Todos os clubes necessitam de um 3º guarda-redes, não percebo a utilização desse argumento para tecer uma crítica nesse sentido ao treinador.Este “relacionamento” entre SAD e SC tem, na minha opinião, muitos pontos de contacto com uma discussão que existiu no pós-crise financeira de há 15 anos, sobre os prémios pagos aos gestores (sobretudo, em Wall Street); na altura, a grande questão era sobre como era possível pagar prémios inacreditáveis a gestores, cujas empresas 2 ou 3 anos depois, estavam, no mínimo, perto da falência! E falavam em reduzir prémios, alterar indicadores de desempenho, etc. … uns anos depois, estava tudo na mesma: prémios com a mesma dimensão e indicadores de desempenho, normalmente, anuais!
Aqui, é a mesma situação… com a agravante que, face aos anos em que se mantém no cargo, esta lógica de longo prazo devia estar presente no raciocínio do SC! É importante ganhar o campeonato deste ano, mas é crítico não alienar a possibilidade de vencer o dos próximos anos, o que é algo que ele, recorrentemente, negligencia! Claro que, cabe à SAD explicar-lhe esta realidade e, se necessário, impor essa realidade! O que nunca foi feito!
O melhor exemplo é o caso do Samuel Portugal ou da necessidade de um terceiro guarda-redes! Se o FCP paga (o que for…) por um terceiro guarda-redes que faz zero minutos, é lógico que esse dinheiro não será usado (total ou parcialmente) na contratação de outro jogador para outra posição! São escolhas que se fazem (presumivelmente, SC) e que se permitem (SAD)! Ambos são culpados e coniventes com esta estratégia!
As probabilidades do 3º guarda-redes jogar serão sempre muito baixas, mas as lesões e os castigos podem acontecer e se for preciso recorrer a um 3º guarda-redes, terá que dar o mínimo de garantias. Imaginem o FC Porto ser obrigado a recorrer a um 3º guarda-redes e ter que jogar o Meixedo que na equipa B é de uma insegurança atroz?
O FC Porto em 2015/2016 tinha Casillas, José Sá, Helton e Raul Gudiño.
Em 14/15 o FC Porto tinha Casillas, Andrés Fernandez, Fabiano e o Helton que vinha de lesão grave.
Em 13/14 o FC Porto tinha Helton, Fabiano e Bolat.
Em 12/13 tivemos o Helton, o Fabiano e o 3º era o Kadu da B.
Em 11/12 tivemos o Helton, o Bracalli e o 3º era também o Kadu da B.
Em 10/11, ano do AVB, tivemos Helton, Beto e Kieszek.
Só com o VP é que o 3º GR era da B. Todos os outros treinadores tiveram pelo menos 3 GR.
Na minha opinião acho que se existir algum GR com potencial e o mínimo de qualidade para jogar, poderia perfeitamente ser o terceiro GR, mas como podemos ver, quase todos os treinadores ao longo dos anos também tiveram um 3º GR a tempo inteiro na equipa principal.
A única questão aqui é porquê o Samuel Portugal e porquê pelo preço que custou e não me parece que tenha rigorosamente nada a ver com escolhas ou exigências do treinador.