Também não vi ninguém da IL fazer um único comentário relevante sobre a ação da polícia na morte do homem. Em relação a isso são sempre pequenas notas de rodapé. Até vieram como paradoxo securitário (paradoxo vindo deles). Aí já não é preciso ter responsabilidade e sensibilidade com todos os envolvidos? O que é que isso ajuda a acalmar a situação? Dar-se foco exclusivo às ações de vandalismo é tão radical como fazer-se o mesmo com a ação do polícia.Eu não percebo é a comichão com o facto de dizer que o Chega e o Bloco de Esquerda promoveram a instabilidade social neste caso.
O Chega é muito mais perigoso que o BE, o que não significa que este não possua uma posição extremada neste tocante.
"Plágios das dialéticas existentes noutras latitudes" são o pão nosso de cada dia destes dois partidos. A boa parte de os criticar aos dois é que vai sempre existir alguém que fica magoado; a armadilha é criticar os dois e esperar que venha alguém defender um deles.
E só numa conjuntura tão polarizada, com indivíduos - aí sim - a converterem-se a um discurso divisivo, é que uma crítica a esses dois partidos pode soar como uma equiparação.
A moderação está em desuso. O centro político está a morrer. Temos um Pedro Nuno e uma Alexandra Leitão a rotularem o Moedas, Montenegro e afins de extrema-direita; temos um Montenegro e um Hugo Soares a dizer que o Pedro Nuno é um novo Vasco Gonçalves.
Eu vou dizer isto sem pudor: o PCP é muito mais responsável que o BE. Esta não é uma questão ideológica - prende-se sobretudo com o que o Estado e a sociedade precisam. Hoje viram-se os adultos na sala e as criancinhas. Enquanto os deputados do Chega são bullies com ódio dentro deles, os do BE são sonsos que se aproveitam de uma tragédia para prosseguir os seus fins eleitorais e culturais. Um é muito pior que o outro, no entanto ambos são maus.
Um partido que é uma merda mas é democrático sempre será superior a um partido autoritário. Isso não significa que aquele partido de merda seja imune às críticas.
A máscara efetivamente cai quando as pessoas são incapazes de aceitar os vícios das suas forças partidárias prediletas. Eu rejeito entidades que promovam guerras culturais.
É certo e sabido que o Chega é muito pior que o BE. Se esse é, porém, o argumento para defender este último, então está fundamentado o meu ponto.