O assunto não tem de ser debatido porque não faz qualquer sentido.Não concordar com as reparações é uma coisa (eu tb não concordo) mas chamar burrice acho que é um mau princípio. É nem aceitar debater o assunto à partida.
A maior falha nos livros de História neste momento é a quase omissão da escravatura, não é a auto-punição coletiva. Não sendo propriamente escravatura, por exemplo ninguém aprende nada sobre a dramática reformulação social nas colónias africanas pós-abolição. Porquê? Talvez porque como o nome não tem uma conotação tão forte, se pode fingir que não existiu.
Os filhos não pagam pelos pecados dos pais. Vamos imaginar que a escravatura era crime: ora, a prática desses crimes é pessoal, é intransmissível. A questão é que nem sequer era crime, era uma prática comum à época.
Além disso, que hipocrisia termos países chorões como o Brasil a falar em reparações, quando esse país, após a sua independência, continuou com a escravatura, inclusive em números bem maiores que os de Portugal.
Aliás, deitaram abaixo um imperador amado por todos, porquanto ameaçava acabar com a escravatura. O cúmulo!
Na minha altura, há muitos anos portanto, falámos bastante da escravatura. Hoje em dia, não sei, mas tendo em conta que quem faz o programa e os manuais são mormente professores de história de esquerda, se calhar é uma questão a colocar-lhes. Aliás, o insuspeito Fernando Rosas foi um dos principais responsáveis durante uns bons anos pelo programa de história, não me recordo se do ensino básico, se do ensino secundário ou de ambos.
Caso hodiernamente não falem mais da escravatura, acho mal. Muito mal.