Quem nao gosta do Ceição é lampião.
Change my mind.
O velho dilema do futebolista apaixonado pelo seu clube, onde as linhas se borram entre as questões de lealdade, estilo de jogo e resultados. No caso do Sérgio Conceição, parece que a sua figura se tornou um verdadeiro divisor de águas, com adeptos a aplaudi-lo de pé e outros a olharem para ele como o causador de todos os males, ou talvez uma figura de complexidade irreconciliável. Afinal, quem não lembra de cada vitória, mas também de cada momento de frustração nas bancadas, onde as escolhas do treinador são, na realidade, analisadas como se fossem o próprio destino do clube?
E o interessante é que, mesmo sendo todos do mesmo clube – o FCP – a nossa visão sobre o Conceição pode ser tão diversa quanto as tonalidades de azul e branco que vestimos. Uns podem ver nele o treinador imbatível, o guerreiro que enfrenta qualquer adversidade, alguém que revitalizou o clube com uma energia renovada, um estilo de jogo intenso e combativo, à imagem do próprio FC Porto. Outros, no entanto, podem ver algo diferente, um estratega talvez excessivamente impulsivo, ou que, em certos momentos, tropeça nas próprias escolhas. E, claro, como toda grande figura controversa, o que ele representa é sempre interpretado de maneira única.
Esse jogo de "a favor e contra" é, na realidade, um reflexo da paixão desenfreada e da constante busca pelo melhor para o clube. Em certos momentos, é fácil abraçar a retórica de "ele é o melhor", como um eco do amor incondicional pelo que ele trouxe ao clube. E em outros, surge a crítica ácida, como se o próprio Conceição fosse o único responsável por todas as derrotas e frustrações (algo, claro, que dificilmente pode ser verdadeiro, mas a emoção fala mais alto).
No fim, o futebol é isso mesmo, um jogo de interpretações e perspetivas, onde, mesmo sendo todos "do mesmo lado", as opiniões podem ser tão diversas quanto os próprios jogos que o FC Porto disputa. E, sinceramente, não há mal nenhum nisso. Talvez seja esse o charme: a convivência com a diferença de opinião, a riqueza de perspectivas que, no fundo, tornam o debate sobre Sérgio Conceição e o nosso clube ainda mais vibrante.
Agora, quem não gosta do Conceição… Será, então, só uma questão de estilos ou há algo mais profundo por trás disso? Quem sabe, mas a beleza do futebol está justamente nisso – na liberdade de pensar, criticar, apoiar e, acima de tudo, em sentir.