ahaha, essa foi bem metida... Não porque os argumentos dela, tinham sempre ponta por onde se lhe pegar.
É um pouco isso sim, a segurança nunca foi nem é uma questão para a Rússia (actualmente, tirando a guerra fria dos anos 60), recordo-te que a Rússia é o Pais com mais Mísseis Nucleares, têm medo do que mesmo? De carregar no botão errado? Sabes que a Rússia desenvolveu o "Dead Hand" mesmo que toda a gente morra na Rússia a mesma é capaz de disparar os mísseis nucleares sem ninguém carregar no botão mágico. Se fosse mesmo a segurança tinha invadido a Finlândia e a Suécia aquando dos pedidos de adesão a NATO, e não o fez porque? Depois do disparate que foi a invasão da Rússia a Ucrânia a mesma ficou com a NATO a porta com uma fronteira maior do que seria a Ucrânia. E como alguém referiu e bem a Crimea é importante para a Rússia a nível estratégico por causa do Black Sea.
Tudo isto tem a ver com a estratégia global e económica. Tal como os Americanos fizeram no Iraque (o ouro negro foi mais importante) do que o ditador.
Alegar "segurança" é apenas uma péssima desculpa da Rússia.
É verdade que a Rússia tem mais e melhores mísseis do que toda a gente, e que se fosse atacada teria condições para ripostar em dobro (pelo menos na Europa). Mas mesmo que a segurança seja mais uma desculpa do que outra coisa, tem lógica que os russos prefiram ver os mísseis NATO em Varsóvia ou Kiev do que no Donbass. Sempre lhes daria uma folga de mil quilómetros, e deixaria Moscovo e S. Petersburgo a uma distância mais segura.
Mas acho que tens razão em parte. O argumento de que a Nato representa uma "ameaça existencial" para a Rússia é um bocado falacioso, porque o Putin e toda a gente sabe que um ataque à Rússia implicaria uma guerra nuclear, e que isso é coisa que não interessa a ninguém.
Além de que esse mesmo argumento da "ameaça existencial" poderia ser (e é) esgrimido pelos europeus em relação aos russos.
Por outro lado, não podemos esquecer que entre 1991 e 2014 quem esteve sempre ao ataque, tanto no terreno como nas palavras, foi a NATO, ao expandir as suas fronteiras para quase todos os países do antigo Pacto de Varsóvia, quando em teoria a NATO tinha deixado de fazer sentido com a queda da URSS.
E durante todo esse tempo, os russos e Putin tiveram uma postura sempre bastante controlada, limitando-se a lançar avisos e protestos. Até porque não se sentiam suficientemente forte (económica e militarmente) para fazer mais do que isso. Mas a Crimeia era uma linha vermelha para a Rússia, a hipótese de a perder para a NATO era impensável, porque isso sim podia representar uma ameaça existencial para eles.
Mas eu nunca achei que a segurança fosse o principal motivo para terem invadido a Ucrânia. Houve razões mais potentes, de natureza histórica e política.
Os russos acham, e com alguma razão, que a Ucrânia enquanto país foi criado por eles, e deve haver muito ressentimento pelo facto de Zelenski e companhia, esses ingratos, terem virado costas ao paisinho russo. Além disso há a situação de a população do Leste da Ucrânia ser russa ou pró-russa e não concordar com a ruptura entre Ucrãnia e Russia.
Seja como for, continuo na minha de que a Ucrãnia teria tido muito mais a ganhar aliando-se à Rússia do que aos americanos. Sempre disse isto, e nada do que vi entretanto me fez mudar de opinião. Ao recusar o protetorado da Rússia, tudo o que a Ucrânia conseguiu foi perder um quarto do seu território (que não voltará mais), destruição em massa de infraestruturas, e a vida de 500 000 pessoas. As hipóteses de ganahr esta guerra hoje são as mesmas que tinham em 2022: zero.