O PS é um partido fundamental, não quero que desapareça. Pode fazer oposição sem andar com a retórica que nos tem habituado nos últimos anos. Aliás, desde o tempo do Sócrates que começou a ser um partido profundamente irresponsável, com exceção quiçá dos tempos do Seguro. Nem é uma questão ideológica - é mesmo de postura. Tivemos líderes mais à esquerda do PS (Sampaio) e mais à direita (Guterres) que eram responsáveis.
O PS não pode fazer muitas exigências no próximo ano, dois anos. Até para o seu próprio bem. Poderá e deverá criticar o governo, funcionar como oposição de fiscalização, mas não deverá impor a sua agenda governativa.
Quanto ao governo negociar com o Chega em certas questões: é bom que assim seja, até para esgotar a conversa do bloco central e do sistema. Qual a questão de aprovar com o Chega subidas nas reformas, por exemplo? O problema desse partido assenta no respeito pelos direitos fundamentais.