O que é preciso é debater estes temas de forma muito aberta e sem preconceitos.
Com conhecimento, racionalidade e não baseado nos gostos ou crenças pessoais mas no bem colectivo.
Drogas, quando se fala de drogas, fala-se nas leves ou pesadas. Ilegais. Ganza, erva, coca, heroína, extasy, lsd,....
Cada uma é um mundo diferente, com as suas origens, os seus efeitos e suas particularidades.
Umas mais fáceis de controlar e restringir do que outras.
Experimentei vários tipos de droga, não me viciei em nenhuma, mas só me permiti experimentar a maioria delas quando me achei preparado para tal.
Há muito tempo foi isso e há muito tempo que não tenho contacto com nenhuma nem quero.
Acho, hoje, a droga em geral nefasta para a sociedade.
Claro que cada uma tem as suas particularidades, cada um olha-as com a sua perspectiva, algumas até serão terapêuticas.
Vejo pouca gente a tratar o assunto de forma séria.
Grande parte das pessoas consome-as, a larga maioria não o assume, publicamente.
Logo trata-se em grande parte de um assunto normalmente tratado de forma hipócrita.
O tabaco, por exemplo, é uma droga nefasta.
Legalizada.
Aquilo tem uns parcos cêntimos de preço de custo e é-nos vendido ao preço do ouro.
É uma das principais receitas do estado.
Impõem que apareça no maço, ISTO MATA, fotos escabrosas, preços proibitivos.
Mas as pessoas continuam a comprar.
Se faz mal, se é nocivo para a sociedade e para quem o consome, se é uma droga tão horrível porque não é literalmente proibida? E atacada.
É um bom exemplo.
E o álcool?
Tão legalizado e tão normalizado que é.
Tão enraizado que poucos são os que não se vêem sem álcool, somos produtores, dos maiores consumidores e simplesmente nem é tema.
Quantos problemas na sociedade gera o álcool?
Quantos dependentes existem?
Quantos dramas diários?
Mas é um negócio nosso, está tão entranhado, se tentam baixar a taxa de alcoolémia para andar na estrada surgem logo 300 empresários, e lobbys e uma sociedade enfurecida, que vai para os copos todas as semanas e quer ir para casa no seu carro depois disso.
Taxas zero, como noutros países, com resultados notórios é para esquecer. Só para um breve exemplo.
Ver putos de 12 a 14 anos aí, completamente podres de bêbados, semana após semana, geração após geração é um grande sinal da educação prestada por esta sociedade.
E os medicamentos?
Portugal é um dos maiores consumidores de morfina do mundo!
Do mundo!
E o consumo de opioides neste País aumentou cerca de 70% nos últimos 5 anos.
A epidemia de overdoses associadas a estes medicamentos nos EUA provocam cerca de 15 mil mortes por ano.
Enfim, tanto por se debater e por onde agarrar, a minha conclusão é simples.
As pessoas devem ter uma vida o mais natural possível, não é preciso droga para rir nem para viver, nem para desfrutar de uma festa.
A sociedade e o estado devem ser o melhor dos exemplos e assegurar a sanidade e o bem estar do seu povo.
Não é com droga à descrição que melhor o asseguram.