Deixar claro que quando falei em futebol, referia-me ao nosso futebol de iniciativa, em posse. Sem bola estivemos relativamente competentes, ainda que dentro de um posicionamento competitivo de total cedência de controlo. Quando percebemos que a nossa pressão não estava a ser eficaz e os nossos triggers tinham counters bem afinados do Braga para saltar a nossa pressão, cedemos por completo o controlo da posse, abdicando sequer de fazer o Braga atirar-se para zonas de igualdade numérica, inicialmente com 3x3 na pressão aos centrais, com perseguições individuais aos alas que baixavam para sair a 5, e nós sem conseguir bloquear a entrada da bola lateral/médio ou bolas diretas a sair para Zalazar/Horta mais baixos a sair com apoio frontal dos dois médios.Eh pá nao não hiperbolizes.
Ponto assente, a equipa foi confrangedora com bola, não conseguindo suster, temporarizar e fazer uma mera tabelinha ( temos de falar de Samu Cherife que não dá a merda de um apoio frontal em condições e não coloca os médios de frente para o jogo) mas falar de futebol sub Anselmiano?
O Anselmi contra o Benfica em casa foi goleado perante um Benfica pouco eficaz. A sia defesa era um queijo suíço, a equipa colectivamente era um desastre organizativo.
Pior, se é verdade que a equipa tem revelado pouca criatividade, também é too much dares este jogo como a confirmação de uma trend.
Penso que foi o primeiro jogo em que a equipa teve uma posse de bola abaixo de 45%.
Foi um mau jogo com bola não há como negar, foi um mau jogo nos duelos e nas segundas bolas. Mas chamar sub Anselmiano é extremamente exagerado.
A bola e os resultados não mentem.
E lá está, a partir dos 50 e tal minutos em bloco baixo, e mesmo que não permitindo grandes ações de penetração para dentro do nosso bloco, sem arte para meter o Braga em sentido na ativação de transições rápidas.
30% de posse no Dragão é algo que não tenho como aceitável, aconteça por falta de engenho ou estratégia, fora jogos frente a colossos onde a disparidade de qualidade individual e rotação é tal que nos subjuga no terreno tamanha a decalage competitiva. Não estou sequer seguro se contra o City aqui tivemos estes 30%. Para mim, mantenho, é inaceitável. Mas secalhar sou eu que sou um proponent excessivo de uma ideia de controlo pela posse.
Com bola, absolutamente vergonhoso e de cariz Anselmiano ou abaixo, mantenho o que disse, o que vi ontem. E já nem falo nos índices de criação miseráveis no último terço (mesmo com um golo a surgir em 1 para 0 num momento em que o Braga lá fechou o olho e permitiu um 4x4 em zona avançada, acabámos com um xG inferior a 1.0), mas na incapacidade em gerar vantagens posicionais, inaptidão total em ligar em progressão, em engrenar combinações, em sair em apoio a rasgar a pressão do Braga, em promover momentos de consolidação de posse no meio-campo adversário. Repito novamente este dado que para mim é revelador, o maior número de passes ligados no mc adversário foi de 4 passes aos 80 e tal minutos. Se a defender não houve caos Anselmiano e houve, pelo menos, solidez dentro de um papel, para mim, submisso, a atacar foi absolutamente desastroso.
E não contem comigo para passar um pano por cima da equipa e de uma exibição que considero indigna do FC Porto só porque o objetivo vitória foi conseguido, ou porque estamos em sequência muito positiva de resultados neste início de época.

