Actualidade Internacional

AFBT

Arquibancada
19 Março 2012
424
798
Os russos nunca quiseram saber da expansão da NATO?! Só se fossem loucos é que iriam permitir que a NATO pudesse instalar mísseis nucleares a dois palmos da sua fronteira. E de resto o Putin andou desde 2006 a avisar que a estratégia expansionista da NATO tinha de parar. Ninguém lhe deu ouvidos, como se a Rússia fosse um Iraque ou uma Líbia qualquer.

A partir do momento (2012) em que a Ucrânia deu sinais de querer virar costas à Rússia, a anexação da Crimeia era inevitável. Os russos nunca iriam permitir que a sua base naval na Crimeia corresse o risco de passar para as mãos da NATO. Isso para eles era um nyet-nyet.
Amigo, já sigo este tema a muito tempo até por razões familiares, visto que a mulher é Búlgara e pro-Rússia. Já tive centenas de conversas sobre este assunto com ela. Tão desesperada anda a Rússia com a expansão da NATO que fez 0 relativamente a integração da Finlândia e da Suécia. E sabes porquê? Porquê não querem saber disso para nada, não são países sobe a influência deles e a Ucrânia era. A única coisa que a Rússia queria era influência na Ucrânia manter lá um governo tipo, Bielorrússia e servi-se dele para o que lhe apetece-se. Aliás, era a expansão da NATO, depois eram os Nazis (um grande viva ao Grupo Wagner, quase todos eles neonazis) depois era o poder militar da Ucrânia e no final ficou claro o que eles querem, a anexação de território por razões económicas. Dizer que foi a NATO e isto e aquilo é acreditar no pai natal. Até a Suécia e Finlândia tremeram de medo e não aceitaram entrar na NATO por causa da poderosa Rússia, eles chamaram-lhe um figo...
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
6,285
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Amigo, já sigo este tema a muito tempo até por razões familiares, visto que a mulher é Búlgara e pro-Rússia. Já tive centenas de conversas sobre este assunto com ela. Tão desesperada anda a Rússia com a expansão da NATO que fez 0 relativamente a integração da Finlândia e da Suécia. E sabes porquê? Porquê não querem saber disso para nada, não são países sobe a influência deles e a Ucrânia era. A única coisa que a Rússia queria era influência na Ucrânia manter lá um governo tipo, Bielorrússia e servi-se dele para o que lhe apetece-se. Aliás, era a expansão da NATO, depois eram os Nazis (um grande viva ao Grupo Wagner, quase todos eles neonazis) depois era o poder militar da Ucrânia e no final ficou claro o que eles querem, a anexação de território por razões económicas. Dizer que foi a NATO e isto e aquilo é acreditar no pai natal. Até a Suécia e Finlândia tremeram de medo e não aceitaram entrar na NATO por causa da poderosa Rússia, eles chamaram-lhe um figo...
Eu não moro na cabeça do Putin, por isso não posso ter certezas sobre o que ele pensa. A minha opinião baseia-se apenas nas declarações públicas dele e de outros dirigentes russos sobre o assunto da expansão da NATO, a começar pelo seu célebre discurso de 2007 em Munique.
Mas faz todo o sentido que a Rússia não quisesse a Ucrãnia na NATO, tal como os EUA jamais admitiriam mísseis russos no México. É fácil de entende rporquê.

Depois, não confundas Suécia e Finlândia com a Ucrãnia. A Rússia tem uma ligação história com a Ucrânia, onde uma parte substancial da população no Leste não só fala russo, como se considera russa. Por vários motivos, para a Rússia a Ucrânia representa uma linha vermelha.
A Suécia e a Finlãndia entraram para a NATO, mas isso foi agora e num contexto muito particular. Mas uma coisa é esses dois países entrarem para a NATO, outra coisa é a Rússia deixar que a NATO instale mísseis nos seus territórios. Seria um convite á terceira guerra mundial.
Claro que não vai acontecer, porque os suecos e finlandeses não são assim tão estúpidos.
 

AFBT

Arquibancada
19 Março 2012
424
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Eu não moro na cabeça do Putin, por isso não posso ter certezas sobre o que ele pensa. A minha opinião baseia-se apenas nas declarações públicas dele e de outros dirigentes russos sobre o assunto da expansão da NATO, a começar pelo seu célebre discurso de 2007 em Munique.
Mas faz todo o sentido que a Rússia não quisesse a Ucrãnia na NATO, tal como os EUA jamais admitiriam mísseis russos no México. É fácil de entende rporquê.

Depois, não confundas Suécia e Finlândia com a Ucrãnia. A Rússia tem uma ligação história com a Ucrânia, onde uma parte substancial da população no Leste não só fala russo, como se considera russa. Por vários motivos, para a Rússia a Ucrânia representa uma linha vermelha.
A Suécia e a Finlãndia entraram para a NATO, mas isso foi agora e num contexto muito particular. Mas uma coisa é esses dois países entrarem para a NATO, outra coisa é a Rússia deixar que a NATO instale mísseis nos seus territórios. Seria um convite á terceira guerra mundial.
Claro que não vai acontecer, porque os suecos e finlandeses não são assim tão estúpidos.
Não te vou tentar convencer ou mudar de ideias relativamente as tuas convicções.
Agora dizer que foi por causa da NATO que a Rússia invadiu a Ucrânia é uma mentira que contada muitas vezes no cérebro dos Russos se torna verdade. A NATO nunca foi o motivo de invasão a Ucrânia, porque senão tinha de invadir a Finlândia e a Suécia, ora se não o fazes e ficas com um território substancialmente superior de "fronteira" com a NATO como é que consegues usar esse argumento para a Ucrânia? E como dizes e bem, se a Finlândia e a Suécia não iam deixar lá o instalar os mísseis o que te leva a pensar a ti e aos Russos a pensar que a Ucrânia ia deixar? Esse argumento vale 0. Não faz sentido. Já te disse e volto a dizer, as eleições foram ganhas prometendo uma Ucrânia virada para a Europa. Depois ele deu o dito pelo não dito porque o Putin lhe encheu os Bolsos e voltou-se para a Rússia. A população revoltou-se e apartir daí foi um escalar de violência. O uso da NATO foi uma desculpa dos Russos. Tal como eram os Nazis (que os há aka Azov group) depois era desmilitarização, depois a mais patética o referendo e consequente anexação dos territórios.
O grande problema dos Russos foi que pensavam que os ucranianos se iam render e iam instalar o governo sombra lá, correu tudo ao contrário. Os ucranianos defenderam Kiev, a Europa não ficou neutra, apesar de eu achar que deviam e podiam fazer muito mais, e agora isto arrasta-se a 2anos porque a Rússia calculou mal as manobras e os ses...
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Eu não moro na cabeça do Putin, por isso não posso ter certezas sobre o que ele pensa. A minha opinião baseia-se apenas nas declarações públicas dele e de outros dirigentes russos sobre o assunto da expansão da NATO, a começar pelo seu célebre discurso de 2007 em Munique.
Mas faz todo o sentido que a Rússia não quisesse a Ucrãnia na NATO, tal como os EUA jamais admitiriam mísseis russos no México. É fácil de entende rporquê.

Depois, não confundas Suécia e Finlândia com a Ucrãnia. A Rússia tem uma ligação história com a Ucrânia, onde uma parte substancial da população no Leste não só fala russo, como se considera russa. Por vários motivos, para a Rússia a Ucrânia representa uma linha vermelha.
A Suécia e a Finlãndia entraram para a NATO, mas isso foi agora e num contexto muito particular. Mas uma coisa é esses dois países entrarem para a NATO, outra coisa é a Rússia deixar que a NATO instale mísseis nos seus territórios. Seria um convite á terceira guerra mundial.
Claro que não vai acontecer, porque os suecos e finlandeses não são assim tão estúpidos.
E porque na verdade, não é preciso.
Nos anos 60 é que era perigoso ter mísseis à porta e mesmo assim a distância entre Cuba e NY deve ser menor do que da Alemanha a Moscovo
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Não te vou tentar convencer ou mudar de ideias relativamente as tuas convicções.
Agora dizer que foi por causa da NATO que a Rússia invadiu a Ucrânia é uma mentira que contada muitas vezes no cérebro dos Russos se torna verdade. A NATO nunca foi o motivo de invasão a Ucrânia, porque senão tinha de invadir a Finlândia e a Suécia, ora se não o fazes e ficas com um território substancialmente superior de "fronteira" com a NATO como é que consegues usar esse argumento para a Ucrânia? E como dizes e bem, se a Finlândia e a Suécia não iam deixar lá o instalar os mísseis o que te leva a pensar a ti e aos Russos a pensar que a Ucrânia ia deixar? Esse argumento vale 0. Não faz sentido. Já te disse e volto a dizer, as eleições foram ganhas prometendo uma Ucrânia virada para a Europa. Depois ele deu o dito pelo não dito porque o Putin lhe encheu os Bolsos e voltou-se para a Rússia. A população revoltou-se e apartir daí foi um escalar de violência. O uso da NATO foi uma desculpa dos Russos. Tal como eram os Nazis (que os há aka Azov group) depois era desmilitarização, depois a mais patética o referendo e consequente anexação dos territórios.
O grande problema dos Russos foi que pensavam que os ucranianos se iam render e iam instalar o governo sombra lá, correu tudo ao contrário. Os ucranianos defenderam Kiev, a Europa não ficou neutra, apesar de eu achar que deviam e podiam fazer muito mais, e agora isto arrasta-se a 2anos porque a Rússia calculou mal as manobras e os ses...
Se bem percebo o teu argumento, a Rússia invadiu a Ucrânia não por razões de segurança mas por razões históricas e culturais do tipo "a UKR sempre foi nossa e sempre há-de ser"? É isso? Acredito que essas motivações também desempenham o seu papel, já que afinal a Rússia "nasceu" em Kiev e russos e ucranianos são (eram) povos irmãos. Mas recordo-te que o Putin já discursava contra a expansão da NATO numa época em que ainda havia em Kiev um governo pró-russo.

Seja como for, se a tua mulher não te conseguiu convencer, eu muito menos hipóteses tenho. Mais depressa me sairia o euromilhões em três semanas consecutivas.
 

AFBT

Arquibancada
19 Março 2012
424
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Se bem percebo o teu argumento, a Rússia invadiu a Ucrânia não por razões de segurança mas por razões históricas e culturais do tipo "a UKR sempre foi nossa e sempre há-de ser"? É isso? Acredito que essas motivações também desempenham o seu papel, já que afinal a Rússia "nasceu" em Kiev e russos e ucranianos são (eram) povos irmãos. Mas recordo-te que o Putin já discursava contra a expansão da NATO numa época em que ainda havia em Kiev um governo pró-russo.

Seja como for, se a tua mulher não te conseguiu convencer, eu muito menos hipóteses tenho. Mais depressa me sairia o euromilhões em três semanas consecutivas.
ahaha, essa foi bem metida... Não porque os argumentos dela, tinham sempre ponta por onde se lhe pegar.

É um pouco isso sim, a segurança nunca foi nem é uma questão para a Rússia (actualmente, tirando a guerra fria dos anos 60), recordo-te que a Rússia é o Pais com mais Mísseis Nucleares, têm medo do que mesmo? De carregar no botão errado? Sabes que a Rússia desenvolveu o "Dead Hand" mesmo que toda a gente morra na Rússia a mesma é capaz de disparar os mísseis nucleares sem ninguém carregar no botão mágico. Se fosse mesmo a segurança tinha invadido a Finlândia e a Suécia aquando dos pedidos de adesão a NATO, e não o fez porque? Depois do disparate que foi a invasão da Rússia a Ucrânia a mesma ficou com a NATO a porta com uma fronteira maior do que seria a Ucrânia. E como alguém referiu e bem a Crimea é importante para a Rússia a nível estratégico por causa do Black Sea.

Tudo isto tem a ver com a estratégia global e económica. Tal como os Americanos fizeram no Iraque (o ouro negro foi mais importante) do que o ditador.

Alegar "segurança" é apenas uma péssima desculpa da Rússia.
 
8 Fevereiro 2023
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Banksy encerrou uma semana de surpresas a pintar um aquário numa cabine da polícia britânica, gesto que reforça a vontade de as autoridades descobrirem a identidade do artista famoso por reivindicar questões ligadas aos problemas sociais, políticos ou ambientais e cujas obras estão altamente cotadas, chegando a atingir dezenas de milhões de euros em leilões. Desta feita, o anónimo mais conhecido do mundo decidiu brindar os seguidores com pinturas de peixes, pássaros, lobos, cabras, elefantes e macacos. Ainda ninguém descobriu o significado da série “Zoológico de Londres”, mas com Bansky tudo é possível.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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ahaha, essa foi bem metida... Não porque os argumentos dela, tinham sempre ponta por onde se lhe pegar.

É um pouco isso sim, a segurança nunca foi nem é uma questão para a Rússia (actualmente, tirando a guerra fria dos anos 60), recordo-te que a Rússia é o Pais com mais Mísseis Nucleares, têm medo do que mesmo? De carregar no botão errado? Sabes que a Rússia desenvolveu o "Dead Hand" mesmo que toda a gente morra na Rússia a mesma é capaz de disparar os mísseis nucleares sem ninguém carregar no botão mágico. Se fosse mesmo a segurança tinha invadido a Finlândia e a Suécia aquando dos pedidos de adesão a NATO, e não o fez porque? Depois do disparate que foi a invasão da Rússia a Ucrânia a mesma ficou com a NATO a porta com uma fronteira maior do que seria a Ucrânia. E como alguém referiu e bem a Crimea é importante para a Rússia a nível estratégico por causa do Black Sea.

Tudo isto tem a ver com a estratégia global e económica. Tal como os Americanos fizeram no Iraque (o ouro negro foi mais importante) do que o ditador.

Alegar "segurança" é apenas uma péssima desculpa da Rússia.
É verdade que a Rússia tem mais e melhores mísseis do que toda a gente, e que se fosse atacada teria condições para ripostar em dobro (pelo menos na Europa). Mas mesmo que a segurança seja mais uma desculpa do que outra coisa, tem lógica que os russos prefiram ver os mísseis NATO em Varsóvia ou Kiev do que no Donbass. Sempre lhes daria uma folga de mil quilómetros, e deixaria Moscovo e S. Petersburgo a uma distância mais segura.

Mas acho que tens razão em parte. O argumento de que a Nato representa uma "ameaça existencial" para a Rússia é um bocado falacioso, porque o Putin e toda a gente sabe que um ataque à Rússia implicaria uma guerra nuclear, e que isso é coisa que não interessa a ninguém.
Além de que esse mesmo argumento da "ameaça existencial" poderia ser (e é) esgrimido pelos europeus em relação aos russos.

Por outro lado, não podemos esquecer que entre 1991 e 2014 quem esteve sempre ao ataque, tanto no terreno como nas palavras, foi a NATO, ao expandir as suas fronteiras para quase todos os países do antigo Pacto de Varsóvia, quando em teoria a NATO tinha deixado de fazer sentido com a queda da URSS.
E durante todo esse tempo, os russos e Putin tiveram uma postura sempre bastante controlada, limitando-se a lançar avisos e protestos. Até porque não se sentiam suficientemente forte (económica e militarmente) para fazer mais do que isso. Mas a Crimeia era uma linha vermelha para a Rússia, a hipótese de a perder para a NATO era impensável, porque isso sim podia representar uma ameaça existencial para eles.

Mas eu nunca achei que a segurança fosse o principal motivo para terem invadido a Ucrânia. Houve razões mais potentes, de natureza histórica e política.
Os russos acham, e com alguma razão, que a Ucrânia enquanto país foi criado por eles, e deve haver muito ressentimento pelo facto de Zelenski e companhia, esses ingratos, terem virado costas ao paisinho russo. Além disso há a situação de a população do Leste da Ucrânia ser russa ou pró-russa e não concordar com a ruptura entre Ucrãnia e Russia.

Seja como for, continuo na minha de que a Ucrãnia teria tido muito mais a ganhar aliando-se à Rússia do que aos americanos. Sempre disse isto, e nada do que vi entretanto me fez mudar de opinião. Ao recusar o protetorado da Rússia, tudo o que a Ucrânia conseguiu foi perder um quarto do seu território (que não voltará mais), destruição em massa de infraestruturas, e a vida de 500 000 pessoas. As hipóteses de ganahr esta guerra hoje são as mesmas que tinham em 2022: zero.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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É relativamente simples. O arsenal militar dos EUA já é suficiente persuasivo sem precisar de terem mísseis à porta de Moscovo.
É verdade em parte. Mas o raio de alcance dos mísseis continua a ter alguma importância. Ter um alvo a mil quilómetros não é o mesmo que o ter a três mil. O tempo de resposta é ligeiramente diferente.
 

Miguel Alexandre

Tribuna Presidencial
10 Março 2016
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  • Campeão Nacional 19/20
  • José Maria Pedroto
É verdade em parte. Mas o raio de alcance dos mísseis continua a ter alguma importância. Ter um alvo a mil quilómetros não é o mesmo que o ter a três mil. O tempo de resposta é ligeiramente diferente.
Se forem centenas lançados, a distância tanto faz...vais interceptar uns e adeus...
 

Edgar Siska

Grande Capitão JC2#
9 Julho 2016
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Ao pé da praia
  • Alfredo Quintana
  • Maio/21
  • Junho/22
  • Agosto/22
Se bem percebo o teu argumento, a Rússia invadiu a Ucrânia não por razões de segurança mas por razões históricas e culturais do tipo "a UKR sempre foi nossa e sempre há-de ser"? É isso? Acredito que essas motivações também desempenham o seu papel, já que afinal a Rússia "nasceu" em Kiev e russos e ucranianos são (eram) povos irmãos. Mas recordo-te que o Putin já discursava contra a expansão da NATO numa época em que ainda havia em Kiev um governo pró-russo.

Seja como for, se a tua mulher não te conseguiu convencer, eu muito menos hipóteses tenho. Mais depressa me sairia o euromilhões em três semanas consecutivas.
Ambos gostamos e penso que estudamos e lemos história, eu tenho alguns livros sobre a história russa que é dos temas da área que mais gosto, sim por um lado podemos considerar o Rus de Kiev como o "ancestral" não da só Rússia, mas das grandes nações eslavas, a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia. Mas o mesmo acabou com a invasão Mongol (iniciada na famosa batalha do rio Kalka a que se seguiu um interregno de anos para os mongóis reunirem todas as suas forças sob comando de Batu Khan e invadirem em força total) e culminou no cerco a Kiev de 1240.

A Rússia do continuum actual é mais filha do Grão Ducado de Moscovo e do seu processo de unificação das terras russas comandado pelos Príncipes de Moscovo e que leva mais tarde no processo ao nascimento da Rússia czarista.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Ambos gostamos e penso que estudamos e lemos história, eu tenho alguns livros sobre a história russa que é dos temas da área que mais gosto, sim por um lado podemos considerar o Rus de Kiev como o "ancestral" não da só Rússia, mas das grandes nações eslavas, a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia. Mas o mesmo acabou com a invasão Mongol (iniciada na famosa batalha do rio Kalka a que se seguiu um interregno de anos para os mongóis reunirem todas as suas forças sob comando de Batu Khan e invadirem em força total) e culminou no cerco a Kiev de 1240.

A Rússia do continuum actual é mais filha do Grão Ducado de Moscovo e do seu processo de unificação das terras russas comandado pelos Príncipes de Moscovo e que leva mais tarde no processo ao nascimento da Rússia czarista.
Interesso-me por história, mas não estou tão por dentro da história russa como tu. Acredito que tenhas razão e que a ligação da Rússia a Kiev até seja mais simbólica e afectiva do que histórica. Talvez um pouco como a relação entre Portugal e a Galiza?
 
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Edgar Siska

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Ao pé da praia
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Interesso-me por história, mas não estou tão por dentro da história russa como tu. Acredito que tenhas razão e que a ligação da Rússia a Kiev até seja mais simbólica e afectiva do que histórica. Talvez um pouco como a relação entre Portugal e a Galiza?
Um pouco diferente, mas entendo a comparação, sobretudo por não ser um estado per se mas uma espécie de "loose confederation" de tribos eslavas com chefes e uma organização que variava de tribo a tribo mas unidas pelo seu "eslavismo", havia muita independência das comunidades e descentralização.
O Rus de Kiev tinha uma relação de proimidade com o Império Bizantino, que foi o responsável pela cristianização dos eslavos e pela própria criação do alfabeto cirílico (assim chamado por ter sido criado por Cirílo e Metódio dois missionários bizantinos), através do desenvolvimento de uma linguagem litúrgica própria, o antingo eslavonico eclesiástico, já que estes não sabiam ler nem escrever em grego koine.
Com a perda de poder dos bizantinos e o seu recuo a tratar de assuntos internos, o Rus ficou tipo "pato sentado" para os mongois e foi o fim. A partir daqui nunca mais a identidade "russa" original foi uníssona, dividiu-se em tês identidades, que conhecemos hoje, russos, ucranianos e bielorrussos, é também do jugo tártaro, assim é chamada a ocupação mongol, que nascem as tendências orientalistas autocráticas (nunca mais estes povos se governaram de forma descentralizada ou democrática em si) e a hegemonia de Moscovo, que se organizou segundo as tradições passadas pelos mongois, criou uma hierarquização social através do mestnichestvo (para facilitar ler miestñitxiestvá :LOL:) organização militar em rank and file, adopção de códigos postais, de um sistema fiscal análogo ao mongol entre outros factores organizacionais.
E na linguagem e costumes, os russos adoptaram muitos vocábulos, expressões , maneirismos, vestuário e até sobrenomes de origem mongol, mas não lhes digas muito isso, eles pelam-se de serem confrontados com a historicidade de terem adoptados costumes de uns "bárbaros asiáticos".
Russos são muito nacionalistas, mesmo os e as que são inteligentes e bem formados :LOL:.
 
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AFBT

Arquibancada
19 Março 2012
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É verdade que a Rússia tem mais e melhores mísseis do que toda a gente, e que se fosse atacada teria condições para ripostar em dobro (pelo menos na Europa). Mas mesmo que a segurança seja mais uma desculpa do que outra coisa, tem lógica que os russos prefiram ver os mísseis NATO em Varsóvia ou Kiev do que no Donbass. Sempre lhes daria uma folga de mil quilómetros, e deixaria Moscovo e S. Petersburgo a uma distância mais segura.

Mas acho que tens razão em parte. O argumento de que a Nato representa uma "ameaça existencial" para a Rússia é um bocado falacioso, porque o Putin e toda a gente sabe que um ataque à Rússia implicaria uma guerra nuclear, e que isso é coisa que não interessa a ninguém.
Além de que esse mesmo argumento da "ameaça existencial" poderia ser (e é) esgrimido pelos europeus em relação aos russos.

Por outro lado, não podemos esquecer que entre 1991 e 2014 quem esteve sempre ao ataque, tanto no terreno como nas palavras, foi a NATO, ao expandir as suas fronteiras para quase todos os países do antigo Pacto de Varsóvia, quando em teoria a NATO tinha deixado de fazer sentido com a queda da URSS.
E durante todo esse tempo, os russos e Putin tiveram uma postura sempre bastante controlada, limitando-se a lançar avisos e protestos. Até porque não se sentiam suficientemente forte (económica e militarmente) para fazer mais do que isso. Mas a Crimeia era uma linha vermelha para a Rússia, a hipótese de a perder para a NATO era impensável, porque isso sim podia representar uma ameaça existencial para eles.

Mas eu nunca achei que a segurança fosse o principal motivo para terem invadido a Ucrânia. Houve razões mais potentes, de natureza histórica e política.
Os russos acham, e com alguma razão, que a Ucrânia enquanto país foi criado por eles, e deve haver muito ressentimento pelo facto de Zelenski e companhia, esses ingratos, terem virado costas ao paisinho russo. Além disso há a situação de a população do Leste da Ucrânia ser russa ou pró-russa e não concordar com a ruptura entre Ucrãnia e Russia.

Seja como for, continuo na minha de que a Ucrãnia teria tido muito mais a ganhar aliando-se à Rússia do que aos americanos. Sempre disse isto, e nada do que vi entretanto me fez mudar de opinião. Ao recusar o protetorado da Rússia, tudo o que a Ucrânia conseguiu foi perder um quarto do seu território (que não voltará mais), destruição em massa de infraestruturas, e a vida de 500 000 pessoas. As hipóteses de ganahr esta guerra hoje são as mesmas que tinham em 2022: zero.
Mais mísseis sim, melhores não, isso é um falácia, que é provada com guerra na Ucrânia, a Rússia continua a usar a velha táctica do "meat grinder" e a usar shells para terraplanar tudo. Ainda teem uma mentalidade militar dos anos 40. Aliás se fossem melhores já tinham tomado toda a Ucrãnia e estão muito longe disso. Tal como um famoso ex general americano disse um dia que os S400 eram o melhor sistema anti-aéreo do mundo, depois fez-se cabum com os mísseis Ingleses a alguns desses sistemas. Mas esse especialista renumerado pelo Putin continua aí na internet a dizer disparate atrás de disparate.
Outro ponto, só para te lembrar que St. P. fica a meros km da Finlândia. Era preferível teres os mísseis em Donbas ou Kiev do que os teres na Finlândia assumindo que tanto a Ucrãnia e a Finlândia aceitariam ter os mesmo, logo não tem lógica esse argumento. O meu único ponto de discórdia contigo e com a minha Mulher é usarem a NATO para justificar o que a Rússia fez, que na minha realidade paralela não é a justificação se quer plausível de ser dada, porque já o disse e volto a repetir a Rússia só tinha de invadir a Finlândia e a Suécia aquando do anúncio da adesão se de facto a NATO lhes causa orticaria. Até hoje estou a espera que ela me dê uma boa justificação para a não invasão da Rússia a esses dois países pelo facto de terem aderido a NATO. Talvez tu tenhas uma boa justificação. Volto a recordar St. P. fica a meros km da Finlândia.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
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A questão da Rússia prende se com a perda de influência mundial quer ao nível tecnológico( a China tomou lhe o lugar) e econômico.
O salário mínimo de.um chinês é hoje 3x o russo.
A descarbonização ongoing vai tirar o suporte econômico da Rússia e o receio é a desintegração da Federação Russa.
Portanto é existencial no seu estado mais puro
A Ucrânia dar lhes ia acesso a influência indeterminada: comida
O problema pode ser ideológico mas é em última análise prático.
Sem a capacidade de produção de comida da Ucrânia em 20 anos a Rússia desaparece porque deixa de ter suporte para se financiar
 
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