Vou começar este meu post por recordar que era um crítico do Antero. Nunca o diabolizei - era muito bom em muitas coisas -, mas na altura, quando saiu, pensei que algumas coisas fossem mudar para melhor.
Não aconteceu. Na realidade, e justiça lhe seja feita, o modelo que implementou no clube permitiu que vendessemos "sem medo". Como o próprio revelou, já teríamos um 11 fictício de reforços identificados para quando vendessemos determinado jogador.
Lucho, Lisandro, Rolando ou Varela estavam contratados meio ano antes de virem para cá; Anderson, Alex Sandro, Guarin, Helton, Danilo, Fernando ou James Rodriguez vieram com o intuito de assimilar primeiro o clube para assumirem um papel importante depois; a rede de conhecimentos permitiu ainda identificar jogadores como Fucile, Hulk, Álvaro Pereira, Sapunaru ou Jackson. Já nem falo de Falcao ou Otamendi, que eram mais conhecidos.
Também houve muita borrada pelo meio, infelizmente, mas havia uma estratégia muito clara e, para todos os efeitos, de sucesso. Agora sinto que se vendessemos o Herrera ou o Brahimi, ninguém (lá dentro) saberia quem seriam os substitutos. Tenho a ideia de que não há plano nenhum, como havia em tempos. Não há estratégia e a palavra "estrutura" foi desvanecendo no nosso dicionário.
É triste ver a inércia da administração com as vendas (curiosidade: ultimamente, só praticamente vendemos miúdos portugueses) e com as compras. Ter ainda de ouvir o presidente dizer que "o empresário prometeu x e y em relação ao Adrián" ou que ficou com o Suk "nos braços", é tão inacreditável quanto tentar destruir o Herrera em público depois de ter admitido que foram recusados 30 milhões pelo atleta. Se houvesse um substituto identificado, como outrora, qual o motivo lógico desta recusa?
Adiante, qual é a estratégia do Dragão de Ouro mesmo?