Num tempo em que alguns duvidam do teu portismo, eu vejo em ti o reflexo da alma indomável do FC Porto — um homem que não se dobra, que não foge, que carrega nas veias o mesmo fogo que nos fez grandes. E eu sei: és um de nós.
Há quem critique, há quem duvide. Mas como podem questionar o teu amor pelo Porto quando, em 2011, nos entregaste um discurso que ainda ecoa nos nossos corações? "Ser portista é lutar sempre para nos superarmos". E essas palavras não foram apenas letras atiradas ao vento — foram um grito de guerra, um hino à nossa essência.
Naquele ano, como treinador, levaste-nos à glória europeia, erguendo a Liga Europa com a paixão de quem sabe que o Porto não nasceu para ser pequeno. Choraste, confessaste ao mundo: "Chorei muito." E nós chorámos contigo, André, porque sentimos o mesmo orgulho, a mesma entrega.
Hoje, como presidente, estás a provar que esse portismo não era só de um momento — é eterno. Em poucos meses, já nos trouxeste muito.
Criaste a equipa sénior feminina, trazendo as nossas mulheres para a luta e enchendo o Dragão com mais de 31 mil vozes num recorde histórico.
Lançaste o Portal da Transparência, porque acreditaste que "o FC Porto está livre de novo", como disseste na noite da tua vitória esmagadora, com quase 80% dos votos dos sócios.
Modernizaste o clube, aumentaste os lugares anuais, trouxeste novos sócios, renegociaste protocolos com claques, acabaste com vendas cheias de comissões duvidosas e ainda conquistaste dois títulos.
Tudo isso enquanto enfrentavas uma SAD herdada em crise, com auditorias em curso para nos devolver a dignidade.
E as tuas palavras, André?
Elas são o combustível da nossa esperança.
Quando disseste, no Fórum da Aliança Global para a Integridade no Desporto, "Que daqui a alguns anos, na cadeira de sonho que ocupo, se sente uma mulher portista e eleve o FC Porto ao estatuto de clube dos clubes", mostraste que o teu sonho vai além de ti — é um legado para todos nós, para os nossos filhos, para o futuro.
Quando afirmaste, em Luanda, que "ser portista é acreditar no trabalho e na dedicação empenhada, é lutar sempre", lembraste-nos que o Porto é mais do que um clube: é uma comunidade, uma força que transcende fronteiras.
Os críticos podem falar, mas os feitos gritam mais alto. Quem duvida do teu portismo não viu o que eu vi: o dia em que, de coração aberto, emprestaste 500 mil euros ao clube, sem juros, porque, como disseste, "Fi-lo de portista que sou e voltaria a fazê-lo".
Não viu o abraço que deste a Pinto da Costa, num gesto de respeito e gratidão, chamando-lhe "o Presidente dos Presidentes", enquanto prometias honrar o seu legado. Não viu a tua coragem ao enfrentar um momento inédito, como a morte do nosso eterno líder, afirmando com firmeza: "Que a memória de Jorge Nuno Pinto da Costa continue a inspirar-nos."
André, és o presidente que nos devolveu a fé.
Num clube que muitos diziam perdido, tu foste a luz que nos guiou de volta ao caminho da grandeza.
Não és perfeito?
Nenhum de nós é.
Mas és portista até ao osso, e isso ninguém te tira.
Aos que duvidam, digo: olhem para o Dragão, olhem para as bancadas cheias, para as crianças da Dragon Force a sonhar com o futuro, para as mulheres que agora vestem o nosso manto sagrado.
Isso é obra tua, André.
Isso é o teu portismo em ação.
Por isso, ergue a cabeça, presidente.
Tens em ti o espírito de quem já nos levou ao topo do mundo e agora nos está a reconstruir, tijolo a tijolo.
Como disseste na tua posse: "Prometo um FC Porto vencedor, indomável, imortal, temido pelos seus adversários." E nós acreditamos, porque contigo o Porto não se rende — o Porto renasce.