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cccmonteiro

"No futebol, o pior cego é o que só vê a bola."
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SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
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e em casa. eu vejo com os meus netos quando lá vou - um de 13 anos e outra de 7 anos. antigamente até para comer tinham o tlm ao lado a verem, eu chamei a atenção e agora já não vejo isso.
Foi preciso um pobre desgraçado com 71 anos chamar à atenção para os pais abrirem os olhos?
E em casa da minha namorada quando um filho vai lá almoçar de 15 em 15 dias estavam os pais a comerem e a ver o tlm, foi preciso ela chamar à atenção para deixarem de fazer? e têm ambos 38 e 36 anos...
71 anos é uma idade de firmeza.
Há que elogiar
Aproveito para acrescentar que foi a mudança de sociedade na transição de século que potenciou o que hoje há.
O choque geracional sempre existiu e os pais sempre tiveram o ensejo de dar aos filhos mais do que receberam.
A questão é que no início do séc houve um desenvolvimento exponencial de condições.
Ou seja eu com 42 anos já tive melhores condições que o meu pai e o meu pai teve melhores que o meu avô.
A questão é que os millenials tiveram uma explosão de condições que a geração anterior
Por exemplo eu com 6 anos andava cerca de 1km para ir para escola primária sozinho ou com amigos.
Hoje em dia é impensável isso acontecer sequer com 12 ou 13 anos.
Porque? Porque há uma estrutura social que oferece condições quase de porta a porta.
Aos 10 quando fui para o 5ano para a cidade, tinha de andar 2km até a escola desde a gare ao frio, vento e chuva com 18 kg na mochila.
Hoje em dia é até a porta da escola.
Estas condições menos favoráveis( tenho vergonha de dizer duras porque realmente não era nada de outro mundo) que eu tinha e que pessoas antes de mim forjam a realidade e potênciava que nós desenvolvessemos outras competências.
Hoje com os meios que existem, ninguém precisa de desenvolver competências quer o nível raciocínio ou olhar para uma situação desconfortável e contorna lá porque agora o estímulo desconforto é mínimo ou até nulo.
Não vamos mais longe na minha idade de iniciados num campeonato com 20 e tal jogos jogava 1/2 jogos em relvado natural e tudo o resto em pelado, hoje em dia é sintético ou natural.
E tens petizes a jogar em relvados naturais todos os jogos.
Não olhemos como bom ou mau em termos absolutos.
Terá de ser sempre de que ângulo se olha para a situação.
É bom do ponto de vista de sociedade ter evoluído ao ponto de darmos grandes condições a quem nela vive.
Mas bolas somos conscientes o suficiente para perceber que isso tem custos na forma como as pessoas são moldadas
 
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71 anos é uma idade de firmeza.
Há que elogiar
Aproveito para acrescentar que foi a mudança de sociedade na transição de século que potenciou o que hoje há.
O choque geracional sempre existiu e os pais sempre tiveram o ensejo de dar aos filhos mais do que receberam.
A questão é que no início do séc houve um desenvolvimento exponencial de condições.
Ou seja eu com 42 anos já tive melhores condições que o meu pai e o meu pai teve melhores que o meu avô.
A questão é que os millenials tiveram uma explosão de condições que a geração anterior
Por exemplo eu com 6 anos andava cerca de 1km para ir para escola primária sozinho ou com amigos.
Hoje em dia é impensável isso acontecer sequer com 12 ou 13 anos.
Porque? Porque há uma estrutura social que oferece condições quase de porta a porta.
Aos 10 quando fui para o 5ano para a cidade, tinha de andar 2km até a escola desde a gare ao frio, vento e chuva com 18 kg na mochila.
Hoje em dia é até a porta da escola.
Estas condições menos favoráveis( tenho vergonha de dizer duras porque realmente não era nada de outro mundo) que eu tinha e que pessoas antes de mim forjam a realidade e potênciava que nós desenvolvessemos outras competências.
Hoje com os meios que existem, ninguém precisa de desenvolver competências quer o nível raciocínio ou olhar para uma situação desconfortável e contorna lá porque agora o estímulo desconforto é mínimo ou até nulo.
Não vamos mais longe na minha idade de iniciados num campeonato com 20 e tal jogos jogava 1/2 jogos em relvado natural e tudo o resto em pelado, hoje em dia é sintético ou natural.
E tens petizes a jogar em relvados naturais todos os jogos.
Não olhemos como bom ou mau em termos absolutos.
Terá de ser sempre de que ângulo se olha para a situação.
É bom do ponto de vista de sociedade ter evoluído ao ponto de darmos grandes condições a quem nela vive.
Mas bolas somos conscientes o suficiente para perceber que isso tem custos na forma como as pessoas são moldadas
Bem...eu tinha condições diferentes das tuas para muito melhor, a escola é nas traseiras da minha casa, o D.Manuel II hoje Rodrigues de Freitas ficava a 10m a pé - andei lá eu e os meus filhos nos dois.
Via na escola primária aonde andei dois tipos de alunos, os abastados como eu protegidos pelo professor e os pobres alguns de sapatos rotos ou tamancos a serem maltratados. De referenciar para quem não sabe que os professores ganhavam miserávelmente na década de 50 e tinham por vezes 2 empregos e por norma eram casados com professoras - uns na escola masculina e outras na feminina - a escola tinha uma vedação a separar os rapazes das raparigas.
Já com os meus filhos foi diferente, andaram lá na década de 80 e principio de 90, passou a haver cantina e já era escola mista, no meu tempo não havia, hoje tem pré-escolar e não havia no meu tempo nem no dos meus filhos. Passaram a existir atividades culturais e desportivas que não existiam no meu tempo nem dos meus filhos.
Isto na chamada Escola Primária hoje tem outro nome que nem sei qual é.
No Liceu, hoje Escola Secundária, a situação é pouco diferente do meu tempo com exceção de ser misto. Uma coisa que piorou após o 25 de Abril foram as atividades desportivas, segundo me consta agora é pior pelo menos neste. Saíram muitos atletas das escolas para clubes já com formação.
Hoje paga-se nos clubes para fazer desporto, antigamente era grátis, chegavas a junior ou juvenil e ficavas se vissem qualidades em ti, se não vissem ias para outro clube ou desistias.
O meu Clube era o CDUP e só andavam lá estudantes e tinha condições muito boas. Saí de lá para o CDUL em rugby para ser campeão e antes do 25 de Abril por situações recambolescas relacionadas com o serviço militar, fui recrutado à força para ele por causa de incidentes em Coimbra aonde estava no 3º ano da Faculdade pirei-me para França. Aí após 2, 3 semanas a andar ao Deus dará fui fazer testes a um clube Francês de nomeada e fiquei logo, fui campeão 2x e além de me pagarem os estudos pagavam um ordenado alto. Em 1977 decidi regressar, embora já estivesse cá muitas vezes de 74 a 77, e já licenciado desisti de praticar rugby com apenas 24 anos. Fiz mal, fiz bem? A vida diz-me que fiz bem porque apareceu-me uma oportunidade de emprego fabulosa nunca pensei que iria para aquilo mas os testes que fiz em Bruxelas para trabalhar na parte diplomática levaram-me a uma opção que nunca imaginaria antes ter mas a vida é feita de imprevistos. Calhou bem, ganhei muito dinheiro mas podia ter sido morto diversas vezes mas aquela adrenalina ainda não me saíu do corpo, adorava o que fazia - nem todos têm essa sorte no trabalho.
Agora os problemas são outros, coisas que não havia dantes existem mas também há coisas que existiam e eram melhores que hoje - aqui refiro-me à parte que desenvolveste sobre o ensino. No meu tempo não havia por exemplo numerus clausus para ingresso na Universidade e agora é diferente, a título de exemplo Marcelo Caetano teve 10 no 7º ano do Liceu e foi um brilhante aluno na Faculdade - hoje não teria entrado.