Nesta versão, dificilmente não será censurável. Seria possível outra? Um projecto étnico-religioso colonial, violento e opressor; e não apenas o ensejo legítimo por um espaço de autonomia política.
Veja-se a sordidez da coisa: a poucos dias de se assinalar os oitenta anos da libertação de Auschwitz, o presidente israelita tem contra si um mandado de captura internacional por crimes contra a humanidade. Na Alemanha, a extrema-direita aparece como o segundo partido mais popular a nível nacional. Apoiada pelo governante-sombra, e homem mais rico do planeta, da futura administração norte-americana. Num contexto desta natureza, a Europa vai naufragando alegremente, acossada pelo seu grande aliado, dividida no âmago, incapaz de se fazer valer num mundo em que o antigo poder hegemónico vai declinando à medida que as relações de poder se reestruturam e outros actores ocupam o palco principal... é a vida. E é também o drama de um conjunto de países excessivamente pequenos para os desafios internacionais, e que tão-pouco se conseguem entender quanto a um rumo comum.