Estás redondamente enganado, essa nunca foi a minha opinião sobre a Rússia ou sobre o conflito com a Ucrânia. Nem tenho ódio aos EUA nem a nenhum país.
Os EUA tinham motivos realistas para competir com a União Soviética após o fim da 2ª guerra mundial. Mas não me vais é a ver defender todas as atrocidades que cometeram e os regimes democráticos que eliminaram em prol de uma economia de guerra e da maximização do poder como única superpotência mundial, por ser ideologicamente um liberal ou achar que somos culturalmente superiores.
Relativamente à Rússia, eu não os defendo. Condeno a agressão à Ucrânia e sempre defendi que após a invasão, os europeus e os americanos tinham obrigação de os apoiar. Foi uma clara violação ao direito internacional, que infelizmente vale quase nada no xadrez das grandes potências.
Aquilo que eu penso de forma contrária à maioria, é que os EUA sempre tiveram intenção de levar os russos à invasão, não por não gostar dos EUA, mas porque as evidências são tantas que acabei por render a elas, tinha a opinião contrária no início. Mudei.
A suposta revolução de Maidan não foi de tudo um movimento orgânico e interno do povo ucraniano, mas provocado por forças externas, forças americanas, para forçar uma mudança de regime. Quais são as evidências que existem?
- A presença de organizações como a USAID, que apesar de uma pequena parte do seu propósito ser de ajuda humanitária, são um braço da CIA. Isto está em literatura científica. 10.13140/RG.2.2.26345.20329
- A chamada intercetada pelos russos da assistente da secretaria de estado Victoria Newland com o embaixador americano na Ucrânia Geoffrey Pyat, em que ambos discutiam quem é que seria o novo primeiro-ministro ucraniano e inclusive usavam linguagem como "Fuck the EU".
- A presença de inúmeros políticos americanos em Maidan no dia da revolução.
- As diversas reuniões entre John McCain e outros membros do staff americano com um partido de extrema-direita ucraniana, que foram quem iniciou os confrontos do dia da revolução.
John McCain's meeting with Oleh Tyahnybok signals U.S. support for Ukraine amid political unrest.
www.businessinsider.com
- E se depois avançarmos uns anos para 2022, a recusa da administração americana para ter reuniões diplomáticas com os russos.
Prior to the war, many analysts said it would be reasonable to deny or delay Kyiv’s ascension into the Atlantic Alliance to stave off conflict.
responsiblestatecraft.org
- E pouco tempo depois da invasão russa, houve reuniões diplomáticas entre os ucranianos e os russos, com resultados muito favoráveis para um acordo de paz e a elaboração de um draft com algumas das principais questões acordadas entre os ucranianos e russos. Não com todas as questões importantes, mas várias, naquele que tinha sido um passo significativo para um acordo de paz e o fim da guerra. As reuniões acabaram quando o Boris Johnson, a pedido dos americanos, fez uma viagem relampago a Kiev, dizendo aos ucranianos que era para continuarem a lutar e para abandonarem imediatamente as conversações. Apesar de depois os europeus e os americanos, através dos seus meios de propaganda, terem feito um esforço enorme para desvalorizar isto e considerar desinformação.
Mounting evidence proves that we cannot believe anything our officials say about the futility of negotiations.
responsiblestatecraft.org
Dito isto. Não, não defendo nem em momento nenhum defendi a Rússia e a sua agressão. Precipitaram-se e atacaram o território Ucraniano numa violação clara e óbvia do direito internacional.
Sim, acho que os EUA sempre tiveram a clara intenção de provocar uma agressão e invasão Russa. Há uma série de congressistas americanos a vangloriarem-se de estarem a travar uma guerra com os russos, sem sequer estarem a utilizar cidadãos americanos, afirmando que foi uma estratégia brilhante além de ser muito importante economicamente para os EUA.
Acho que os Ucranianos são vítimas dos interesses de duas potências mundiais.