o 'problema' com o Seguro é que tem cara de parvo e fala como um tonhó, parece um gajo do seminário.
e daí se achar, na altura, que ia perder claramente as eleições.
já se sabe que a questão do carisma e o 'vibe' que dá conta muito na politica (demasiado).
O único gajo super carismático, num sentido popularucho, nos últimos 20 anos em Portugal foi o Sócrates. É o dinamismo, a figura de visionário, de homem com fulgor jovem.
O Passos, com a ajuda do Relvas - ou melhor, criação do Relvas -, criou uma personagem carismática de outra forma: seriedade, autoridade, determinado, com um ar austero. Foi o chamado
carisma de autoridade. Nada mais falso, mas pronto...
O Costa tinha um carisma de animal político, porém não é o mesmo do Sócrates. Esse tipo de carisma surge da percepção pública de manobrar bem a conjuntura político e, concomitantemente, de possuir um conhecimento excelente das pastas da governação.
NOTA:
O político mais bem-sucedido em Portugal foi o Cavaco. Muitas vezes se diz que o Cavaco não tinha nenhum carisma; não é bem assim.
Pegue-se naquele carisma de autoridade que atribuí ao Passos e retire-se a artificialidade: o Cavaco era mesmo um homem sério, determinado, austero e que transpirava autoridade, goste-se ou não.
Acrescente-se ainda uma componente tecnocrata - as pessoas confiavam no Cavaco Silva, porquanto o viam como um homem que sabia o que estava a fazer, que tinha o conhecimento necessário para levar o país a bom porto.
Não estou a defender o Cavaco, deixo o julgamento da sua política para cada um. Estou tão só a colocar-me no lugar das pessoas que lhe deram duas maiorias absolutas, uma delas orgânica. Aliás, a única maioria orgânica em eleições legislativas portuguesas. O que significa concretamente orgânica? Bom, que os resultados advém diretamente das políticas postas em prática e não da conjuntura política.
Se essas políticas foram boas a longo prazo para o país? Mais uma vez, não irei tecer qualquer comentário quanto a isso, não é o assunto central deste post.