Há uns anos atrás, já bastantes, lembro-me de ler uma análise que fazia um resumo das 3 fases de domínio do futebol português: o Sporting dominou a era amadora (40-50), o Benfica a era profissional (60-70) e o Porto, sob a Direção de PdC, dominou a era industrial (80-90). Esse domínio foi tão acentuado que ainda se prolongou pelo menos mais uma década, sensivelmente (2011).
Porém, o futebol mudou, a sociedade mudou, e estamos agora em plena era pós-industrial (ou era digital, como preferirem) e, claramente, o NGC tem vindo a ficar para trás e manifesta uma estratégia desadequada aos tempos que correm. Está tudo diferente, os jogadores são diferentes, os treinadores, a forma de comunicar dos clubes com os seus adeptos. O Porto parece completamente agarrado a um passado que já não existe. Isso é sobretudo notório ao nível da comunicação.
Ontem o AVB deu uma demonstração cabal de comunicação na era digital, usando as plataformas em rede para passar a mensagem, apostando numa imagem de futuro, de visão estratégica, de mudança, de abertura a novos desafios e novos tempos. Isso, só por si, já foi uma lufada de ar fresco. Independentemente dos nomes que vão completar a sua candidatura (estou certo que será uma equipa muito forte e competente), esta transformação na forma de estar e de falar aos adeptos e ao mundo - um clube Mundial como o Porto não pode existir numa bolha comunicacional - é sinal evidente de qual é o caminho em frente, e não para os lados ou para trás.