Actualidade Internacional

Edgar Siska

Grande Capitão JC2#
9 Julho 2016
85,744
152,020
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8
Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
as feministas radicais que defendem a sua transfobia extrema com o feminismo são um bocadinho para o alucinadas...
Nem queiras ler o que grupos de feministas radicais escrevem.
Um destes dias estava a ler uns essays e opiniões sobre um determinado período da história e dei de fuças com uma.
Alucinação, sociopatia e misantropia generalizada.
Até fiz um facepalm violento que me ficou a arder.
 
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Cheue

‎ ‎ ‎ ‎
12 Maio 2016
28,721
45,914
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7
109
O barbudo pode dizer que se identifica como mulher. É obrigatório um trans já ter modificado os genitais ? O processo demorado não conta ? O Trans só pode ir a uma casa de banho (que biologicamente nao era a sua) se já tiver feito a transformação física ?
então o problema aí é um gajo qualquer que finge ser trans para se aproveitar e coiso?...

e o problema é de quem é trans?
o problema é esse gajo.

mas aí até estamos a falar em esquemas tipo filme em que fazem buracos no balneário das mulheres
ou o rapaz que finge ser gay para ir a uma sleepover de raparigas.
 

Cheue

‎ ‎ ‎ ‎
12 Maio 2016
28,721
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109
Nem queiras ler o que grupos de feministas radicais escrevem.
Um destes dias estava a ler uns essays e opiniões sobre um determinado período da história e dei de fuças com uma.
Alucinação, sociopatia e misantropia generalizada.
Até fiz um facepalm violento que me ficou a arder.
terfs...
a líder é a JK Rowling.
mas nesse caso até parece haver ali um complexo qualquer.
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
7,296
9,477
Cientificamente para já há 2 sexos.
Quando se provar cientificamente que há mais, então aí haverá um desenvolvimento.
Até lá é o que temos.
Quando a ciência provar por todo o método que há mais do que 2 ok.
Não limitar não é a mesma coisa que dizer que existe
Referia-em ao facto de que sexo e género são 2 conceitos distintos.

Sexos existem 2.
Géneros a ciência não limita. A sobreposição de dinâmicas cerebrais relativamente aquilo que se entende biologicamente como cérebro masculino e cérebro feminino revela um desvio de 33% dos indivíduos.
 

wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
6,884
8,111
Bragança
então o problema aí é um gajo qualquer que finge ser trans para se aproveitar e coiso?...

e o problema é de quem é trans?
o problema é esse gajo.

mas aí até estamos a falar em esquemas tipo filme em que fazem buracos no balneário das mulheres
ou o rapaz que finge ser gay para ir a uma sleepover de raparigas.
É demasiado facilitador, para haver problemas sérios. A natureza humana é por norma boa. A maioria das pessoas não vão mentir, sobre algo assim.
Mas vai acontecer. Tu sabes que sim, eu sei que sim.
Uma terceira casa de banho, acabaria com muito, de gente mal intencionada. Só isso.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
8,870
7,136
As doenças psicológicas e psiquiátricas são complicadas.
Só apoiar no que sentem ? E se o que sentem forem consequência de uma doença ?
Apoiar um esquizofrénico, não é dizer-lhe que as vozes que ouve são verdadeiras.
Encaminhá-lo para ajuda médica é a ajuda certa.
Mas quem muda de sexo tem esse acompanhamento todo.
Fazem contagens hormonais Bla Bla.
As coisas não são do ar.
Mas em última análise a decisão é da pessoa e terá sempre de arcar com a responsabilidade.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
8,870
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Referia-em ao facto de que sexo e género são 2 conceitos distintos.

Sexos existem 2.
Géneros a ciência não limita. A sobreposição de dinâmicas cerebrais relativamente aquilo que se entende biologicamente como cérebro masculino e cérebro feminino revela um desvio de 33% dos indivíduos.
Sexo determina o gênero...para já.
É algo ainda pouco explorado mas perante todos estas reinvidicaçoes, é natural( e benéfico ) que se aprofunde o tema.
Agora espero é que as pessoas não enjeitem as conclusões se não for aquilo que esperam.
Eu estou preparado para ceder se a ciência concluir que afinal há mais do que 2 géneros.
Do outro lado estarão?
 

Czarli9

Tribuna Presidencial
23 Julho 2017
7,033
6,098
@Manageiro de futból

Acerca da IL, do BE e das doutrinas e políticas económicas,

não deixa de ser surpreendente essa oscilação do voto, uma vez que os partidos se encontram nos antípodas do entendimento sobre a realidade. Por maior polémica que se gere em torno de questões culturais, matéria de costumes onde ambos os partidos podem ter alguma sobreposição, os factores materiais marcam uma clivagem entre ambos e são, a meu ver, responsáveis pelas grandes transformações que temos vindo a assistir no plano económico, social e político. As políticas neoliberais, que entretanto se tornaram hegemónicas no mundo e pelas quais nos regulamos (inscritas no funcionamento de instituições como o FMI, Banco Mundial, OMC, nos planos de resgate às economias da zona euro, feitos a troco da implementação de reformas liberais...) , usualmente defendidas por agentes políticos do tipo IL, são conhecidas, estudadas e os resultados estão aí. Provocaram desigualdade obscena, acumulação de riqueza num conjunto ínfimo de pessoas, estagnação dos salários reais, fraco crescimento económico, assimetrias globais, crises de um sistema bancário/financeiro pouco regulado e cego aos riscos da maximização do lucro, grandes monopólios, erosão dos estados sociais, animosidade social, extremismo político...

Menos estado, menos impostos, menos regulação, mais liberdade económica e coisas que tais, características das IL desse mundo, são justamente o problema. Se a IL defende o aprofundamento do actual sistema económico, então nada tem para oferecer. Não o afirmo sequer tendo no pensamento um outro sistema radicalmente distinto, mas considerando somente a fase das actuais economias de mercado e os seus efeitos nos sistemas políticos nacionais. A linha do crescimento vai subindo sob a actual ideologia económica, mas isso não chega. Importa compreender para onde vai a riqueza produzida, em que proporção se distribui pelas camadas sociais, de que forma é recompensado o trabalho e a produtividade... É também relevante não o ódio aos ricos, mas a compreensão dos actuais níveis de desigualdade e acumulação, que escapam à imaginação humana tal é a magnitude. Tal como estar consciente de que, em vários países desenvolvidos, os salários reais dos trabalhadores são hoje semelhantes ou até inferiores aos que auferiam há várias décadas atrás.

Houve quem se aproveitasse desproporcionalmente da guinada económica dos 70/80, sobretudo a pequena percentagem dos mais ricos e as populações pobres de países em desenvolvimento, para onde se exportou a produção. Aliás, esse passo de transformação global não mais é que uma consequência racional dos princípios económicos dominantes. A produção, em busca de maior lucro, foi para países de baixos salários, com fracas regulações estatais em matéria de segurança, ambiente, ... Tem até uma certa piada observar que o principal vencedor da corrida para o fundo, a China, beneficiária dessa liberalização dos mercados, tornou-se a segunda maior economia mundial seguindo princípios próprios, de livre mercado e forte intervenção estatal, e não aderindo a um mero receituário de privatizar, desregular, liberalizar...

Contemplemos a hipótese de uma desigualdade crescente, ainda mais. Será que os que têm menos, a vasta maioria, se contentará com escassos progressos nos seus níveis de vida? Se é que poderemos falar de progressos. Ou será que as pessoas olharão para o topo da pirâmide social e notarão que se encontram relativamente mais pobres?... Quando assim é, torna-se previsível que se comece a olhar para os imigrantes de uma certa maneira, para as elites, para o sistema partidário... e se procure uma outra coisa qualquer. Redistribuir é necessário para assegurar um certo compromisso social. Para isso é necessário que o estado tenha um papel relevante, programas sociais, instrumentos fiscais... A IL percebe isso? Que a riqueza é criada colectivamente, não apenas a partir das ideias do Musk ou da iniciativa económica do Soares dos Santos mas assente nos milhares de trabalhadores das suas empresas... O estado tem de ser forte até para assegurar condições favoráveis à economia de mercado, mantendo a democracia.

Uma consequência óbvia do actual estado de coisas é que a acumulação de poder económico equivale a uma acumulação de poder político. Menos democracia.

Se a solução não é essa, convenhamos que a esquerda revelou-se uma inutilidade sendo incapaz de propor uma real alternativa, quando não, pura e simplesmente, adoptou as mesmíssimas políticas económicas. O atenção excessiva a questões culturais, não obstante a necessidade de reconhecer a diferença e de ter políticas para ela, poderá ser vista como um sinal de derrota da esquerda e uma forma de distrair e radicalizar quem vai ficando para trás. Mais vale ter stonks e dogecoins. Ou um pai rico a quem pedir um pequeno empréstimo de um milhão de dólares. Mas também aí reina a desigualdade.
Saudades tuas. 💙
 
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Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
7,296
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Sexo determina o gênero...para já.
É algo ainda pouco explorado mas perante todos estas reinvidicaçoes, é natural( e benéfico ) que se aprofunde o tema.
Agora espero é que as pessoas não enjeitem as conclusões se não for aquilo que esperam.
Eu estou preparado para ceder se a ciência concluir que afinal há mais do que 2 géneros.
Do outro lado estarão?
Essa inferência é tão 1994.
No meu post inicial, tens um estudo na vertente da neurociência. Existem também vários no ramo da psicologia. O consenso é que existem mais do que 2 géneros. O que ainda não está estudado, ou aprofundado, é o número total. Até porque a visão atual admite construções ambientais e pessoais no processo neurológico, portanto teríamos um número ilimitado.

Agora, se te identificas como uma macieira... Epá, consulta um psiquiatra.
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
12,338
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O que me incomoda é que se institucionalize as crenças.
Nem é comparável a situação de deficiência( condições médicas) ou de problemas de aprendizagem( há testes e métodos de avaliação).
Para pessoas que não se identificam com nenhum de género não há nada de substâncial que as suporte, apenas a sua consciência.
Não depende de testes nem de condição médica.
Se é Trans vai para a casa de banho para onde o género que se transferiu.
Não é uma questão de ferir ou não ferir, é uma questão de normalização da diferença.
Lutou se para normalizar a igualdade, agora luta se pelo contrário não faz sentido.
A institucionalizaçao da diferença é feita sobre pressupostos médicos e científicos não sobre a consciência das pessoas
Uma pessoa que está em transição com acompanhamento médico não é uma questão de crença nem de consciência, acho eu. Nem as pessoas intersexo, que são quase 1% da população, numa escola com 500 alunos seriam 5, sou muito bom a fazer contas.
 

Manageiro de futból

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25 Julho 2007
12,338
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Nem queiras ler o que grupos de feministas radicais escrevem.
Um destes dias estava a ler uns essays e opiniões sobre um determinado período da história e dei de fuças com uma.
Alucinação, sociopatia e misantropia generalizada.
Até fiz um facepalm violento que me ficou a arder.
Era a Valerie Solanas, conhecida por ter tentado matar o Andy Warhol?
 

bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
A disforia é uma condição psiquiátrica, a anorexia também.
São um desfazar entre a nossa imagem física e psicológica.
Não lhe devemos chamar doenças, mas também não lhe devemos impor "normalidade".
A disforia por exemplo é uma condição rara, um 0.2% das pessoas.

A anorexia só se resolve com a integração mental e o estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis.
As disforias resolvem-se ou com a integração psicológica (auxiliada ou natural) e em último caso caso não aconteça integração a transição para que a pessoa se sinta confortável. Uma pessoa não integrada mentalmente teria a tendência para se magoar a si mesma e perder vontade de viver.
Uma questão filosófica: e se a prevalência da disforia de género for bem maior do que a que é reportada?

Quão popular é hodiernamente diagnosticar alguém com disforia de género? E num caso desses, qual seria a solução sem ser a transição? Isto tendo em consideração a percepção de que pode também não ser muito célebre medicar alguém com essa condição.

Além do mais, deve ser permitida a transição a menores de 18 anos?

Que compaginação tem a não-binariedade - construção social - com a realidade científica e/ou fáctica?

Note-se que não são perguntas retóricas. São perguntas que não raro coloco a mim mesmo, e que agora exponho aqui no fórum para promover um debate sadio.
 
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bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Essa inferência é tão 1994.
No meu post inicial, tens um estudo na vertente da neurociência. Existem também vários no ramo da psicologia. O consenso é que existem mais do que 2 géneros. O que ainda não está estudado, ou aprofundado, é o número total. Até porque a visão atual admite construções ambientais e pessoais no processo neurológico, portanto teríamos um número ilimitado.

Agora, se te identificas como uma macieira... Epá, consulta um psiquiatra.
Pelo que sei, não existe qualquer consenso no que coloquialmente denominamos de "ciências naturais", "ciências exatas", até porque essa é uma questão na qual as disciplinas que integram essa área por norma não abordam.

E sendo o tocante dos géneros uma construção social, a lógica diz-nos que tal seria o campo de estudos das ciências humanas ou sociais. Ora, como não acompanho os debates doutrinais p.e. da sociologia, não sei indicar se existe um consenso ou não nessas disciplinas.

No entanto, o @Edgar Siska poderá iluminar melhor a discussão com a sua perspetiva.
 
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Czarli9

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23 Julho 2017
7,033
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É demasiado facilitador, para haver problemas sérios. A natureza humana é por norma boa. A maioria das pessoas não vão mentir, sobre algo assim.
Mas vai acontecer. Tu sabes que sim, eu sei que sim.
Uma terceira casa de banho, acabaria com muito, de gente mal intencionada. Só isso.
Tu falas como se uma casa de banho mista fosse tipo balneários, quando na verdade são geralmente locais de 1 divisão, para uma pessoa de cada vez
 

Edgar Siska

Grande Capitão JC2#
9 Julho 2016
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Pelo que sei, não existe qualquer consenso no que coloquialmente denominamos de "ciências naturais", "ciências exatas", até porque essa é uma questão na qual as disciplinas que integram essa área por norma não abordam.

E sendo o tocante dos géneros uma construção social, a lógica diz-nos que tal seria o campo de estudos das ciências humanas ou sociais. Ora, como não acompanho os debates doutrinais p.e. da sociologia, não sei indicar se existe um consenso ou não nessas disciplinas.

No entanto, o @Edgar Siska poderá iluminar melhor a discussão com a sua perspetiva.
E vou dar, hoje não me apanham é com muita paciência a esta hora que vim tarde para o treino 😆.
Mas voltarei ao tema assim que tiver tempo para discorrer sobre ele e sobre a minha perspetiva.
 
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wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
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Bragança
Tu falas como se uma casa de banho mista fosse tipo balneários, quando na verdade são geralmente locais de 1 divisão, para uma pessoa de cada vez
És a favor de uma justiça preventiva ou punitiva ? Sei que és a favor de prevenir, eu também sou e o @Cheue tenho a certeza que é.
Conhecendo a natureza humana, porque não é só boa, prefiro não dar azo a que alguém se aproveite disso.
O @Cheue disse aproximadamente isto " então o problema não é dos Trans, é de eventuais aproveitadores " ....ya mas é isso mesmo.
Conhecendo eu a nossa justiça, o prevaricador, sairia de cena, com quase nada, eventualmente sem um dia preso efetivamente.
Do outro lado, se potencialmente alguém fosse abusado, era para a vida. Uma pena perpétua na sua mente.
 

bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Um tema que domino mais é a obrigação das escolas adotarem medidas conexas com o direito à autodeterminação da identidade de género.

A Lei n.º 38 / 2018, de 7 de agosto (que não está totalmente em vigor), no seu artigo 12.º, estipula o seguinte:

1 - O Estado deve garantir a adoção de medidas no sistema educativo, em todos os níveis de ensino e ciclos de estudo, que promovam o exercício do direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e do direito à proteção das características sexuais das pessoas, nomeadamente através do desenvolvimento de:

a) Medidas de prevenção e de combate contra a discriminação em função da identidade de género, expressão de género e das características sexuais;

b) Mecanismos de deteção e intervenção sobre situações de risco que coloquem em perigo o saudável desenvolvimento de crianças e jovens que manifestem uma identidade de género ou expressão de género que não se identifica com o sexo atribuído à nascença;

c) Condições para uma proteção adequada da identidade de género, expressão de género e das características sexuais, contra todas as formas de exclusão social e violência dentro do contexto escolar, assegurando o respeito pela autonomia, privacidade e autodeterminação das crianças e jovens que realizem transições sociais de identidade e expressão de género;

d) Formação adequada dirigida a docentes e demais profissionais do sistema educativo no âmbito de questões relacionadas com a problemática da identidade de género, expressão de género e da diversidade das características sexuais de crianças e jovens, tendo em vista a sua inclusão como processo de integração socioeducativa.

2 - Os estabelecimentos do sistema educativo, independentemente da sua natureza pública ou privada, devem garantir as condições necessárias para que as crianças e jovens se sintam respeitados de acordo com a identidade de género e expressão de género manifestadas e as suas características sexuais.

3 - Os membros do Governo responsáveis pelas áreas da igualdade de género e da educação adotam, no prazo máximo de 180 dias, as medidas administrativas necessárias para a implementação do disposto no n.º 1.
Em primeiro lugar, cumpre desde já dizer que os números 1 e 3 deste artigo não estão em vigor por conferirem ao governo matérias de reserva parlamentar.

Depois, temos aqui vários problemas:

1. A lei obriga o Estado a adotar medidas no sistema educativo. O estudo por detrás desta lei diz-nos que «o masculino e o feminino são apresentados como criações de uma maioria cultural dominante que, através de um discurso hegemónico, perpetua desigualdades sociais e promove a opressão de uma classe sexual por outra» e que o «masculino e feminino tornam -se “artifícios à deriva”, sujeitos a tantas interpretações e significados quantos os indivíduos que existem» e não têm outro sustentáculo senão a vontade de cada indivíduo».

1.1. Ou seja, pressupõe que o único requisito é a vontade do titular deste direito, sem necessidade de qualquer diagnóstico prévio. Quer isto dizer que assenta na conceção do género enquanto construção social.

1.2. Neste sentido, temos uma violação flagrante do número 2 ,do artigo 43.º da Constituição, que preconiza o seguinte: «O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas».

1.3. Ora, resulta claro que, de facto, temos uma adesão a uma visão ideológica, sem qualquer coincidência com algo objetivo que lhe possa atribuir autoridade. Conforme decidiu o TC, «[A] Essa mesma visão está necessariamente subjacente a ideia, repetidas vezes afirmada na Lei n.º 38/2018, de que a identidade de género simplesmente se «manifesta» [cf. artigos 3.º, n.º 2, 5.º, 7.º, n.º 3, 12.º, n.º 1, alínea b), e n.º 2], sem qualquer substrato objetivo que a suporte.»

2. Outra questão controversa é o facto de prever a obrigação aos estabelecimentos de ensino privados de garantirem "as condições necessárias para que as crianças e jovens se sintam respeitados de acordo com a identidade de género e expressão de género".

2.1. Para este efeito, talvez seja relevante resgatar o número 5, do artigo 41.º da Constituição: «É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respetiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas atividades.»

2.2. Neste sentido, tal como o Estado não pode impor um ensino confessional no sistema público, também não pode impedir um ensino confessional no sistema privado.

2.3. O mesmo será dizer que, quaisquer que sejam as medidas adotadas - e convém enfatizar que a fórmula "condições necessárias" confere enorme discricionariedade ao órgão executivo para promover o que quer que seja -, tais não poderão vincular os estabelecimentos de ensino privados.


Este é, ademais, o entendimento do Tribunal Constitucional.
 
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