mais projeção mediática, que lhe fará muito bem (ou não) nas quase certas eleições legislativas de 2026.