Ah, mas eu não me refiro ao Twitter da Joana Morgado, pessoa que não conheço pessoalmente, mas que parece ter toda a vibe de ser uma leitora fervorosa do Scum Manifesto da Valerie Solanas, ou seja, basicamente insuportável.Mas isso de interpretar por causa do passado é preconceito das pessoas. Tendo em conta às personagens em questão é apenas uma fraca tentativa de valer a retórica deles.
Eu, como praticamente todos aqui, vivemos no séc XXI, interpretamos da maneira que era para interpretar.
O homem anda numa azáfama dum lado para o outro, vai ter de estar fora de casa uns dias, a mulher preparou-lhe a mala porque preocupa-se com o marido e sabe que neste momento precisa mais dela do que nunca.
Fosse ao contrário, como em tempos a Maria Luís Albuquerque disse que o marido fazia as lides domésticas, e não havia qualquer celeuma. Foi um homem a dizer e estamos perante um caso de machismo e patriarcado.
Sabes qual é o grande problema disto tudo?
É que são estas pessoas que são a cara do feminismo e das lutas de igualdade. Apropriam-se de lutas importantes como se fossem delas e depois vêm despejar estas bacoradas sem sentido.
Eu, que estou bem resolvido com a vida, olho para isto e penso: "Normal. É uma estúpida a dizer estupidez.". O problema é que há muitas mentes (e essas sim) do tempo do arroz de quinze que se aproveitam destas alarvidades para criticar, desvalorizar e ridicularizar o movimento feminista.
Tu, que estás tranquilo com a vida, como provavelmente a maioria das pessoas aqui, vês aquilo, não te identificas com o estereótipo e não vês nada de mal. Isso não invalida, porém, que outras pessoas, igualmente resolvidas, possam ver ali um deslize de linguagem que reforça a ideia do patriarcado, onde o homem não se envolve com as tarefas domésticas.
Pessoalmente, estou numa fase em que os conceitos de papéis de genero já não fazem sentido para mim. Por isso, acho que até o marido da MLA a fazer as tarefas domésticas soa a um paternalismo sem propósito. Se ele tem mais tempo, por que não? É noticia por inverter os papeis de género? Pá, estamos em 2024.
De qualquer forma, tenho uma amiga que se dá muito bem com o Castro Almeida e que lhe enviou o vídeo da Tânia Graça. Quando este período terrível passar, pergunto-lhe qual foi a reação.
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