Actualidade Nacional

wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
5,174
6,920
Bragança
Espero que a cave seja arejada. Qualquer dia tem um ataquinho ao ler o CM Jornal e vai desta para melhor
Tens que ir ler a CRP. Cada um é livre de ir ler o que quiser. Aqui não há queima de livros nem ocupação armada de órgãos de comunicação social.
Estás a chegar ao porque do 25 de Novembro de 1975 sem dares por ela. É um caminho longo das t-shirts do Che Guevara no Liceu, á vida adulta. Tens de ter paciência, mas tens de esperar.
 
25 Maio 2013
4,972
3,379
Que filho da grande puta. Goza abertamente com o povo. Pouco se fala do MDLP e da influência que alguns dos seus integrantes continuam a gozar 50 anos depois de atentados e assassinatos por eles perpetrados.
O MDLP do Júdice, o homem das causas. Esse é que foi bem lavadinho. Omo não faria melhor.

Mas há outros saudosistas, mais escondidos, que também foram bem lavados.
 
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Reações: ManuSantiFCP e RR11

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
25,212
15,979
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2
Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Uma experiência de vida de quem viveu o 25 de Novembro e dias anteriores, encontrei este testemunho em papéis que guardei até hoje.
Não menciono o autor por razões pessoais e o texto que coloco é bastante mais curto que o original mas omiti diversas partes por achar por bem não o fazer, muitos já morreram e a história seria muito mais violenta.
Antes do 25 de Novembro tivemos o chamado golpe Palma Carlos, o spinolista, golpes de extrema direita e o 11 de Março.
Num espaço de 1 ano e seis meses, após o 25 de Abril, tivemos diversos episódios só que quem mandava na revolução era o Conselho da Revolução sob a direção do chamado grupo dos 9 e prevaleceu a democracia.
25 de Abril tinha como lema democratizar, liberdade de expressão e descolonização. Cada força política tinha a sua interpretação disso, o da liberdade da expressão e descolonização estavam realizados (mais este), o democratizar segundo os parâmetros da chamada hoje democracia liberal só aconteceu verdadeiramente após o 26 de Novembro de 1975.

Aqui vai o texto;

A data ficou a marcar a história como o (definitivo) regresso de Portugal à democracia parlamentar (e ocidental) e ao fim da sua ilusão comunista: 25 de novembro de 1975 – sendo, porém, já a 26 (de novembro de 1975) que o desfecho deu no que deu…
De alvoroço em fogacho se viveram meses e dias anteriores. Por exemplo, a Vasco Gonçalves (ainda Primeiro-Ministro…) apanhara-se-lhe, no frenesim do devaneio: «Não podemos perder por via eleitoral aquilo que tanto tem custado ao povo e à revolução» - e logo surgira Álvaro Cunhal (o líder do PCP) a dar-lhe aconchego: «As eleições não têm nada ou têm muito pouco a ver com a dinâmica revolucionária, Portugal nunca terá uma democracia burguesa».
Sem que o MFA cedesse à pressão, fizeram mesmo eleições, a 25 de abril de 1975 – as eleições para a Assembleia Constituinte. Entre os candidatos surgiram José Maria Pedroto (pelo PPD), Artur Jorge (pelo MDP/CDE) e António Simões (pelo CDS). Sem que nenhum deles conseguisse mandato para São Bento (António Simões consegui-lo-ia, um ano depois, nas primeiras Legislativas) – o PS colheu 37,87%, o PPD 26,39% e o CDS 7,61%.
Ao contrário do que sucedera em 1974, nas comemorações do 1.º de Maio, o PCP (que se ficara pelos 12,46% de votos) proibiu Mário Soares de discursar. Pedindo-se, então, ao FC Porto o Estádio das Antas, no comício que lá fez pela «democracia de verdade» aglomeraram-se mais de 50 mil pessoas – e, arrastadas mais de 100 mil para a manifestação na Fonte Luminosa, apesar de o COPCON ter levantado barragens à entrada de Lisboa, Costa Gomes (o Presidente da República que, na flexão à esquerda, se pusera no lugar de António de Spínola, general de cavalaria que fora grande figura no hipismo) percebeu o destino a mudar:
– O povo já não está com o MFA.
Não, não estava com esse MFA retorcido à esquerda mais radical e, por entre ação exortando à «defesa da revolução, custasse o que custasse», o PCP ainda ensinou militantes a fabricaram cocktails molotov – e, a 12 de setembro de 1975, apagou-se o gonçalvismo (na queda de Vasco Gonçalves de Primeiro-Ministro), sem que, porém, se desfizessem ou desenfarinhassem escarcéus e conspirações.
Tinham sido (no PREC) 452 dias quentes avassaladores – e com José Pinheiro de Azevedo (descendente de judeus de Viseu que, já oficial de marinha, se aventurara ao primeiro curso do Instituto Nacional de Educação Física ) empossado Primeiro-ministro do IV Governo Provisório, o país continuou, pois, a arder...
Horas antes Mário Soares telefonara, impaciente, a Freitas do Amaral avisando-o:
– Está a correr rumor de que se prepara em Lisboa uma tomada de poder pelas forças afetas ao Partido Comunista…
e o que era certo e sabido era que, para 16 de novembro de 1975, se marcara «manifestação no Terreiro do Paço para dar resposta à altura à manif de apoio a Pinheiro de Azevedo».
Da Avenida da Liberdade largou, então, a «manifestação no Terreiro do Paço para dar resposta à altura à manif de apoio a Pinheiro de Azevedo». com betoneiras e tratores de reboque das zonas da Reforma Agrária. Chamando-lhe «manifestação unitária popular», desembocou no Terreiro do Paço e, na mensagem que para lá enviou (para ser lida por um soldado), Otelo Saraiva de Carvalho afirmou que o «Terreiro deixara de ser do Paço, passara a ser do Povo» – exortando, veemente, «trabalhadores e militares» a avançarem para a «revolução socialista». E, em fervor, gritou-se pelo «Camarada Vasco» (o Gonçalves, claro):
– Tu és a muralha de aço!
No RALIS, quartel sob comando de Carlos Fabião, soldados foram a desfile marchando de punho fechado e bradando:
– Juramos estar sempre ao lado do Povo, ao serviço da classe operária, contra o fascismo, contra o imperialismo, pela vitória da Revolução Socialista
e, à «manifestação unitária popular» (e ao mais que se passara antes – por exemplo, trabalhadores da construção civil cercarem-no em São Bento…) Pinheiro de Azevedo respondeu com ato insólito, como esse que se desatou da reunião do Conselho de Ministros pela alta madrugada de 20 de novembro, atirando, aos repórteres que o aguardavam, a afirmação (acirrada):
– Fui sequestrado duas vezes, já chega! Não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia, pá!
Já tinham sido desviadas espingardas automáticas G3 do paiol de Beirolas - e murmurava-se que Otelo o afiançara:
– Estão em boas mãos, nas mãos do povo
e, nesse primeiro dia do governo de Pinheiro de Azevedo em greve, o Conselho da Revolução decidiu substituir Otelo Saraiva de Carvalho por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa. E foi então que, considerando que Otelo e Fabião, o Ralis e a Polícia Militar, eram entraves à «normalização da crise», Jaime Neves revelou, atroante:
– Os Comandos querem pôr isto na ordem!
Tentado a não fazê-lo, Vasco Lourenço acabou por aceitar o comando da Região Militar de Lisboa – e, chegando-se a 24 de novembro, Ramalho Eanes, Melo Antunes, Vasco Lourenço e Jaime Neves foram a Belém dar conta a Costa Gomes da sua intenção de «repor Portugal na rota da democracia». Fora deixaram, insinuantes, quatro chaimites estacionados.
– Se não me segurassem eu matava-o. Atirei-me a ele, agarrei-lhe o pescoço, sim até o matava... Porque ele, o Costa Gomes, que era o Presidente da República, o Chefe do Estado Maior, não queria assumir nada, a responsabilidade das operações militares, só dizia que os outros eram coitadinhos e por aí adiante. Não, não estava hesitante, estava cheio de medo, cheio de medo…
Morais e Silva, Chefe do Estado Maior da Força Aérea, mandara passar à disponibilidade 1000 paraquedistas da Base de Tancos - e na manhã de 25 de novembro eles ocuparam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis outras bases a Norte, reafirmando-se, em furor, «fiéis a Otelo e ao Copcon, à revolução socialista».
Companheiro de quarto de Henrique Calisto (que já professor de Educação Física jogava futebol no Leixões) no quartel da Polícia Militar (um dos baluartes do COPCON) era José Carvalho que estava, então, a preparar-se para os Jogos Olímpicos de Montreal de onde haveria de sair em brilharete, perdendo por pouco, por muito pouco, a medalha de bronze nos 400 metros barreiras:
– Três dias antes do 25 de novembro tinha recebido dispensa de serviço de comandante do 1º Esquadrão de Instrução de Cavalaria, o Henrique Calisto era comandante do 3º Esquadrão. Como deixara o comando ao capitão Ferreira da Silva, ao ouvir na rádio informação de que os militares deviam regressar todos aos quartéis, regressei... Ainda fui destacado para missão no RALIS, ir ao RALIS saber da sua posição, fui eu e o Calisto num unimogue, bem armados. O Calisto com uma autometralhadora, eu com um lança-granadas antitanque. Ao voltarmos fez-se uma reunião de oficiais com o Campos Andrada, o primeiro comandante, e com o Mário Tomé, o segundo comandante. Por essa altura, a RTP já estava a emitir do Porto – e perante o impasse na nossa reunião, eu decidi voltar para o meu quarto no Centro de Estágio da Cruz Quebrada.nAo descer, à noite pela Calçada da Ajuda, ainda me apercebi de elétricos em jeito de barricada – e no outro dia de manhã, antes de ir para o treino, ouvi na rádio as notícias do ataque à PM, das mortes...
Entretanto, os homens que vão para o Centro de Instrução dos Comandos já deviam ter recebido cada um 500 escudos de subsídio de fardamento, mas o dinheiro não aparece. É então que os futuros instruendos do CIC e o pessoal do Regimento de Artilharia assistem a um episódio protagonizado por um capitão Gonçalves das Neves vulcânico. Consiste em duas cenas de berros nunca antes vistas no pacato quartel. Primeiro, o capitão dirige-se ao primeiro sargento da secretaria. Depois, sobe ao comandante do Regimento. No dia seguinte, o dinheiro emerge das desleixadas gavetas burocráticas e todos ficam equipados.
Foi, pois, com esse espírito que já na madrugada de 25 para 26 de novembro, Jaime Neves (que acabara de ser promovido a tenente-coronel) subiu de chaimite a Calçada da Ajuda, arrastando força para vergar a Polícia Militar e o Regimento de Cavalaria 7. Encontrou, contudo, espalhadas em seu redor, milícias populares armadas de metralhadoras, nalguns casos. A um repórter da RTP, um soldado da PM revelou que o seu regimento distribuíra armas a civis durante a noite…
Populares conotados com os partidos da extrema-esquerda cavaram trincheiras junto às instalações da PM – e, numa das três companhias que Jaime Neves levara para o ataque estava o tenente José Eduardo Coimbra. Ao erguer-se para fora do seu tanque recebeu tiro em cheio, por cima do crachá - e morreu a caminho do Hospital Militar. Sugerindo-se que a bala que matara Coimbra fora disparada por popular escondido no telhado de um andar da Calçada da Ajuda, Henrique Calisto que estava lá, dentro, no quartel da PM, garantiria que não, que o disparo foi de um dos seus instruendos.
Com o furriel Joaquim dos Santos Pires abatido por fogo de metralhadora do Regimento de Cavalaria 7, o cerco ao quartel da Polícia Militar fez-se com os comandos exclamando, em ira: «Vamos vingá-los, mataram-nos dois, mataremos 200 pelo menos!». Jaime Neves pediu-lhe calma e foi essa sua voz de comando que evitou uma barbárie.
Andando-se já pelas 7.20 horas do dia 26 de novembro, os majores Mário Tomé e Cuco Rosa foram convocados para se apresentarem ao Presidente da República - mas um plenário de militares revolucionários da PM determinou que só iriam se Costa Gomes explicasse a razão da convocação. Menos de uma hora depois, Jaime Neves atirou o seu chaimite contra um dos portões, derrubou-o e tomou o quartel do Regimento da Polícia Militar sem um tiro. Ordenando: «Tudo na parada, já!» - perguntou a Mário Tomé (que haveria de ser deputado e líder da UDP) pelo seu comandante e, desconcertante, foi a resposta que colheu: «A última vez que o vi estava debaixo da secretária! O cheiro do perigo tem resultados imprevisíveis. Pode até transformar gigantes em pigmeus...»
Dispersaram os soldados após a rendição, os oficiais da PM ficaram sob prisão durante três dias no próprio quartel. José Carvalho não, que lá não estava quando do ataque, mas Henrique Calisto sim:
– Ao fim desses três dias detido, fui ouvido na Região Militar, mandaram-me para casa. Não, não fui logo desmobilizado, três meses depois ainda estive em Elvas, mas só 15 dias. E aí sim, é que foi o fim, deixei a tropa, fui dar aulas para Santo Tirso. Jogava no Leixões, no Leixões continuei a jogar, a treinador só passaria cinco anos depois, em 1980.
Um dos dois comandos mortos, o José Eduardo Coimbra, era grande esperança do basquetebol nacional. Miliciano na Amadora, jogava no BPM (equipa do banco de Afonso Pinto de Magalhães, o presidente do FC Porto). No Porto se fez o seu funeral – e que quase se transformou em tragédia se contou: que eram aos milhares as pessoas a atravessarem a ponte D. Luís para o último adeus e o que, por isso, a ponte tremeu, chegou a abanar, achou-se que caía.
Logo se soube que Jaime Neves, emotivo, decidira guardar para si a Kalashnikov que o tenente Coimbra usara pela última vez – e na sequência da sua ação, a 28 de novembro, Pinheiro de Azevedo anunciou que o seu VI Governo Provisório voltava à normalidade de funções – e Mário Soares, que se refugiara no Porto, regressou a Lisboa. O novo homem forte do regime não passou a ser Jaime Neves, passou a ser Ramalho Eanes... – e, em 1981, com ele no segundo mandato de Presidente da República, Jaime Neves passou à reserva.
Em África, Jaime Neves comandara a companhia 2045, uma das últimas forças especiais a deixar a guerra colonial - e nela se inspirou para, com mais seis comandos, fundar uma empresa de segurança: 2045, o seu último projeto de vida.
 

wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
5,174
6,920
Bragança
Está a acontecer tanta coisa má no mundo. A eleição de Trump, o 25 de Novembro....
Quem chegou hoje ao fórum, um aviso : isto é sempre assim. Se fosse a Kamala e 25 de Abril, era só gente a postar idiotices com uma raiva, que não se consegue esconder.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
  • Abril/19
Uma experiência de vida de quem viveu o 25 de Novembro e dias anteriores, encontrei este testemunho em papéis que guardei até hoje.
Não menciono o autor por razões pessoais e o texto que coloco é bastante mais curto que o original mas omiti diversas partes por achar por bem não o fazer, muitos já morreram e a história seria muito mais violenta.
Antes do 25 de Novembro tivemos o chamado golpe Palma Carlos, o spinolista, golpes de extrema direita e o 11 de Março.
Num espaço de 1 ano e seis meses, após o 25 de Abril, tivemos diversos episódios só que quem mandava na revolução era o Conselho da Revolução sob a direção do chamado grupo dos 9 e prevaleceu a democracia.
25 de Abril tinha como lema democratizar, liberdade de expressão e descolonização. Cada força política tinha a sua interpretação disso, o da liberdade da expressão e descolonização estavam realizados (mais este), o democratizar segundo os parâmetros da chamada hoje democracia liberal só aconteceu verdadeiramente após o 26 de Novembro de 1975.

Aqui vai o texto;

A data ficou a marcar a história como o (definitivo) regresso de Portugal à democracia parlamentar (e ocidental) e ao fim da sua ilusão comunista: 25 de novembro de 1975 – sendo, porém, já a 26 (de novembro de 1975) que o desfecho deu no que deu…
De alvoroço em fogacho se viveram meses e dias anteriores. Por exemplo, a Vasco Gonçalves (ainda Primeiro-Ministro…) apanhara-se-lhe, no frenesim do devaneio: «Não podemos perder por via eleitoral aquilo que tanto tem custado ao povo e à revolução» - e logo surgira Álvaro Cunhal (o líder do PCP) a dar-lhe aconchego: «As eleições não têm nada ou têm muito pouco a ver com a dinâmica revolucionária, Portugal nunca terá uma democracia burguesa».
Sem que o MFA cedesse à pressão, fizeram mesmo eleições, a 25 de abril de 1975 – as eleições para a Assembleia Constituinte. Entre os candidatos surgiram José Maria Pedroto (pelo PPD), Artur Jorge (pelo MDP/CDE) e António Simões (pelo CDS). Sem que nenhum deles conseguisse mandato para São Bento (António Simões consegui-lo-ia, um ano depois, nas primeiras Legislativas) – o PS colheu 37,87%, o PPD 26,39% e o CDS 7,61%.
Ao contrário do que sucedera em 1974, nas comemorações do 1.º de Maio, o PCP (que se ficara pelos 12,46% de votos) proibiu Mário Soares de discursar. Pedindo-se, então, ao FC Porto o Estádio das Antas, no comício que lá fez pela «democracia de verdade» aglomeraram-se mais de 50 mil pessoas – e, arrastadas mais de 100 mil para a manifestação na Fonte Luminosa, apesar de o COPCON ter levantado barragens à entrada de Lisboa, Costa Gomes (o Presidente da República que, na flexão à esquerda, se pusera no lugar de António de Spínola, general de cavalaria que fora grande figura no hipismo) percebeu o destino a mudar:
– O povo já não está com o MFA.
Não, não estava com esse MFA retorcido à esquerda mais radical e, por entre ação exortando à «defesa da revolução, custasse o que custasse», o PCP ainda ensinou militantes a fabricaram cocktails molotov – e, a 12 de setembro de 1975, apagou-se o gonçalvismo (na queda de Vasco Gonçalves de Primeiro-Ministro), sem que, porém, se desfizessem ou desenfarinhassem escarcéus e conspirações.
Tinham sido (no PREC) 452 dias quentes avassaladores – e com José Pinheiro de Azevedo (descendente de judeus de Viseu que, já oficial de marinha, se aventurara ao primeiro curso do Instituto Nacional de Educação Física ) empossado Primeiro-ministro do IV Governo Provisório, o país continuou, pois, a arder...
Horas antes Mário Soares telefonara, impaciente, a Freitas do Amaral avisando-o:
– Está a correr rumor de que se prepara em Lisboa uma tomada de poder pelas forças afetas ao Partido Comunista…
e o que era certo e sabido era que, para 16 de novembro de 1975, se marcara «manifestação no Terreiro do Paço para dar resposta à altura à manif de apoio a Pinheiro de Azevedo».
Da Avenida da Liberdade largou, então, a «manifestação no Terreiro do Paço para dar resposta à altura à manif de apoio a Pinheiro de Azevedo». com betoneiras e tratores de reboque das zonas da Reforma Agrária. Chamando-lhe «manifestação unitária popular», desembocou no Terreiro do Paço e, na mensagem que para lá enviou (para ser lida por um soldado), Otelo Saraiva de Carvalho afirmou que o «Terreiro deixara de ser do Paço, passara a ser do Povo» – exortando, veemente, «trabalhadores e militares» a avançarem para a «revolução socialista». E, em fervor, gritou-se pelo «Camarada Vasco» (o Gonçalves, claro):
– Tu és a muralha de aço!
No RALIS, quartel sob comando de Carlos Fabião, soldados foram a desfile marchando de punho fechado e bradando:
– Juramos estar sempre ao lado do Povo, ao serviço da classe operária, contra o fascismo, contra o imperialismo, pela vitória da Revolução Socialista
e, à «manifestação unitária popular» (e ao mais que se passara antes – por exemplo, trabalhadores da construção civil cercarem-no em São Bento…) Pinheiro de Azevedo respondeu com ato insólito, como esse que se desatou da reunião do Conselho de Ministros pela alta madrugada de 20 de novembro, atirando, aos repórteres que o aguardavam, a afirmação (acirrada):
– Fui sequestrado duas vezes, já chega! Não gosto de ser sequestrado, é uma coisa que me chateia, pá!
Já tinham sido desviadas espingardas automáticas G3 do paiol de Beirolas - e murmurava-se que Otelo o afiançara:
– Estão em boas mãos, nas mãos do povo
e, nesse primeiro dia do governo de Pinheiro de Azevedo em greve, o Conselho da Revolução decidiu substituir Otelo Saraiva de Carvalho por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa. E foi então que, considerando que Otelo e Fabião, o Ralis e a Polícia Militar, eram entraves à «normalização da crise», Jaime Neves revelou, atroante:
– Os Comandos querem pôr isto na ordem!
Tentado a não fazê-lo, Vasco Lourenço acabou por aceitar o comando da Região Militar de Lisboa – e, chegando-se a 24 de novembro, Ramalho Eanes, Melo Antunes, Vasco Lourenço e Jaime Neves foram a Belém dar conta a Costa Gomes da sua intenção de «repor Portugal na rota da democracia». Fora deixaram, insinuantes, quatro chaimites estacionados.
– Se não me segurassem eu matava-o. Atirei-me a ele, agarrei-lhe o pescoço, sim até o matava... Porque ele, o Costa Gomes, que era o Presidente da República, o Chefe do Estado Maior, não queria assumir nada, a responsabilidade das operações militares, só dizia que os outros eram coitadinhos e por aí adiante. Não, não estava hesitante, estava cheio de medo, cheio de medo…
Morais e Silva, Chefe do Estado Maior da Força Aérea, mandara passar à disponibilidade 1000 paraquedistas da Base de Tancos - e na manhã de 25 de novembro eles ocuparam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis outras bases a Norte, reafirmando-se, em furor, «fiéis a Otelo e ao Copcon, à revolução socialista».
Companheiro de quarto de Henrique Calisto (que já professor de Educação Física jogava futebol no Leixões) no quartel da Polícia Militar (um dos baluartes do COPCON) era José Carvalho que estava, então, a preparar-se para os Jogos Olímpicos de Montreal de onde haveria de sair em brilharete, perdendo por pouco, por muito pouco, a medalha de bronze nos 400 metros barreiras:
– Três dias antes do 25 de novembro tinha recebido dispensa de serviço de comandante do 1º Esquadrão de Instrução de Cavalaria, o Henrique Calisto era comandante do 3º Esquadrão. Como deixara o comando ao capitão Ferreira da Silva, ao ouvir na rádio informação de que os militares deviam regressar todos aos quartéis, regressei... Ainda fui destacado para missão no RALIS, ir ao RALIS saber da sua posição, fui eu e o Calisto num unimogue, bem armados. O Calisto com uma autometralhadora, eu com um lança-granadas antitanque. Ao voltarmos fez-se uma reunião de oficiais com o Campos Andrada, o primeiro comandante, e com o Mário Tomé, o segundo comandante. Por essa altura, a RTP já estava a emitir do Porto – e perante o impasse na nossa reunião, eu decidi voltar para o meu quarto no Centro de Estágio da Cruz Quebrada.nAo descer, à noite pela Calçada da Ajuda, ainda me apercebi de elétricos em jeito de barricada – e no outro dia de manhã, antes de ir para o treino, ouvi na rádio as notícias do ataque à PM, das mortes...
Entretanto, os homens que vão para o Centro de Instrução dos Comandos já deviam ter recebido cada um 500 escudos de subsídio de fardamento, mas o dinheiro não aparece. É então que os futuros instruendos do CIC e o pessoal do Regimento de Artilharia assistem a um episódio protagonizado por um capitão Gonçalves das Neves vulcânico. Consiste em duas cenas de berros nunca antes vistas no pacato quartel. Primeiro, o capitão dirige-se ao primeiro sargento da secretaria. Depois, sobe ao comandante do Regimento. No dia seguinte, o dinheiro emerge das desleixadas gavetas burocráticas e todos ficam equipados.
Foi, pois, com esse espírito que já na madrugada de 25 para 26 de novembro, Jaime Neves (que acabara de ser promovido a tenente-coronel) subiu de chaimite a Calçada da Ajuda, arrastando força para vergar a Polícia Militar e o Regimento de Cavalaria 7. Encontrou, contudo, espalhadas em seu redor, milícias populares armadas de metralhadoras, nalguns casos. A um repórter da RTP, um soldado da PM revelou que o seu regimento distribuíra armas a civis durante a noite…
Populares conotados com os partidos da extrema-esquerda cavaram trincheiras junto às instalações da PM – e, numa das três companhias que Jaime Neves levara para o ataque estava o tenente José Eduardo Coimbra. Ao erguer-se para fora do seu tanque recebeu tiro em cheio, por cima do crachá - e morreu a caminho do Hospital Militar. Sugerindo-se que a bala que matara Coimbra fora disparada por popular escondido no telhado de um andar da Calçada da Ajuda, Henrique Calisto que estava lá, dentro, no quartel da PM, garantiria que não, que o disparo foi de um dos seus instruendos.
Com o furriel Joaquim dos Santos Pires abatido por fogo de metralhadora do Regimento de Cavalaria 7, o cerco ao quartel da Polícia Militar fez-se com os comandos exclamando, em ira: «Vamos vingá-los, mataram-nos dois, mataremos 200 pelo menos!». Jaime Neves pediu-lhe calma e foi essa sua voz de comando que evitou uma barbárie.
Andando-se já pelas 7.20 horas do dia 26 de novembro, os majores Mário Tomé e Cuco Rosa foram convocados para se apresentarem ao Presidente da República - mas um plenário de militares revolucionários da PM determinou que só iriam se Costa Gomes explicasse a razão da convocação. Menos de uma hora depois, Jaime Neves atirou o seu chaimite contra um dos portões, derrubou-o e tomou o quartel do Regimento da Polícia Militar sem um tiro. Ordenando: «Tudo na parada, já!» - perguntou a Mário Tomé (que haveria de ser deputado e líder da UDP) pelo seu comandante e, desconcertante, foi a resposta que colheu: «A última vez que o vi estava debaixo da secretária! O cheiro do perigo tem resultados imprevisíveis. Pode até transformar gigantes em pigmeus...»
Dispersaram os soldados após a rendição, os oficiais da PM ficaram sob prisão durante três dias no próprio quartel. José Carvalho não, que lá não estava quando do ataque, mas Henrique Calisto sim:
– Ao fim desses três dias detido, fui ouvido na Região Militar, mandaram-me para casa. Não, não fui logo desmobilizado, três meses depois ainda estive em Elvas, mas só 15 dias. E aí sim, é que foi o fim, deixei a tropa, fui dar aulas para Santo Tirso. Jogava no Leixões, no Leixões continuei a jogar, a treinador só passaria cinco anos depois, em 1980.
Um dos dois comandos mortos, o José Eduardo Coimbra, era grande esperança do basquetebol nacional. Miliciano na Amadora, jogava no BPM (equipa do banco de Afonso Pinto de Magalhães, o presidente do FC Porto). No Porto se fez o seu funeral – e que quase se transformou em tragédia se contou: que eram aos milhares as pessoas a atravessarem a ponte D. Luís para o último adeus e o que, por isso, a ponte tremeu, chegou a abanar, achou-se que caía.
Logo se soube que Jaime Neves, emotivo, decidira guardar para si a Kalashnikov que o tenente Coimbra usara pela última vez – e na sequência da sua ação, a 28 de novembro, Pinheiro de Azevedo anunciou que o seu VI Governo Provisório voltava à normalidade de funções – e Mário Soares, que se refugiara no Porto, regressou a Lisboa. O novo homem forte do regime não passou a ser Jaime Neves, passou a ser Ramalho Eanes... – e, em 1981, com ele no segundo mandato de Presidente da República, Jaime Neves passou à reserva.
Em África, Jaime Neves comandara a companhia 2045, uma das últimas forças especiais a deixar a guerra colonial - e nela se inspirou para, com mais seis comandos, fundar uma empresa de segurança: 2045, o seu último projeto de vida.
No meio disto tudo é normal que o PCP e o BE detestem o 25 de Novembro, é normal que partidos como a IL e Chega tentem reclamar o dia para si, só não é muito normal o PS ser tão timido em reclamar para si a data quando Mario Soares foi figura decisiva nele.
 
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Cheue

12 Maio 2016
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No meio disto tudo é normal que o PCP e o BE detestem o 25 de Novembro, é normal que partidos como a IL e Chega tentem reclamar o dia para si, só não é muito normal o PS ser tão timido em reclamar para si a data quando Mario Soares foi figura decisiva nele.
o 25 de novembro é muito mais do PS do que da IL ou Chega...

nem ser percebe porque é que esses partidos se apoderaram do dia...
 
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Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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  • Reinaldo Teles
  • Março/19
No meio disto tudo é normal que o PCP e o BE detestem o 25 de Novembro, é normal que partidos como a IL e Chega tentem reclamar o dia para si, só não é muito normal o PS ser tão timido em reclamar para si a data quando Mario Soares foi figura decisiva nele.
Não. O 25 de Novembro é uma vitória do chamado Grupo dos Nove do Conselho da Revolução.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
  • Abril/19
o 25 de novembro é muito mais do PS do que da IL ou Chega...

nem ser percebe porque é que esses partidos se apoderaram do dia...
Dizer que é muito mais do PS do que do IL ou Chega é pecar por muito escaço.

Acho que se apoderaram porque lhes dá jeito porque uma vitoria é uma vitoria, e porque tiveram ajuda do BE, e como como em muitas coisas fica uma dicotomia extrema esquerda extrema direita, e os outros ficam a ver.
 
25 Maio 2013
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O 25 de Novembro não representou apenas o fim do PREC, iniciado no dia da tentativa de golpe de estado dos ultras do regime (extrema-direita), que apoiavam o Spínola (fugiu para Espanha). O 25 de Novembro representa o fim do período de uma luta pós-revolução muito extremada entre a esquerda e a direita. Como disseste e bem:
Antes do 25 de Novembro tivemos o chamado golpe Palma Carlos, o spinolista, golpes de extrema direita e o 11 de Março.
Num espaço de 1 ano e seis meses, após o 25 de Abril, tivemos diversos episódios só que quem mandava na revolução era o Conselho da Revolução sob a direção do chamado grupo dos 9 e prevaleceu a democracia.
Agora há é um revival dos ultras do regime, que ainda não fizeram o luto. Há que notar que nem o próprio Salazar, muito menos o Caetano, eram tão radicais como os ultras. Os tais que queriam o fosse o Kaúlza a suceder ao Salazar. O mesmo que ainda esboçou uma tentativa de derrubar o Caetano, para mandar para canto o Costa Gomes e o Spínola, quando já havia MFA. Pelo Kaúlza ainda estávamos em África. Era só mandar mais carne para canhão.

Estas viúvas velhas nunca conseguiram lidar com a Revolução dos Cravos porque o período que se seguiu foi muito extremado, marcado fortemente pela reacção ao fim de quase 50 anos de ditadura. Foram muitos tachos que se perderam, mas muitos também foram conseguidos à custa de muita censura, tortura e vidas perdidas. Seja como for, os exageros e crimes cometidos durante o período de 25/04/1974 a 25/11/1975 nunca, jamais, servirão como justificação para equiparar seja o que for ao 25 de Abril.

Se querem comemorar todas as tentativas de golpes de estado durante esse período, vão ter que fazer muitas sessões solenes.
 
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança

Tudo por causa de um gajo que devia ter sido deportado décadas antes pelos crimes graves do seu historial criminal, como diz a Lei.
Antes de o queimarem na face e corpo todo, apontaram-lhe uma arma á cabeça e disseram, tu não sais.
20 anos de cadeia para cada envolvido. Se forem estrangeiros, deportar depois. Este é um crime premeditado, não é uma perseguição a quem está a fazer mal. Era um trabalhador.
Ah...e porque era branco. Isso é o menos.
 
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joaovilasboas

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4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
50 anos do 25 de Novembro é em 2025. Tal como da Intentona do 11 de Março, do Spinola. Também tem direito a sessão solene, ou os ultras do regime não querem?
Siga. Por mim bora. Sobre o 11 de março, o que muita gente não sabe:

- O Salgueiro Maia e o Jaime Neves recusaram participar no golpe. Caso contrário, existiria uma maior probabilidade de existir uma guerra civil.

- Os gonçalvistas e os outros radicais de esquerda queriam fuzilar os golpistas

- Alguns radicais de esquerda queriam adiar as eleições

- Queriam prender o Mário Soares

- É delineado o programa dos próximos meses, da proto ditadura socialista que se viveu a posteriori

- O Otelo queria expulsar o Carlucci

- Queriam expulsar o Salgueiro Maia das forças armadas

- Perseguem e raptam militares que combateram ao lado de Spinola em Ultramar, torturando alguns

Depois disso, tivemos a tal proto ditadura socialista, que, com o 25 de novembro, se tornaria numa definitiva ditadura socialista.

A situação estava tão grave que, no Verão Quente de 75, o Grupo dos Nove e o PS já pensavam num golpe contra o governo do Gonçalves.

Mete-me nojo ver gente a cair na armadilha do Chega, ao dizer que o 25 de novembro foi uma manobra de extrema-direita. Não foi.

Tratou-se de uma aliança entre militares, a esquerda moderada e a direita democrática. O comando dessa aliança pertenceu ao PS, nomeadamente ao Mário Soares, e a Ramalho Eanes.

Mais tarde, também seria o PS a conciliar as diversas forças políticas e a assumir o comando da elaboração da nossa constituição. A nossa constituição, na sua versão originária, é uma constituição do PS, cujas revisões foram promovidas mormente pelo PSD com a sua anuência.

O 25 de novembro não se compara ao 25 de abril; correspondeu, isso sim, à recuperação do espírito do 25 de abril. Assim, embora não tenha a importância da revolução, deve mesmo ser comemorada.

E o PCP queria uma ditadura socialista em Portugal, simplesmente acobardou-se - e ainda bem.

As posições do PCP e do BE nesta questão só provam que são partidos extremistas.

E sim, comemoremos o 11 de março. No entanto, tenha-se presente que este não se equipara ao 25 de novembro - o 11 de março representou a derrota da extrema-direita e, concomitantemente, a assunção de um protótipo de ditadura socialista, que já estava em marcha. O 25 de novembro, por outro lado, representou a derrota da extrema-esquerda e a vitória da democracia liberal, de uma social-democracia ocidental.
 

Almadedragao

Tribuna Presidencial
16 Julho 2018
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  • Reinaldo Teles
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  • Jorge Costa
o 25 de novembro é muito mais do PS do que da IL ou Chega...

nem ser percebe porque é que esses partidos se apoderaram do dia...
Percebe-se porque há outros partidos da nossa praça com um saudosismo doentio do comunismo que querem apagar essa data da nossa história.
 

Zeus

Tribuna Presidencial
1 Agosto 2015
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Olimpo

Tudo por causa de um gajo que devia ter sido deportado décadas antes pelos crimes graves do seu historial criminal, como diz a Lei.
Antes de o queimarem na face e corpo todo, apontaram-lhe uma arma á cabeça e disseram, tu não sais.
20 anos de cadeia para cada envolvido. Se forem estrangeiros, deportar depois. Este é um crime premeditado, não é uma perseguição a quem está a fazer mal. Era um trabalhador.
Ah...e porque era branco. Isso é o menos.
“Ainda hoje, Tiago não sabe responder porquê. Porquê ele e por que é que na madrugada de 24 de outubro não o deixaram sair do autocarro. Questionado pela jornalista, Tiago arrisca uma resposta: “é por ser branco? Porque os meus outros colegas do Bairro do Zambujal foram convidados a sair do autocarro. Eram de cor. Eu era branco”.

Ainda dizem que não há racismo em Portugal…
 
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