Acima de tudo sinto que há muito desgaste em relação ao Moncho por parte dos adeptos. Já é um "casamento" bastante duradouro e nestes últimos anos a equipa ter ficado aquém na Liga naturalmente veio contribuir para esse desgaste.
Mas temos de perceber todos os contextos que possam entrar nesta equação do insucesso desportivo. Primeiro, não fomos campeões porque os adversários foram mais competentes e mais regulares nos momentos decisivos e há que dar mérito também a quem trabalhou para tal.
Depois, uma série de situações que fizeram não alcançar o objectivo principal e obviamente o líder não pode ficar isento de culpas, mas acho muito redutor só focarmos somente num individuo quando estamos a falar de um desporto colectivo.
Não é questão de sermos eternamente gratos ao Moncho, mas as coisas também devem ser ditas. O basquetebol é uma modalidade que está no nosso clube desde 1926 e apesar de ser uma das modalidades históricas para o FC Porto, a nível de palmarés nunca foi muito rico e comparativamente ao andebol e hóquei por exemplo, o basquetebol em termos de títulos sempre deixou um pouco a desejar e provavelmente não é por acaso que tenha de momento um orçamento mais baixo em comparação a essas duas grandes modalidades.
Tivemos inúmeros atletas de excelência - sejam portugueses como americanos - e também houve treinadores que deixaram marcas nesta casa e quer queiramos quer não, o Moncho estará incluído nessa lista restrita, sobretudo pela competência que demonstrou nestes anos todos e defendeu o nosso emblema ao limite.
Independentemente do que possa suceder até ao final da época, uma coisa é certa, o Moncho dará tudo e mais alguma coisa para vencer mais troféus pelo nosso clube e apesar das Ligas não serem muitas, a verdade é que nos tem habituado a títulos, sejam eles Taça de Portugal, Taça da Liga ou Supertaça, ou seja, tudo somado até as coisas não estão assim tão más em termos de palmarés, então se formos comparar com outros anos
Agora, claro que no FC Porto a exigência terá que ser máxima a todos os níveis, mas lá está, falar de sofá, cadeira, camarote ou algo idêntico será sempre bem mais fácil e por vezes existem pormenores que passam despercebidos a quem acompanha, mas quem está lá dentro sabe e pode influenciar de forma positiva ou negativa o rendimento de um colectivo.
Não tenho a mínima dúvida da sua competência e seria extremamente injusto alguém colocar em causa os seus conhecimentos (como aliás já se leu neste espaço)
Críticas sim, mas construtivas. Obviamente também tenho a minha opinião e há jogos que considero que existiram falhas, mas isto quando não somos nós a decidir é mais fácil opinar, mas há erros e erros como é evidente
Por exemplo na derrota em Ovar, penso que no competia ao nosso treinador as coisas podiam ter sido feitas de outra forma, da mesma maneira que no jogo da Taça Hugo dos Santos diante do Benfica houve muito deixar andar e quando se tentou reagir, o adversário estava cada vez mais encostado no resultado e lá acabou por vencer mas atenção que neste jogo concordo que apesar de não ter sido a única justificação, a verdade é que a arbitragem deixou e muito a desejar e eu estou perfeitamente há vontade nesta matéria, até porque raramente entro por aí
Esta época fez-se um plantel forte e acertou-se em cheio nas aquisições do Landis e Tanner. Agora, quando dois dos jogadores mais influentes da equipa para mim eram mesmo os mais influentes se lesionam com gravidade, logicamente veio alterar por completo todo o processo que estava em andamento.
Não deixamos de ter os cinco estrangeiros permitidos na Liga é certo, mas perdemos qualidade em muitas vertentes do jogo, seja na defesa como no ataque, e quer queiramos quer não, enfraqueceu e muito a nossa equipa.
Aí também o nosso treinador acabou por ter azar e não é fácil colocar a equipa novamente no mesmo nível. Mas lá está, nas tais críticas construtivas, considero que talvez para o lugar do Tanner devia ter sido adquirido um jogador com características algo semelhantes, até porque o Locke é totalmente oposto ao que tínhamos e isso naturalmente implica sempre jogar de outra forma.
Já a substituição do Landis, acaba por ser uma excelente aquisição do Sheehey, mas veremos como estará até final da época em termos físicos. Foi um risco este regresso, mas também é um facto, que estando bem é dos melhores que temos na Liga e a pensar nisso acabou por regressar, porque substituir o Landis não seria igualmente nada fácil.
Tudo isto somado veio influenciar o resto da temporada e se anteriormente considerava o nosso clube um candidato claro ao título não colocaria como o principal, mas com boas condições de sucesso agora considero que é candidato porque tem plantel para isso como é óbvio, mas numa escala de percentagem coloco abaixo de outros candidatos.
Penso que será a última época do Moncho como treinador do FC Porto, mas independentemente de tudo, penso que seria ingratidão dos adeptos não agradecerem todo o trabalho que desenvolve(u) em prol do nosso clube.
Não esquecer que o Moncho foi peça fundamental para não termos tido a extinção definitiva da modalidade no FC Porto e teve igualmente papel importante na restruturação que houve nos escalões de formação e hoje em dia não é por acaso que os resultados começaram aparecer.
Não é questão de ter memória e ficarmos eternamente agradecidos ao que fez pelo clube, mas também o fácil é mandar abaixo e dizer que não percebe nada disto etc
Deixá-lo trabalhar e no final da época logo se vê. Pessoalmente falando, acho que vai sair e só espero que o seu substituto seja uma mais-valia e nos proporcione lutar exaustivamente por todos os títulos nacionais.
Se fosse a alguns anos atrás diria que o Fernando Sá seria o candidato número um, mas hoje em dia não acredito minimamente nessa possibilidade, apesar do próprio estar a fazer-se ao lugar à força toda. Mas isto é um não assunto por agora