Actualidade Internacional

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
Nem queiras ler o que grupos de feministas radicais escrevem.
Um destes dias estava a ler uns essays e opiniões sobre um determinado período da história e dei de fuças com uma.
Alucinação, sociopatia e misantropia generalizada.
Até fiz um facepalm violento que me ficou a arder.
Era a Valerie Solanas, conhecida por ter tentado matar o Andy Warhol?
 

joaovilasboas

Bancada central
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
A disforia é uma condição psiquiátrica, a anorexia também.
São um desfazar entre a nossa imagem física e psicológica.
Não lhe devemos chamar doenças, mas também não lhe devemos impor "normalidade".
A disforia por exemplo é uma condição rara, um 0.2% das pessoas.

A anorexia só se resolve com a integração mental e o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis.
As disforias resolvem-se ou com a integração psicológica (auxiliada ou natural) e em último caso caso não aconteça integração a transição para que a pessoa se sinta confortável. Uma pessoa não integrada mentalmente teria a tendência para se magoar a si mesma e perder vontade de viver.
Uma questão filosófica: e se a prevalência da disforia de género for bem maior do que a que é reportada?

Quão popular é hodiernamente diagnosticar alguém com disforia de género? E num caso desses, qual seria a solução sem ser a transição? Isto tendo em consideração a percepção de que pode também não ser muito célebre medicar alguém com essa condição.

Além do mais, deve ser permitida a transição a menores de 18 anos?

Que compaginação tem a não-binariedade - construção social - com a realidade científica e/ou fáctica?

Note-se que não são perguntas retóricas. São perguntas que não raro coloco a mim mesmo, e que agora exponho aqui no fórum para promover um debate sadio.
 
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joaovilasboas

Bancada central
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Essa inferência é tão 1994.
No meu post inicial, tens um estudo na vertente da neurociência. Existem também vários no ramo da psicologia. O consenso é que existem mais do que 2 géneros. O que ainda não está estudado, ou aprofundado, é o número total. Até porque a visão atual admite construções ambientais e pessoais no processo neurológico, portanto teríamos um número ilimitado.

Agora, se te identificas como uma macieira... Epá, consulta um psiquiatra.
Pelo que sei, não existe qualquer consenso no que coloquialmente denominamos de "ciências naturais", "ciências exatas", até porque essa é uma questão na qual as disciplinas que integram essa área por norma não abordam.

E sendo o tocante dos géneros uma construção social, a lógica diz-nos que tal seria o campo de estudos das ciências humanas ou sociais. Ora, como não acompanho os debates doutrinais p.e. da sociologia, não sei indicar se existe um consenso ou não nessas disciplinas.

No entanto, o @Edgar Siska poderá iluminar melhor a discussão com a sua perspetiva.
 
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Czarli9

Tribuna Presidencial
23 Julho 2017
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É demasiado facilitador, para haver problemas sérios. A natureza humana é por norma boa. A maioria das pessoas não vão mentir, sobre algo assim.
Mas vai acontecer. Tu sabes que sim, eu sei que sim.
Uma terceira casa de banho, acabaria com muito, de gente mal intencionada. Só isso.
Tu falas como se uma casa de banho mista fosse tipo balneários, quando na verdade são geralmente locais de 1 divisão, para uma pessoa de cada vez
 

Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
9 Julho 2016
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Pelo que sei, não existe qualquer consenso no que coloquialmente denominamos de "ciências naturais", "ciências exatas", até porque essa é uma questão na qual as disciplinas que integram essa área por norma não abordam.

E sendo o tocante dos géneros uma construção social, a lógica diz-nos que tal seria o campo de estudos das ciências humanas ou sociais. Ora, como não acompanho os debates doutrinais p.e. da sociologia, não sei indicar se existe um consenso ou não nessas disciplinas.

No entanto, o @Edgar Siska poderá iluminar melhor a discussão com a sua perspetiva.
E vou dar, hoje não me apanham é com muita paciência a esta hora que vim tarde para o treino 😆.
Mas voltarei ao tema assim que tiver tempo para discorrer sobre ele e sobre a minha perspetiva.
 
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Mike_Walsh

Tribuna
4 Janeiro 2024
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Eu tou a basear me na opinião científica e médica
Se é por motivação religiosa ou não é irrelevante, seja qualquer seja a motivação, não anula os benefícios da prática.

Só para que saibas medicamente a circuncisao é recomendada o mais cedo possível.

Mas vives numa sociedade livre podes escolher ou não faze lo.
Não se deve nem obrigar nem criminalizar.
As pessoas devem poder escolher
Diz isso às crianças israelitas e muçulmanas. Que devem poder escolher. É um bocado difícil escolheres quando tens 8 dias de vida.
É exactamente isso que alguns países da Europa mais desenvolvida querem fazer, criminalizar quem o faz aos seus filhos por motivos religiosos sem razão de saúde que o sustente.
Quanto ao resto, não é assim tão líquido. Caso contrário, a circuncisão não tinha descido de 70 para 30% nos Estados Unidos nos últimos anos. Caso contrário, a circuncisão não estava reduzida a míseros 10% na Europa.
Certo que a circuncisão tem vários benefícios, mas a maior parte dos homens não precisa de fazê-la.
Por motivos religiosos então é que ninguém precisa mesmo de ser mutilado.
 

wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
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Bragança
Tu falas como se uma casa de banho mista fosse tipo balneários, quando na verdade são geralmente locais de 1 divisão, para uma pessoa de cada vez
És a favor de uma justiça preventiva ou punitiva ? Sei que és a favor de prevenir, eu também sou e o @Cheue tenho a certeza que é.
Conhecendo a natureza humana, porque não é só boa, prefiro não dar azo a que alguém se aproveite disso.
O @Cheue disse aproximadamente isto " então o problema não é dos Trans, é de eventuais aproveitadores " ....ya mas é isso mesmo.
Conhecendo eu a nossa justiça, o prevaricador, sairia de cena, com quase nada, eventualmente sem um dia preso efetivamente.
Do outro lado, se potencialmente alguém fosse abusado, era para a vida. Uma pena perpétua na sua mente.
 

joaovilasboas

Bancada central
4 Maio 2024
2,067
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Um tema que domino mais é a obrigação das escolas adotarem medidas conexas com o direito à autodeterminação da identidade de género.

A Lei n.º 38 / 2018, de 7 de agosto (que não está totalmente em vigor), no seu artigo 12.º, estipula o seguinte:

1 - O Estado deve garantir a adoção de medidas no sistema educativo, em todos os níveis de ensino e ciclos de estudo, que promovam o exercício do direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e do direito à proteção das características sexuais das pessoas, nomeadamente através do desenvolvimento de:

a) Medidas de prevenção e de combate contra a discriminação em função da identidade de género, expressão de género e das características sexuais;

b) Mecanismos de deteção e intervenção sobre situações de risco que coloquem em perigo o saudável desenvolvimento de crianças e jovens que manifestem uma identidade de género ou expressão de género que não se identifica com o sexo atribuído à nascença;

c) Condições para uma proteção adequada da identidade de género, expressão de género e das características sexuais, contra todas as formas de exclusão social e violência dentro do contexto escolar, assegurando o respeito pela autonomia, privacidade e autodeterminação das crianças e jovens que realizem transições sociais de identidade e expressão de género;

d) Formação adequada dirigida a docentes e demais profissionais do sistema educativo no âmbito de questões relacionadas com a problemática da identidade de género, expressão de género e da diversidade das características sexuais de crianças e jovens, tendo em vista a sua inclusão como processo de integração socioeducativa.

2 - Os estabelecimentos do sistema educativo, independentemente da sua natureza pública ou privada, devem garantir as condições necessárias para que as crianças e jovens se sintam respeitados de acordo com a identidade de género e expressão de género manifestadas e as suas características sexuais.

3 - Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da igualdade de género e da educação adotam, no prazo máximo de 180 dias, as medidas administrativas necessárias para a implementação do disposto no n.º 1.
Em primeiro lugar, cumpre desde já dizer que os números 1 e 3 deste artigo não estão em vigor por conferirem ao governo matérias de reserva parlamentar.

Depois, temos aqui vários problemas:

1. A lei obriga o Estado a adotar medidas no sistema educativo. O estudo por detrás desta lei diz-nos que «o masculino e o feminino são apresentados como criações de uma maioria cultural dominante que, através de um discurso hegemónico, perpetua desigualdades sociais e promove a opressão de uma classe sexual por outra» e que o «masculino e feminino tornam -se “artifícios à deriva”, sujeitos a tantas interpretações e significados quantos os indivíduos que existem» e não têm outro sustentáculo senão a vontade de cada indivíduo».

1.1. Ou seja, pressupõe que o único requisito é a vontade do titular deste direito, sem necessidade de qualquer diagnóstico prévio. Quer isto dizer que assenta na conceção do género enquanto construção social.

1.2. Neste sentido, temos uma violação flagrante do número 2 ,do artigo 43.º da Constituição, que preconiza o seguinte: «O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas».

1.3. Ora, resulta claro que, de facto, temos uma adesão a uma visão ideológica, sem qualquer coincidência com algo objetivo que lhe possa atribuir autoridade. Conforme decidiu o TC, «[A] Essa mesma visão está necessariamente subjacente a ideia, repetidas vezes afirmada na Lei n.º 38/2018, de que a identidade de género simplesmente se «manifesta» [cf. artigos 3.º, n.º 2, 5.º, 7.º, n.º 3, 12.º, n.º 1, alínea b), e n.º 2], sem qualquer substrato objetivo que a suporte.»

2. Outra questão controversa é o facto de prever a obrigação aos estabelecimentos de ensino privados de garantirem "as condições necessárias para que as crianças e jovens se sintam respeitados de acordo com a identidade de género e expressão de género".

2.1. Para este efeito, talvez seja relevante resgatar o número 5, do artigo 41.º da Constituição: «É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respetiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas atividades.»

2.2. Neste sentido, tal como o Estado não pode impor um ensino confessional no sistema público, também não pode impedir um ensino confessional no sistema privado.

2.3. O mesmo será dizer que, quaisquer que sejam as medidas adotadas - e convém enfatizar que a fórmula "condições necessárias" confere enorme discricionariedade ao órgão executivo para promover o que quer que seja -, tais não poderão vincular os estabelecimentos de ensino privados.


Este é, ademais, o entendimento do Tribunal Constitucional.
 
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sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
  • Abril/19
Justo,

O ex-governador de Mato Grosso Moisés Feltrin, de 82 anos, vai receber uma pensão vitalícia por ter comandado o estado por 33 dias em 1991.

A decisão foi dos ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal.

Hoje, o salário do atual governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), é de R$ 30.862,79. Feltrin vai receber R$ 33 mil.


 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
És a favor de uma justiça preventiva ou punitiva ? Sei que és a favor de prevenir, eu também sou e o @Cheue tenho a certeza que é.
Conhecendo a natureza humana, porque não é só boa, prefiro não dar azo a que alguém se aproveite disso.
O @Cheue disse aproximadamente isto " então o problema não é dos Trans, é de eventuais aproveitadores " ....ya mas é isso mesmo.
Conhecendo eu a nossa justiça, o prevaricador, sairia de cena, com quase nada, eventualmente sem um dia preso efetivamente.
Do outro lado, se potencialmente alguém fosse abusado, era para a vida. Uma pena perpétua na sua mente.
Uma mulher pode ir num elevador e entrar um potencial violador e até pode nem ser uma mulher, pode ser uma miúda ou uma adolescente. Proíbam-se os elevadores.
ou até podem estar mulheres num balneário e existirem olhares inconvenientes de outras mulheres (no balneários dos homens isso é frequente e então em hotéis é melhor evitar e ir tomar banho ao quarto). Enfim. Há uma infinidade de sítios que podem ser aproveitados por pessoas de má rês , a maior parte dos abusadores até estão dentro de casa, proíbam-se as famílias.
 
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Edgar Siska

Presidente da Associação Ódio Eterno ao Panelas
9 Julho 2016
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Uma questão filosófica: e se a prevalência da disforia de género for bem maior do que a que é reportada?

Quão popular é hodiernamente diagnosticar alguém com disforia de género? E num caso desses, qual seria a solução sem ser a transição? Isto tendo em consideração a percepção de que pode também não ser muito célebre medicar alguém com essa condição.

Além do mais, deve ser permitida a transição a menores de 18 anos?

Que compaginação tem a não-binariedade - construção social - com a realidade científica e/ou fáctica?

Note-se que não são perguntas retóricas. São perguntas que não raro coloco a mim mesmo, e que agora exponho aqui no fórum para promover um debate sadio.
Sobre as duas primeiras questões acho o seguinte.

Que durante uma boa parte da nossa historia, mesmo no período moderno, claramente se subestimou essa prevalência.

E que agora se sobrestima um pouco.
É mais do que antes e menos do que alguma tendência moderna, a tal popularidade em apresentar esse diagnostico.
No entanto grande parte do aumento de dianósticos é devido muito mais à subestimação anterior do que à sobrestimação posterior que é mais negligenciável.
 
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wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
5,431
7,181
Bragança
Uma mulher pode ir num elevador e entrar um potencial violador e até pode nem ser uma mulher, pode ser uma miúda ou uma adolescente. Proíbam-se os elevadores.
ou até podem estar mulheres num balneário e existirem olhares inconvenientes de outras mulheres (no balneários dos homens isso é frequente e então em hotéis é melhor evitar e ir tomar banho ao quarto). Enfim. Há uma infinidade de sítios que podem ser aproveitados por pessoas de má rês , a maior parte dos abusadores até estão dentro de casa, proíbam-se as famílias.
Um elevador não é o mesmo que um balneário. Sabes porque não empregam cadastrados por abusos de menores em creches ?
Obviamente quem andar com intenções de fazer mal, eventualmente vai faze-lo. Menos vezes se não lhe forem proporcionadas oportunidades.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
9,322
12,296
Esmoriz
Um elevador não é o mesmo que um balneário. Sabes porque não empregam cadastrados por abusos de menores em creches ?
Obviamente quem andar com intenções de fazer mal, eventualmente vai faze-lo. Menos vezes se não lhe forem proporcionadas oportunidades.
Bem, um balneário também não é a mesma coisa que trabalhar numa creche, mas já nem sei muito bem qual é a situação hipotética que está em discussão.
 

Vlk

Tribuna Presidencial
3 Junho 2014
16,670
6,943
46
Lisboa
Uma questão filosófica: e se a prevalência da disforia de género for bem maior do que a que é reportada?

Quão popular é hodiernamente diagnosticar alguém com disforia de género? E num caso desses, qual seria a solução sem ser a transição? Isto tendo em consideração a percepção de que pode também não ser muito célebre medicar alguém com essa condição.

Além do mais, deve ser permitida a transição a menores de 18 anos?

Que compaginação tem a não-binariedade - construção social - com a realidade científica e/ou fáctica?

Note-se que não são perguntas retóricas. São perguntas que não raro coloco a mim mesmo, e que agora exponho aqui no fórum para promover um debate sadio.
Em relação à questão da idade. Parece-te justo obrigar um jovem a manter uma sexualidade que não sente como sua desde a puberdade (vanos dizer un 13 anos) até à idade adulta? São 5 anos de profundo desejo sexual, privar alguém de viver esse período com o máximo prazer e liberdade sobre o seu corpo parece-me um ato altamente castrador (no pun intended). Tb me faz confusão uma decisão tão drástica aos 13, 14 anos, mas 16 anos diria que é uma idade mais do que aceitável.