Actualidade Internacional

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
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Vives num mundo a preto e branco. Laicismo=good, religião=bad. Quando as maiores atrocidades dos últimos cem anos foram cometidas em nome da "razão" e do ateísmo.
Dizer que a "religião perde influência quando começas a pensar e questionar" é não saber nada de psicologia humana. As crenças irracionais nunca vão desaparecer porque muitas vezes são as únicas que dão sentido à vida. Não importa que sejam "mentira", só importa é que ajudem a viver.
Eu conheço pessoas muito inteligentes, com carreiras profissionais e intelectuais com que tu nem poderias sonhar, que acreditam em Deus. Até tive um amigo, já falecido, professor universitário e esquerdista, que aos 70 anos teve um cancro e acabou a converter-se ao catolicismo. Vou dizer que ele ficou burro de repente? Não, vou dizer que poucas pessoas conseguem enfrentar transes desses sem o apoio de crenças irracionais.
Eu não sou crente, mas sempre achei que se um grupo de crianças de cinco anos fossem deixadas sozinhas numa iilha, iam acabar por inventar a ideia de Deus.
Aliás, nunca houve sociedade nenhuma sem crenças espirituais ou sobrenaturais. Por alguma razão há-de ser.
Essas crenças têm a ver com a necessidade irracional de explicar aquilo que não se controla.
Em vez de trabalhar a consciência humana por forma a aceitar que a vida tem uma componente de aleatóridade e que não se consegue controlar, opta se pelo caminho mais fácil que é explicar as coisas através de algo " superior" que claramente não faz sentido.
Eu mantenho o que digo: a religião é um dos principais problemas do Mundo.

Mas não é o unico
 

tocoolant

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7 Abril 2016
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Não devias falar dessa maneira, tu não és voluntario para ir para lá.. acho que a maior parte dos Ucranianos quer negociar a paz.
Duvido que a paz que eles queiram negociar inclua uma cedência de todos os territórios ocupados e fingir que a Russia nunca os atacou. Se assim for podemos simplesmente dizer que o que está a ser negociado é uma capitulação.

Não sou Ucraniano mas duvido que queiram render-se. Agora há um ponto que mesmo não concordando posso entender. Este mundo não está para lirismos e é pura e simplesmente a lei do mais forte. E se assim o é e sendo a Russia mais forte que a Ucrânia teremos que deixar de pensar no que é "justo" ou "injusto" e minimizar o número de baixas. Eu entendo este pragmatismo, simplesmente só acho que não é lirismo pensar que todos juntos somos mais fortes que a Russia. É só isto.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
  • Abril/19
Duvido que a paz que eles queiram negociar inclua uma cedência de todos os territórios ocupados e fingir que a Russia nunca os atacou. Se assim for podemos simplesmente dizer que o que está a ser negociado é uma capitulação.

Não sou Ucraniano mas duvido que queiram render-se. Agora há um ponto que mesmo não concordando posso entender. Este mundo não está para lirismos e é pura e simplesmente a lei do mais forte. E se assim o é e sendo a Russia mais forte que a Ucrânia teremos que deixar de pensar no que é "justo" ou "injusto" e minimizar o número de baixas. Eu entendo este pragmatismo, simplesmente só acho que não é lirismo pensar que todos juntos somos mais fortes que a Russia. É só isto.
Sim, mas o ponto é que estamos juntos.. quer dizer se para ti estarmos juntos for dizer força nisso, e dar uns 10 euros por anos dos nosso impostos para apoiar, pode ser.
 

Panda Azul e Branco

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14 Janeiro 2025
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Duvido que a paz que eles queiram negociar inclua uma cedência de todos os territórios ocupados e fingir que a Russia nunca os atacou. Se assim for podemos simplesmente dizer que o que está a ser negociado é uma capitulação.

Não sou Ucraniano mas duvido que queiram render-se. Agora há um ponto que mesmo não concordando posso entender. Este mundo não está para lirismos e é pura e simplesmente a lei do mais forte. E se assim o é e sendo a Russia mais forte que a Ucrânia teremos que deixar de pensar no que é "justo" ou "injusto" e minimizar o número de baixas. Eu entendo este pragmatismo, simplesmente só acho que não é lirismo pensar que todos juntos somos mais fortes que a Russia. É só isto.
Mas porque carga de água é que havemos de ser "todos juntos" contra a Rússia? Que mal fez alguma vez a Rússia a Portugal e aos portugueses? E porque é que não somos "todos juntos" contra os Israelitas que praticam genocídio em Gaza? Quem mata mais civis indefesos, a Russia ou Israel?
 

tocoolant

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7 Abril 2016
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Sim, mas o ponto é que estamos juntos.. quer dizer se para ti estarmos juntos for dizer força nisso, e dar uns 10 euros por anos dos nosso impostos para apoiar, pode ser.
Podemos discordar relativamente ao quão envolvidos devemos estar. Ou até o dinheiro que estamos dispostos a dar. Agora aliviar sanções à Russia e tentar sacar um negócio de minérios raros a um país desesperado (o que seria pura e dura extorsão) é a todos os títulos deplorável.

Eu já dou de barato que os EUA têm na melhor das hipóteses indiferença e na pior hipótese desdém pela Europa. Assim sendo a Europa terá que fazer a sua parte e seguir o seu caminho. E sim, apoiar com mais do que 10€ cabeça, acelerar a produção e o R&D militar, rever as cadeias logísticas e a dependência das redes de comunicação militar dos EUA.

Como português e como europeu já estou farto de ver todos os actores políticos europeus a dizerem amen ao que quer que seja que os EUA façam e mesmo custando-me admiti-lo... sim... é para rearmar.
 
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tocoolant

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7 Abril 2016
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Mas porque carga de água é que havemos de ser "todos juntos" contra a Rússia? Que mal fez alguma vez a Rússia a Portugal e aos portugueses? E porque é que não somos "todos juntos" contra os Israelitas que praticam genocídio em Gaza? Quem mata mais civis indefesos, a Russia ou Israel?
Uma coisa não impede a outra. Sim a Europa mais do que "condenar Israel" deve fazer um embargo em toda a linha e, da parte que me toca, até mais do que isso.

A Russia mesmo estando longe de Portugal está dentro da Europa. E está dentro da Europa a fazer uma guerra que tem repercussões económicas sérias em paises da UE e consequentemente não pode ser um assunto ao qual Portugal está alheio.

E de forma mais directa direi o seguinte. O Putin é um ditador com visões expansionistas. Sim, quer tomar a Ucrânia toda e não só parte dela e se o deixarem abocanha os bálticos e quiçá mais do que isso. Não, não acredito que queira marchar até Lisboa mas, estando Portugal directamente ameaçado pela Russia ou não, aceitar que o Putin conquiste o que quer conquistar sem consequências a mim não me parece uma opção.
 
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sirmister

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Podemos discordar relativamente ao quão envolvidos devemos estar. Ou até o dinheiro que estamos dispostos a dar. Agora aliviar sanções à Russia e tentar sacar um negócio de minérios raros a um país desesperado (o que seria pura e dura extorsão) é a todos os títulos deplorável.

Eu já dou de barato que os EUA têm na melhor das hipóteses indiferença e na pior hipótese desdém pela Europa. Assim sendo a Europa terá que fazer a sua parte e seguir o seu caminho. E sim, apoiar com mais do que 10€ cabeça, acelerar a produção e o R&D militar, rever as cadeias logísticas e a dependência das redes de comunicação militar dos EUA.

Como português e como europeu já estou farto de ver todos os actores políticos europeus a dizerem amen ao que quer que seja que os EUA façam e mesmo custando-me admiti-lo... sim... é para rearmar.
Sim, mas como Portugues ias para lá lutar? a questão é essa..
 

tocoolant

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7 Abril 2016
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Sim, mas como Portugues ias para lá lutar? a questão é essa..
Fazer de guerrilheiro sozinho e desapoiado sabendo que a morte seria o mais provável só o faria por Portugal mesmo. Mas não, a questão não é essa.

O que nos está a ser pedido pela Ucrânia nem sequer é a colocação de homens do nosso lado. É dar apoio logístico, económico e de material militar. E se acreditas que faze-lo é estar por fora a alimentar a morte alheia embora eu entenda o raciocínio eu tenho um ângulo de visão diferente.

Dar um sistema anti-aereo à Ucrânia pode até matar vidas russas... mas pode salvar também vidas ucrânianas dado que podem interceptar um missil russo. E este raciocínio estende-se para outro tipo de apoios. Além do mais no início da guerra havia uma enorme relutância em dar certo tipo de armas mais ofensivas do que defensivas à Ucrânia. Mesmo não estando a 100% com estas cautelas numa situação tão dramática saúdo a ética de ao menos se reflectir nestas coisas.

Eu não quero mandar ninguém para a morte. Nem portugueses, nem de outra nacionalidade qualquer. Mas desculpa sirmister, novamente, não fomos nós que levamos a morte e destruição para a Ucrânia. Foi a Russia.
 
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SUPERMLY

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14 Setembro 2017
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Fazer de guerrilheiro sozinho e desapoiado sabendo que a morte seria o mais provável só o faria por Portugal mesmo. Mas não, a questão não é essa.

O que nos está a ser pedido pela Ucrânia nem sequer é a colocação de homens do nosso lado. É dar apoio logístico, económico e de material militar. E se acreditas que faze-lo é estar por fora a alimentar a morte alheia embora eu entenda o raciocínio eu tenho um ângulo de visão diferente.

Dar um sistema anti-aereo à Ucrânia pode até matar vidas russas... mas pode salvar também vidas ucrânianas dado que podem interceptar um missil russo. E este raciocínio estende-se para outro tipo de apoios. Além do mais no início da guerra havia uma enorme relutância em dar certo tipo de armas mais ofensivas do que defensivas à Ucrânia. Mesmo não estando a 100% com estas cautelas numa situação tão dramática saúdo a ética de ao menos se reflectir nestas coisas.

Eu não quero mandar ninguém para a morte. Nem portugueses, nem de outra nacionalidade qualquer. Mas desculpa sirmister, novamente, não fomos nós que levamos a morte e destruição para a Ucrânia. Foi a Russia.
A Ucrânia náo tem meios próprios para resistir durante 5 anos.
Por muito inepcia que a Rússia demonstre operacionalmente( por exemplo não conseguiu o objectivo principal por foi incompetente), o nuclear é dissuador.
Ninguém quer fazer call ao jogo do Putin.
Porque se não fosse isso já tinha havido intervenção externa e já estava tudo resolvido.
Sobre ter de lutar, parece me obvio que noutras circunstâncias iríamos para lá
 

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
Fazer de guerrilheiro sozinho e desapoiado sabendo que a morte seria o mais provável só o faria por Portugal mesmo. Mas não, a questão não é essa.

O que nos está a ser pedido pela Ucrânia nem sequer é a colocação de homens do nosso lado. É dar apoio logístico, económico e de material militar. E se acreditas que faze-lo é estar por fora a alimentar a morte alheia embora eu entenda o raciocínio eu tenho um ângulo de visão diferente.

Dar um sistema anti-aereo à Ucrânia pode até matar vidas russas... mas pode salvar também vidas ucrânianas dado que podem interceptar um missil russo. E este raciocínio estende-se para outro tipo de apoios. Além do mais no início da guerra havia uma enorme relutância em dar certo tipo de armas mais ofensivas do que defensivas à Ucrânia. Mesmo não estando a 100% com estas cautelas numa situação tão dramática saúdo a ética de ao menos se reflectir nestas coisas.

Eu não quero mandar ninguém para a morte. Nem portugueses, nem de outra nacionalidade qualquer. Mas desculpa sirmister, novamente, não fomos nós que levamos a morte e destruição para a Ucrânia. Foi a Russia.

Virá o tempo em que os próprios ucranianos pressionarão Zelensky para a capitulação. O arrebatamento inicial pela defesa da pátria esmorece com o tempo e a realidade da guerra. De que adiantará lutar até ao último homem se se acabar sem território nem população?... O cenário actual é desencorajador, os ucranianos perdem terreno diariamente e não se vislumbra capacidade para o recuperar. Quanto mais tempo passa, menos Ucrânia existe. ... chegará um ponto em que, por mais armas que se envie, faltarão soldados para lutar. O que se fará então? O acordo de paz futuro será mais penalizador. Esta é uma perspectiva possível.

Os ucranianos estão sós no campo de batalha e não se adivinha coisa diferente. Números da tal aliança europeia a favor da Ucrânia: EU spends more on Russian oil and gas than financial aid to Ukraine – report | Russia | The Guardian . Os europeus gastavam até há pouco tempo mais dinheiro com importações de energia russa do que em apoio financeiro à Ucrânia, ignorando se o continuam a fazer. A Rússia não está nem ficará isolada por mais sanções que se lhe imponham, pois há mais mundo além do bloco ocidental. Colapsará com o tempo? Com a degradação das condições de vida?... há muito que se especula isso, soando mais a desejo que a possibilidade real ou próxima. A Ucrânia está a perder e parece caminhar para a derrota. E o derrotado não prevalecerá nas negociações de paz, naturalmente.
 
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sirmister

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Fazer de guerrilheiro sozinho e desapoiado sabendo que a morte seria o mais provável só o faria por Portugal mesmo. Mas não, a questão não é essa.

O que nos está a ser pedido pela Ucrânia nem sequer é a colocação de homens do nosso lado. É dar apoio logístico, económico e de material militar. E se acreditas que faze-lo é estar por fora a alimentar a morte alheia embora eu entenda o raciocínio eu tenho um ângulo de visão diferente.

Dar um sistema anti-aereo à Ucrânia pode até matar vidas russas... mas pode salvar também vidas ucrânianas dado que podem interceptar um missil russo. E este raciocínio estende-se para outro tipo de apoios. Além do mais no início da guerra havia uma enorme relutância em dar certo tipo de armas mais ofensivas do que defensivas à Ucrânia. Mesmo não estando a 100% com estas cautelas numa situação tão dramática saúdo a ética de ao menos se reflectir nestas coisas.

Eu não quero mandar ninguém para a morte. Nem portugueses, nem de outra nacionalidade qualquer. Mas desculpa sirmister, novamente, não fomos nós que levamos a morte e destruição para a Ucrânia. Foi a Russia.

O ponto é que é facil dizer que eles não devem negociar, e devem lutar até ganhar a guerra, quando não se tem que ir para lá.
 

tocoolant

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7 Abril 2016
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Virá o tempo em que os próprios ucranianos pressionarão Zelensky para a capitulação. O arrebatamento inicial pela defesa da pátria esmorece com o tempo e a realidade da guerra. De que adiantará lutar até ao último homem se se acabar sem território nem população?... O cenário actual é desencorajador, os ucranianos perdem terreno diariamente e não se vislumbra capacidade para o recuperar. Quanto mais tempo passa, menos Ucrânia existe. ... chegará um ponto em que, por mais armas que se envie, faltarão soldados para lutar. O que se fará então? O acordo de paz futuro será mais penalizador. Esta é uma perspectiva possível.

Os ucranianos estão sós no campo de batalha e não se adivinha coisa diferente. Números da tal aliança europeia a favor da Ucrânia: EU spends more on Russian oil and gas than financial aid to Ukraine – report | Russia | The Guardian . Os europeus gastavam até há pouco tempo mais dinheiro com importações de energia russa do que em apoio financeiro à Ucrânia, ignorando se o continuam a fazer. A Rússia não está nem ficará isolada por mais sanções que se lhe imponham, pois há mais mundo além do bloco ocidental. Colapsará com o tempo? Com a degradação das condições de vida?... há muito que se especula isso, soando mais a desejo que a possibilidade real ou próxima. A Ucrânia está a perder e parece caminhar para a derrota. E o derrotado não prevalecerá nas negociações de paz, naturalmente.
As nuvens estão negras e a derrota é uma possibilidade real. Não nego esse facto. Assim como não nego que se estivermos num ponto de impossibilidade de vitória a rendição é o único caminho e não um suicídio colectivo em prol da honra.

O tempo dirá se há ou não há esperança. Talvez não haja. Mas mesmo que o exército ucraniano baixasse as armas e a Russia tomasse tudo não seria paz o que se seguiria. A Russia ficaria com um país com dezenas de milhões de pessoas a rejeitarem a autoridade vigente e, consequentemente, teria que lidar com actos de subversão e quiçá terrorismo interno. Esta é uma realidade possível (senão provável) dum pós vitória russa que muita gente não está a considerar.

Eu não tenho dúvida que há um wishful thinking do bloco ocidental a hiperbolizar o efeito das sanções económicas à Russia entre outras coisas que revelam pouca isenção ou desconhecimento. Mas também tenho algumas dúvidas que o stress colocado na sociedade russa com esta guerra seja irrelevante e que as baixas no exército russo seja algo que esteja a ser ignorado pelo povo russo e/ou que não crie sinceras preocupações nas elites russas.

O ponto sem retorno da rendição da Ucrânia caberá à Ucrânia decidir. Duvido que estejamos nesse ponto. Até lá... e esperemos que esse dia não chegue... o caminho certo é apoiar.