Política Nacional

MiguelDeco

Tribuna Presidencial
2 Setembro 2013
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  • Alfredo Quintana
Barrigana disse:
E lá vais tu por caminhos que ninguém te indicou, mas vais sozinho. Ninguém falou em drogas pesadas.

As consequências totais e reais da liberalização de drogas leves não sei, nem tu sabes. E sabendo dessa ignorância, preferes continuar a não saber, não resolvendo problema nenhum.

Eu prefiro descobrir para saber, sabendo que conhecendo as coisas permite-me controlá-las melhor.
Tive na família infelizmente pessoas que morreram derivado ao facto de "brincarem" ás drogas leves. Que depois acabam, não em todos os casos, mas em imensos pelo menos, na procura de algo que satisfaça o que essas "leves" já não conseguem. E faz-me confusão essa teoria do vamos experimentar que logo se vê.

Aliás, eu vejo o caminho que acontece com o tabaco para justificar que a proibição (mesmo que parcial) de facto reduz o problema, o consumo. Lentamente, é um facto, mas é preciso ser ainda mais radical, talvez. Não é criando um novo problema e esperar que não aconteça outro que se resolvem as coisas, mas respeito a ideia. O problema é que andamos a tentar livrar o SNS de problemas como o cancro do pulmão e afins e esta ideia peregrina seria de facto coerente com toda a política dos últimos tempos.
 

Barrigana

Tribuna Presidencial
3 Novembro 2014
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MiguelDeco disse:
Tive na família infelizmente pessoas que morreram derivado ao facto de "brincarem" ás drogas leves. Que depois acabam, não em todos os casos, mas em imensos pelo menos, na procura de algo que satisfaça o que essas "leves" já não conseguem. E faz-me confusão essa teoria do vamos experimentar que logo se vê.

Aliás, eu vejo o caminho que acontece com o tabaco para justificar que a proibição (mesmo que parcial) de facto reduz o problema, o consumo. Lentamente, é um facto, mas é preciso ser ainda mais radical, talvez. Não é criando um novo problema e esperar que não aconteça outro que se resolvem as coisas, mas respeito a ideia. O problema é que andamos a tentar livrar o SNS de problemas como o cancro do pulmão e afins e esta ideia peregrina seria de facto coerente com toda a política dos últimos tempos.
Não advogo o uso de drogas, também.

Mas isto é como no aborto: um dos argumentos para penalizar e proibir o aborto é que iríamos ter um aumento de situações dessas. Mas recordo-me há pouco tempo de ter saído uma notícia que o nº de mulheres a abortar voluntariamente era muito reduzido, havendo até um aumento ligeiro do nº de nascimentos.

Não é a legalidade das coisas que faz com que se consuma ou se cometa certos atos, são as questões culturais. Quem tiver de consumir, vai fazê-lo seja ilegal ou não.

Mas, sendo legal, podes controlar melhor e precaver certas consequências nefastas, na minha opinião.

Pegando numa analogia um pouco estranha: se o acelerador do carro fica preso, a solução não é travar. É carregar mais no acelerador para o desprender... ;)

Mas, na boa, não acho que haja uma solução que agrade a todos.

Mas a penalização social que existe e o enorme tráfico ilegal que subsiste por causa de proibições, deve fazer sempre considerar a hipótese de legalização destas atividades.
 

MiguelDeco

Tribuna Presidencial
2 Setembro 2013
40,615
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  • Hulk
  • Alfredo Quintana
Se queres a minha opinião, a liberalização do mercado das drogas leves só agradaria ao capitalismo. Deixavam de ser os pequenos traficantes a efectuarem e passavam a ser os grandes traficantes, os fulanos das corporações. Isto porque o assunto drogas começa cada vez mais a ser visto como uma oportunidade de negócio.

https://www.nytimes.com/2017/05/25/business/retirement/retiring-older-women-marijuana-entrepreneurs.html?_r=0

E será isto a solução que queremos?  Eu também não tenho certezas absolutas, mas julgo que como país, devemos lutar para combater isto, como se tem feito com o tabaco e com a gordura, porque isso a curto prazo tem alguns benefícios a nível individual, mas o maior benefício acabará por resultar a longo prazo, e seria criação de poupança e libertação de fundos para tratar outro tipo de doenças.
 

pcarvalho

Bancada lateral
9 Novembro 2012
744
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MiguelDeco disse:
a liberalização do mercado das drogas leves só agradaria ao capitalismo

também agradaria e seria benéfico para os consumidores.
deixariam de comprar "produto" adulterado com substâncias mais nocivas que a droga em si, e de se terem de sujeitar à "personagem" por vezes "sombria" do dealer.
 

MrKovac

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2013
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Uma boa medida no caso das drogas leves é deixarem as pessoas produzirem o seu produto. Em vez de andarem a prender malta só por ter 10 ou 20 plantas. É um começo.

Tenho aqui uns vasos e um canteiro à espera já.

 

MrKovac

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2013
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pcarvalho disse:
10 ou 20 parece-me exagerado, mas concordo com a ideia geral.
Não sei como é com plantas. Não sei se mandam a malta para o psicólogo como fazem a quem é apanhado com pequenas quantidades.
 

pcarvalho

Bancada lateral
9 Novembro 2012
744
210
MrKovac disse:
Não sei como é com plantas(...)
pois, também desconheço.
mas uma pesquisa rápida na internet (vale o que vale) diz-me que uma planta, em condiç?es ideais, pode dar 500 gramas.
10/20 plantas seria um absurdo e, provavelmente, iria redundar em tráfico.

Barrigana disse:
"Como se sente quando faz plantação de ganza?"
hahaha
 

MrKovac

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2013
5,102
1
pcarvalho disse:
pois, também desconheço.
mas uma pesquisa rápida na internet (vale o que vale) diz-me que uma planta, em condiç?es ideais, pode dar 500 gramas.
10/20 plantas seria um absurdo e, provavelmente, iria redundar em tráfico.

hahaha
Uma planta 500g, parece muito, quem me dera. No meu tempo em Coimbra aquilo eram meses de trabalho para durar 2 ou 3 dias. As gatas também lixavam aquilo tudo. :)

Legalizado não resvala para o tráfico. Pode é dar para alguém montar a sua banca no mercado :) ou o seu quiosque gourmet... tipo Weed and Wine House na Rua do Almada, Clérigos...
 

pcarvalho

Bancada lateral
9 Novembro 2012
744
210
MrKovac disse:
Uma planta 500g, parece muito, quem me dera
são contas americanas, é sempre à grande ;)

MrKovac disse:
Legalizado não resvala para o tráfico. Pode é dar para alguém montar a sua banca no mercado :) ou o seu quiosque gourmet... tipo Weed and Wine House na Rua do Almada, Clérigos...
haha, deus nos livre!
 

biancazzurro

Tribuna
14 Março 2017
3,001
0
O que é preciso é debater estes temas de forma muito aberta e sem preconceitos.
Com conhecimento, racionalidade e não baseado nos gostos ou crenças pessoais mas no bem colectivo.

Drogas, quando se fala de drogas, fala-se nas leves ou pesadas. Ilegais. Ganza, erva, coca, heroína, extasy, lsd,....
Cada uma é um mundo diferente, com as suas origens, os seus efeitos e suas particularidades.
Umas mais fáceis de controlar e restringir do que outras.

Experimentei vários tipos de droga, não me viciei em nenhuma, mas só me permiti experimentar a maioria delas quando me achei preparado para tal.
Há muito tempo foi isso e há muito tempo que não tenho contacto com nenhuma nem quero.
Acho, hoje, a droga em geral nefasta para a sociedade.
Claro que cada uma tem as suas particularidades, cada um olha-as com a sua perspectiva, algumas até serão terapêuticas.
Vejo pouca gente a tratar o assunto de forma séria.
Grande parte das pessoas consome-as, a larga maioria não o assume, publicamente.

Logo trata-se em grande parte de um assunto normalmente tratado de forma hipócrita.

O tabaco, por exemplo, é uma droga nefasta.
Legalizada.
Aquilo tem uns parcos cêntimos de preço de custo e é-nos vendido ao preço do ouro.
É uma das principais receitas do estado.
Impõem que apareça no maço, ISTO MATA, fotos escabrosas, preços proibitivos.
Mas as pessoas continuam a comprar.
Se faz mal, se é nocivo para a sociedade e para quem o consome, se é uma droga tão horrível porque não é literalmente proibida? E atacada.
É um bom exemplo.

E o álcool?
Tão legalizado e tão normalizado que é.
Tão enraizado que poucos são os que não se vêem sem álcool, somos produtores, dos maiores consumidores e simplesmente nem é tema.
Quantos problemas na sociedade gera o álcool?
Quantos dependentes existem?
Quantos dramas diários?
Mas é um negócio nosso, está tão entranhado, se tentam baixar a taxa de alcoolémia para andar na estrada surgem logo 300 empresários, e lobbys e uma sociedade enfurecida, que vai para os copos todas as semanas e quer ir para casa no seu carro depois disso.
Taxas zero, como noutros países, com resultados notórios é para esquecer. Só para um breve exemplo.

Ver putos de 12 a 14 anos aí, completamente podres de bêbados, semana após semana, geração após geração é um grande sinal da educação prestada por esta sociedade.

E os medicamentos?
Portugal é um dos maiores consumidores de morfina do mundo!
Do mundo!

E o consumo de opioides neste País aumentou cerca de 70% nos últimos 5 anos.
A epidemia de overdoses associadas a estes medicamentos nos EUA provocam cerca de 15 mil mortes por ano.

Enfim, tanto por se debater e por onde agarrar, a minha conclusão é simples.
As pessoas devem ter uma vida o mais natural possível, não é preciso droga para rir nem para viver, nem para desfrutar de uma festa.
A sociedade e o estado devem ser o melhor dos exemplos e assegurar a sanidade e o bem estar do seu povo.
Não é com droga à descrição que melhor o asseguram.



 

MrKovac

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2013
5,102
1
biancazzurro disse:
O que é preciso é debater estes temas de forma muito aberta e sem preconceitos.
Com conhecimento, racionalidade e não baseado nos gostos ou crenças pessoais mas no bem colectivo.

Drogas, quando se fala de drogas, fala-se nas leves ou pesadas. Ilegais. Ganza, erva, coca, heroína, extasy, lsd,....
Cada uma é um mundo diferente, com as suas origens, os seus efeitos e suas particularidades.
Umas mais fáceis de controlar e restringir do que outras.

Experimentei vários tipos de droga, não me viciei em nenhuma, mas só me permiti experimentar a maioria delas quando me achei preparado para tal.
Há muito tempo foi isso e há muito tempo que não tenho contacto com nenhuma nem quero.
Acho, hoje, a droga em geral nefasta para a sociedade.
Claro que cada uma tem as suas particularidades, cada um olha-as com a sua perspectiva, algumas até serão terapêuticas.
Vejo pouca gente a tratar o assunto de forma séria.
Grande parte das pessoas consome-as, a larga maioria não o assume, publicamente.

Logo trata-se em grande parte de um assunto normalmente tratado de forma hipócrita.

O tabaco, por exemplo, é uma droga nefasta.
Legalizada.
Aquilo tem uns parcos cêntimos de preço de custo e é-nos vendido ao preço do ouro.
É uma das principais receitas do estado.
Impõem que apareça no maço, ISTO MATA, fotos escabrosas, preços proibitivos.
Mas as pessoas continuam a comprar.
Se faz mal, se é nocivo para a sociedade e para quem o consome, se é uma droga tão horrível porque não é literalmente proibida? E atacada.
É um bom exemplo.

E o álcool?
Tão legalizado e tão normalizado que é.
Tão enraizado que poucos são os que não se vêem sem álcool, somos produtores, dos maiores consumidores e simplesmente nem é tema.
Quantos problemas na sociedade gera o álcool?
Quantos dependentes existem?
Quantos dramas diários?
Mas é um negócio nosso, está tão entranhado, se tentam baixar a taxa de alcoolémia para andar na estrada surgem logo 300 empresários, e lobbys e uma sociedade enfurecida, que vai para os copos todas as semanas e quer ir para casa no seu carro depois disso.
Taxas zero, como noutros países, com resultados notórios é para esquecer. Só para um breve exemplo.

Ver putos de 12 a 14 anos aí, completamente podres de bêbados, semana após semana, geração após geração é um grande sinal da educação prestada por esta sociedade.

E os medicamentos?
Portugal é um dos maiores consumidores de morfina do mundo!
Do mundo!

E o consumo de opioides neste País aumentou cerca de 70% nos últimos 5 anos.
A epidemia de overdoses associadas a estes medicamentos nos EUA provocam cerca de 15 mil mortes por ano.

Enfim, tanto por se debater e por onde agarrar, a minha conclusão é simples.
As pessoas devem ter uma vida o mais natural possível, não é preciso droga para rir nem para viver, nem para desfrutar de uma festa.
A sociedade e o estado devem ser o melhor dos exemplos e assegurar a sanidade e o bem estar do seu povo.
Não é com droga à descrição que melhor o asseguram.
Concordo com quase tudo que dizes.

É preciso estudar o assunto, como quando se procedeu à despenalização do consumo, que trouxe grandes beneficios, por exemplo.
Sobre serem nocivas, quase tudo que existe é nocivo. Basta respirar-mos para estar-mos a inalar uma quantidade de veneno hoje em dia.
Tinhas que definir por exemplo um ponto de partida pelas leves e começar um período experimental. Por exemplo, começar por não criminalizar um certo número de plantas que podias ter.
Quando referes a comparação com o álcool e toda a porcaria que hoje em dia prescrevem a qualquer pessoa entre calmantes, ansiolíticos, opiáceos para as dores... aí é que acho que a situação fica mesmo mais estúpida.
Os medicamentos ainda são um fenómeno recente, mas o álcool... quantas vidas destruidas todos os dias. Directa e indirectamente.
Depois ainda falta meter na balança o tráfico e seus efeitos. É que quando falamos de tráfico de droga não é só sobre isso, pois associado vêm armas e seres humanos ou o financiamento do terrorismo.
E ainda na minha perpectiva era preciso também verificar o enquadramento enquanto negócio. deixar algo assim livre ao capitalismo selvagem também não me inspira confiança.
 
 

MiguelDeco

Tribuna Presidencial
2 Setembro 2013
40,615
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12
  • Hulk
  • Alfredo Quintana
Para mim o maior problema é dizerem que a despenalização das drogas iria acabar com o negócio do tráfico, como se isso alguma vez fosse possível. A única coisa que existirá é a abertura de um novo segmento para as grandes corporações para mais uma vez encontrarem forma de fazerem lucro com a miséria alheia.
 

MrKovac

Tribuna Presidencial
30 Agosto 2013
5,102
1
MiguelDeco disse:
Para mim o maior problema é dizerem que a despenalização das drogas iria acabar com o negócio do tráfico, como se isso alguma vez fosse possível. A única coisa que existirá é a abertura de um novo segmento para as grandes corporações para mais uma vez encontrarem forma de fazerem lucro com a miséria alheia.
Não acabas. Mas acho que se pões fim a uma parte importante.
Pode passar para as grandes empresas, por exemplo não sei se isso acontece na Holanda. Por isso é que defendia outros tipos de implementação. Mas também tem a ver com a minha maneira de ver a eonomia a funcionar, estaria a dar o meu ponto de vista.
Por exemplo em Espanha acho que é possivel existirem associações ou clubes.

Acho que é isto. http://www.esquerda.net/dossier/clubes-sociais-de-can%C3%A1bis-o-modelo-espanhol