Despede-se tristemente quem catapultou o clube para a dimensão de potência. Que seja, não se perdendo tudo, motivo de reflexão para a comunidade azul e branca. A unanimidade é perigosa, por mais benévolo que seja o destinatário, e o poder também. A aura que o envolveu, compreensivelmente, dissuadiu a crítica, desencorajou a contestação. Há não muito, a desconfiança abatia-se sobre quem divergia e poupava a presidência. Maus hábitos que alimentaram outros maus hábitos, a ponto de se ver sócios agredidos. Se o presidente de outros tempos não merecia, o clube muito menos. Não imaginava ver Pinto da Costa derrotado em eleição. Os sócios portistas agigantaram-se e mostraram algo que deverá ser sempre uma evidência - ninguém está acima do clube, nem mesmo quem o transformou.
A ingratidão fica-lhe muitíssimo mal. Conceição foi-lhe leal. Não é a primeira vez que sacode a água do seu capote para cima de um treinador. Que culpa um treinador pela situação financeira do clube, que é da exclusiva responsabilidade da administração. O treinador é mais um funcionário, trabalha dentro de campo. Se se lhe atribui mais peso, é porque alguém não está a fazer o seu trabalho. Nada de novo. Não se candidatava, não se recandidatava, recandidatava-se porque havia notado que algo não estava bem, foi o Lopetegui, foi o Conceição... tristíssimo.