Actualidade Nacional

Ginjeet

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11 Março 2018
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eu suspeito que muito pessoal de terras pequenas que até só têm portugueses brancos é que fica muito indignada com o que vê na tv e na net...
pensam que aquilo são mesmo zonas de guerra e aqueles monhés são todos simpatizantes do isis que estão a destruir Portugal.

eu sou da margem sul e essa narrativa já é antiga, já antecede monhés.
o pessoal que só saiba as cenas pela cs pensa que isto é mais perigoso do que Caracas à noite...

e falando de gunas/chungas... são bem mas bem piores que os monhés.
As zonas rurais sempre foram mais conservadoras e as urbanas mais progressivas. Quando são as zonas urbanas a impulsionar partidos conservadores, dás um passo atrás, até porque a comunicação social, que é nacional, passa mais tempo a cobrir o que se passa nesses grandes centros urbanos.

Olha para Elvas. Emigração, tirando espanhóis e palop's, é uma miragem. Não há nepaleses nem ciganos. Os chalupas tiveram maioria lá nas últimas eleições.
 

MiguelDeco

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2 Setembro 2013
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  • Hulk
  • Alfredo Quintana
eu suspeito que muito pessoal de terras pequenas que até só têm portugueses brancos é que fica muito indignada com o que vê na tv e na net...
pensam que aquilo são mesmo zonas de guerra e aqueles monhés são todos simpatizantes do isis que estão a destruir Portugal.

eu sou da margem sul e essa narrativa já é antiga, já antecede monhés.
o pessoal que só saiba as cenas pela cs pensa que isto é mais perigoso do que Caracas à noite...

e falando de gunas/chungas... são bem mas bem piores que os monhés.
Estás a insinuar que existem parolos que só se indignam com o seu feed do x? 😅🤣 malta que venera bilionários porque pensa que eles realmente se preocupam com eles 😅🤣 como dizia alguém no outro dia, é tipo aqueles gajos que se apaixonam pelas strippers e pensam que o sentimento é recíproco..
 

PDuarte

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16 Maio 2017
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As zonas rurais sempre foram mais conservadoras e as urbanas mais progressivas. Quando são as zonas urbanas a impulsionar partidos conservadores, dás um passo atrás, até porque a comunicação social, que é nacional, passa mais tempo a cobrir o que se passa nesses grandes centros urbanos.

Olha para Elvas. Emigração, tirando espanhóis e palop's, é uma miragem. Não há nepaleses nem ciganos. Os chalupas tiveram maioria lá nas últimas eleições.
Tenho ideia em Elvas de bastantes do sudeste asiático, aliás lembro-me quando vivia em Castelo Branco (que também tem muitos), de vários casos de camas quentes em Elvas com emigrantes.
 

Cheue

12 Maio 2016
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Suspeitas porque és preconceituoso. Essa suspeita nata, é mais forte que tu ? Mas não precisavas de dizer, nem tu nem os que te põem corações e likes ... Sabes porque ? Porque eu vi, como os Lisboetas, e Portuenses, também, de zonas metropolitanas, gozam com alentejanos, transmontanos, qualquer um diferente, no sotaque. Sois um chega do bem. O mal está nos portugueses mal formados. De meios pequenos. Porque mal formados são os das aldeias portuguesas. Porque se vierem de Daka, sem escolaridade, as mulheres só tiverem direito a ficar em casa e só podem sair acompanhadas, têm um certo ar de urbanidade não é ? E nos queremos ser cool ...tens a certeza que não desconfias de algum cabo verdianos, cujo país inteiro só tem 600 mil habitantes...ou dos Guineenses todos, de um país inteiro que só tem 2,5 milhões ? Ou só desconfias de portugueses de meios pequenos ?
onde é que está o preconceito?
o que estou a dizer é que muitas das pessoas indignadas com o "caos" no Martim Moniz e outras zonas nem sequer vivem lá perto, não passam lá e não vivem em zonas minimamente parecidas.
mas no entanto vão nas narrativas dos monhés criminosos, da invasão, de não haver portugueses em Portugal etc etc
 

J | [Ka!s3r^].

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7 Abril 2012
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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Como os tripeiros e os lisboetas gozavam com o teu sotaque e as tuas bochechas serranitas, o trauma cresceu dentro de ti e vingas-te nos estrangeiros mais vulneráveis do que tu. É isso, não é?
Um gajo tem é que ter orgulho nas raízes, pá. Gozam com o teu sotaque? Carrega mais no sotaque. Eles que se fodam.
Lol... Eu não tenho sotaque. Se me ouvires falar não sabes de onde sou. Não tenho bochechas serranitas, outro preconceito de um gajo de Viseu que pensa que é mais que o de Resende . Tenho 1 metro e 86 e 82 kilos há muitos anos, de jovem abaixo da massa corporal para a altura. Não sou um gajo pequeno de faces coradas, como tu imaginas os camponios, certo ? Ficou na semi piadita preconceituosa, das "bochechas rosaditas" ...vivi em Lisboa ...sei o pensamento deles... Sei o pensamento retrógado de quem vem de outros lados e tenta ser como eles. Sei os que se cagaram sempre para as pessoas do interior, nunca dedicaram 15 mnts da vida deles a analisar profundamente, as discriminações e desigualdades que passaram ao longo de décadas...décadas. Mas 5 segundos de uns gajos que disseram ser estrangeiros, imigrantes, pobres, encostados a uma parede para serem revistados, já causa muita indignação ... É o que? a pobreza ? Sim, o interior é conhecido por ser super rico...com três vezes os rendimentos inferiores em relação ao litoral... Quantas vezes viste políticos marchar indignados pelo interior ?
Para terminar, deve ser mesmo pelo Share e assistências que têm nas terras pequenas, que as TV apresentam, popularices... Os grandes centros nada têm a ver com a programação...
Se Lisboa, Porto e todo o litoral não papasse CMTV, big brothers etc, eles iam mesmo continuar a passar.... Para 10 ou 15 por cento da população ...
 
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Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Esmoriz
Lol... Eu não tenho sotaque. Se me ouvires falar não sabes de onde sou. Não tenho bochechas serranitas, outro preconceito de um gajo de Viseu que pensa que é mais que o de Resende . Tenho 1 metro e 86 e 82 kilos há muitos anos, de jovem abaixo da massa corporal para a altura. Não sou um gajo pequeno de faces coradas, como tu imaginas os camponios, certo ? Ficou na semi piadita preconceituosa, das "bochechas rosaditas" ...vivi em Lisboa ...sei o pensamento deles... Sei o pensamento retrógado de quem vem de outros lados e tenta ser como eles. Sei os que se cagaram sempre para as pessoas do interior, nunca dedicaram 15 mnts da vida deles a analisar profundamente, as discriminações e desigualdades que passaram ao longo de décadas...décadas. Mas 5 segundos de uns gajos que disseram ser estrangeiros, imigrantes, pobres, encostados a uma parede para serem revistados, já causa muita indignação ... É o que? a pobreza ? Sim, o interior é conhecido por ser super rico...com três vezes os rendimentos inferiores em relação ao litoral... Quantas vezes viste políticos marchar indignados pelo interior ?
Para terminar, deve ser mesmo pelo Share e assistências que têm nas terras pequenas, que as TV apresentam, popularices... Os grandes centros nada têm a ver com a programação...
Se Lisboa, Porto e todo o litoral não papasse CMTV, big brothers etc, eles iam mesmo continuar a passar.... Para 10 ou 15 por cento da população ...
Isso de ficar ofendido com uma piadola é uma cena muito woke.

Eu sou como o dentista do Seinfeld que se ia converter ao judaísmo para poder fazer piadas sobre judeus. Tecnicamente sou transmontano, portanto posso fazer piadas à vontade. E a tua história parecia demasiado específica para ser uma generalização sobre outras pessoas.

Seria de esperar que uma pessoa que vem de uma das zonas mais pobres do país fosse mais empática com pessoas que vêm de zonas ainda mais pobres mas tudo bem. Enquanto os desfavorecidos culpam os ainda mais desfavorecidos pela sua vida desgraçada, as elites prosperam.
 

J | [Ka!s3r^].

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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
... tratou-se de uma intervenção feliz por parte do director da PJ. Os dados disponíveis não mostram qualquer associação entre imigração e criminalidade, por motivos mais ou menos óbvios: quem entra no país vem em busca de uma vida melhor, entra para trabalhar e não para o fantasioso "viver à custa dos portugueses" e receia, por isso, incorrer em comportamentos que inviabilizem esse objectivo. Raciocínio de aplicação geral. São essas as conclusões que nos chegam dos Estados Unidos: Do Immigrants Threaten US Public Safety? - The CGO , Immigrants less likely to commit crimes than U.S.-born : NPR ; e que, de alguma forma, encontram eco nos números referidos pelo director da PJ. Cabe-nos porventura melhorar a qualidade da informação disponível, tendo presente a proposta lançada pela Iniciativa Liberal (imagine-se!... que merecerá discussão).

Sem ilusões quanto ao valor da informação, dado que a própria realidade já não mobiliza por aí além. Não tem o sexy nem o appeal das percepções e exige tempo, esforço e conhecimento... o que vai igualmente caindo em desuso. A persistência da atenção e do discurso públicos nas temáticas da imigração e da criminalidade revela, entre outras coisas: a decadência intelectual da sociedade; a incapacidade dos cidadãos para actuar politicamente e transformar a realidade; a facilidade com que a opinião é manipulada, o debate sequestrado e a agendas política e mediática definidas; a incapacidade ou até mesmo a recusa dos actores políticos em encontrar soluções para os problemas estruturais e sistémicos do país e dos seus contextos internacionais; o cinismo, o oportunismo, etc. etc. etc., daqueles que aqui encontraram o seu filão. Portugal tem cento e poucos homicídios anuais... dá um a cada três dias e qualquer coisa. Há sempre matéria para encher programas da manhã e fóruns da internet. E sempre haverá. ... mas depois dos comentários e das postagens, os problemas que afectam as vidas dos portugueses continuarão no mesmo sítio. E com isto não digo que não há, de facto, problemas dessa natureza. Existem em qualquer país.

Portugal ainda é um dos países onde a população estrangeira menos pesa - Emprego - Jornal de Negócios . O que acontece em Portugal acontece noutros países da OCDE com maior intensidade. O peso da população estrangeira é, em Portugal, inferior à média da OCDE; o mesmo servindo quanto à dimensão do aumento dessa população. O fenómeno é global e não lhe será estranha a situação demográfica do mundo desenvolvido. Isto deveria dar que pensar. O sistema não estimula a produção de pessoas. Portugal não é a Suíça nem o Luxemburgo, países com capacidade para atrair imigração europeia inclusive para posições pior remuneradas. Os nossos imigrantes trarão talvez diferenças mais acentuadas... é uma hipótese admissível. Temos, em todo o caso, a CPLP, e com ela um conjunto de países com quem partilhamos história, cultura, vivência e língua. Convém não ter pruridos com a cor da pele, ou correr-se-á o risco de não se encontrar o "imigrante ideal". Tudo isto pensando dentro do actual estado de coisas.

Claro que a imigração tem de ser regulada, não havendo outra forma de garantir o acesso a direitos e o cumprimento de deveres. Deixar entrar sem políticas adequadas, mecanismos de integração, igualdade formal... não mais será que disponibilizar mão-de-obra barata aos empregadores, com consequências negativas para todo o trabalho. E, no entanto, o sistema vive muitíssimo bem com a exploração destas pessoas. Não se trata de uma qualquer conspiração, eis as palavras de um dos principais ideólogos do neoliberalismo:


É até bastante engraçado: livre circulação de mercadorias e serviços sim, de fluxos financeiros também!, claro, mas de pessoas... enfim, mais ou menos. Talvez seja aqui o ponto em que o estado entra e regula (ou fecha os olhos e permite a exploração). Quanto ao resto, o estado é o demónio.

Porque motivo o senhor Moedas não se interessa por fiscalizar as condições de lotação e salubridade da Mouraria, Alfama, da zona do Martim Moniz... ? Talvez porque a cidade precisa daqueles desgraçados para a hotelaria, restauração, comércio, serviços, distribuição... e não há respostas no plano das políticas de habitação. Mas, em compensação, abrirá um hotel de luxo muito bonito e vistoso na Graça: Não ao Quartel da Graça como hotel de luxo. Grupo de cidadãos quer "usos comunitários" para o monumento nacional e construir-se-á mais um condomínio, de semelhante luxo, em Alcântara: Alcântara vai ter mais um empreendimento de luxo que inclui apartamentos turísticos | Urbanismo | PÚBLICO . Não admira que a cidade continue a perder população. E quem para lá vai trabalhar arrisca-se a não conseguir entrar no comboio ou a desmaiar durante a viagem.

Que se regule e garanta segurança, dentro do que é legítimo. Não se pode é querer manter o sistema inalterado, deixar entrar pessoas e, posteriormente, ao constatar-se a mesmíssima estagnação, desigualdade, baixos salários e outras coisas que tais... apontar então o dedo a quem entrou. Como se isso resolvesse o que quer que seja.
 
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wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Isso de ficar ofendido com uma piadola é uma cena muito woke.

Eu sou como o dentista do Seinfeld que se ia converter ao judaísmo para poder fazer piadas sobre judeus. Tecnicamente sou transmontano, portanto posso fazer piadas à vontade. E a tua história parecia demasiado específica para ser uma generalização sobre outras pessoas.

Seria de esperar que uma pessoa que vem de uma das zonas mais pobres do país fosse mais empática com pessoas que vêm de zonas ainda mais pobres mas tudo bem. Enquanto os desfavorecidos culpam os ainda mais desfavorecidos pela sua vida desgraçada, as elites prosperam.
No meu perfil, está de onde sou, de início...isso indica orgulho ou vergonha ? Aliás todos os transmontanos, exceto raras exceções têm orgulho das suas origens.
A minha resposta ao caro @Cheue deveu-se ao facto da observância dele, além de errada, ter uma pontinha de prepotência e preconceito.
Na volta o distrito do @Cheue , foi dos que per capita deu mais votos ao ventura.. dos distritos que mais deputados do chega elegeu ...no meu distrito... Zero deputados.
Mas a percepção dele, é que as pessoas das terras pequenas é que se deixam influenciar pela CMTV...
Os dados eleitorais, revelam o contrário. Afinal há muita gente a viver de precepcoes falsas.
 
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Devenish

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  • Reinaldo Teles
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"Apanhei" isto e li e partilho aqui sem comentários pessoais porque precisava de conhecer pessoalmente o local, e ruas adjacentes, e não conheço nem tenciono conhecer. Mas ler não faz mal a ninguém, quem conhecer ou quiser conhecer está terá uma opinião pessoal como é óbvio para além de comentar.

A HISTÓRIA DA RUA DO BENFORMOSO
"Sempre foi casa de imigrantes. Entre operários e varinas, ali conviviam prostitutas e criminosos. Renovou-se a partir de 2011 e hoje a maioria dos habitantes são bengalis.
Susana Lúcio, revista Sábado, 16/01/2025
Todos os dias são vendidos mais de mil chás com leite, a bebida introduzida no Bangladesh pelos ingleses.
OS TOXICODEPENDENTES CONCENTRAM- -SE NA ZONA MAIS LARGA DA RUA DO BENFORMOSO, JUNTO À RUA DO TERREIRINHO NO FIM DO SÉCULO XIV, A RUA DO BENFORMOSO CONCENTRAVA UM NÚMERO GRANDE DE OLARIAS.
Milhares de pessoas percorrem a Rua do Benformoso, na Mouraria, em Lisboa, todos os dias. Andam às compras nas várias mercearias locais, vão almoçar nos restaurantes de cozinha do Sudoeste Asiático, enviam dinheiro em agências de transferência, encontram-se com amigos para beber um chá com leite e comprar um nut betel, noz de areca forrada com folha de pimenteira, um digestivo, vendido em pequenas bancadas nos passeios. São, na grande maioria, imigrantes do Bangladesh e a Rua do Benformoso é o centro social da comunidade.
Foi aqui que, no passado dia 19 de dezembro, numa rusga da PSP, mandaram dezenas de pessoas pôr as mãos nas paredes. A operação, que resultou na detenção de dois portugueses, por posse de droga e arma branca, gerou um coro de críticas e motivou a manifestação em defesa dos imigrantes, que se realizou no dia 11 de janeiro.
Um dia depois, dois grupos rivais envolveram-se numa rixa no Largo do Intendente, onde desagua a rua, e sete pessoas ficaram feridas. “São grupos que defendem partidos políticos opostos no Bangladesh”, justificou Rana Taslim Uddin, presidente da Comunidade do Bangladesh em
Lisboa. Apesar do desconforto causado pela rusga de dezembro, a polícia foi chamada a intervir. A presença das autoridades não é incomum. Três dias antes, duas viaturas entraram em alta velocidade e de sirenes a soar. Segundo os moradores, alguém assaltou uma loja. “Chamamos a polícia muitas vezes por causa dos consumidores de droga”, diz Junaid, de 26 anos, funcionário da mercearia Sky Zone, a primeira na rua a ser trespassada a um imigrante do Bangladesh. “Os drogados partem os carros para roubar”, acusa, num português rudimentar.
Na zona mais larga da rua, onde começa a Rua do Terreirinho, meia dúzia de homens e mulheres sentam-se no chão a consumir crack, mas há quem prefira a escuridão dos becos. O consumo de drogas faz parte da história da Rua do Benformoso, assim como a presença de comunidades imigrantes.
“Antes era a rua dos chineses”, diz uma mulher à SÁBADO, junto à entrada da rua. Quando Rana Taslim Uddin chegou a Portugal, em 1991, já ali estavam instalados restaurantes indianos. “Não sabia onde comer e segui um casal hindu até ao Martim Moniz”, conta. “Na altura, estava ali instalada uma comunidade de moçambicanos com origem em Goa, que tinham vindo para Portugal depois do 25 de Abril”, recorda. Abriram restaurantes, como o Bangla, que ainda existe na Rua do Benformoso, e lojas de quinquilharias. Na época havia mais lojas de portugueses, como drogarias e ferragens.
Mas havia muitos prédios degradados e o Benformoso, junto ao largo do Intendente, estava dominado pelo tráfico de droga e pela prostituição. “A partir das 17h era perigoso passar por ali”, recorda Rana Taslim Uddin. A zona da Mouraria tinha sido esquecida há décadas pela autarquia. “Era um bairro pobre com os problemas associados a essa realidade e muito segregado”, explica Filipa Bolotinha, membro da Associação Renovar Mouraria. “Os lisboetas associavam-no ao crime, à droga e à prostituição e criou-se um estigma”, diz. Ela própria, na altura a viver na Graça, preferia apanhar o elétrico 28 e depois o metropolitano para ir para a Baixa, a fazer o percurso mais curto: descer a Mouraria a pé. Quando o fez pela primeira vez, percebeu que havia que eliminar o estigma. Fazer visitas guiadas ao bairro foi uma das primeiras atividades da Associação Renovar a Mouraria. “Queríamos dar a conhecer o património cultural do bairro, onde se cantava fado nas ruas, mas não havia uma casa de fados.”
Dos mouros aos fadistas
O estigma e a segregação do bairro e da Rua do Benformoso vêm desde a conquista de Lisboa aos mouros, em 1147, quando a encosta foi cedida como morada aos vencidos, por el-rei D. Afonso Henriques. Durante séculos, a Mouraria esteve encerrada entre muros e eram os moradores que tinham as chaves e trancavam os portões à noite, segundo o livro Mouraria, Retalhos de Um Imaginário, da antropóloga social Marluci Menezes. No fim do século XIV, a Rua do Benformoso, designada na altura Rua de Benfica, concentrava um número grande de olarias e o negócio levou à entrada e fixação das primeiras populações cristãs.
Mas a convivência étnica não durou: em 1496 foi dada ordem de expulsão a mouros e judeus e os edifícios públicos, como a Mesquita Grande, cadeia e cemitério, foram entregues ao antigo Hospital de Todos os Santos. Nos anos seguintes, instalaram-se algumas famílias aristocráticas que construíram palacetes, como o do Marquês do Alegrete, mas depois do Terramoto de 1755, os nobres não reconstruíram as mansões e os casarões que não ruíram foram divididos em pequenos apartamentos e arrendados a quem migrava do interior do País para a capital. No fim do século XIX, era um dos bairros com maior densidade populacional e, também, maior índice de pobreza.
Como hoje se aglomeram dezenas de imigrantes em apartamentos exíguos na Rua do Benformoso, na altura também os moradores viviam em casas sobrelotadas, muitas sem água canalizada, em que os dejetos eram deitados para a via pública. “Na rua, praticamente fazia-se de tudo, assava-se as sardinhas, intrigava-se, namorava-se, brincava-se, catavam-se piolhos, conversava-se, brigava-se…”, escreve Marluci Menezes.
Já na altura, a Rua do Benformoso era uma zona comercial, uma porta de entrada na cidade dos produtos frescos que vinham das hortas que
rodeavam a capital. Também foi o local escolhido para o realizador João Freire Correia construir os primeiros estúdios de cinema improvisados da produtora Portugália Films. Ali começaram as filmagens do grande êxito comercial, Os Crimes de Diogo Alves, lançado em 1911. E existia ainda um centro de apoio aos moradores: o Centro Escolar Republicano Almirante Reis, onde em 1949 apresentou a candidatura à Presidência da República o general Norton de Matos, e em 1958, o general Humberto Delgado.
Mas a pobreza vivia paredes-meias com o crime e a prostituição. Os procurados pela polícia escondiam-se aqui. As criadas e as costureiras oriundas da província atendiam em casas toleradas, onde era permitida a prostituição. Em 1947, existiam 25 casas toleradas, segundo o livro Mouraria, Retalhos de Um Imaginário. Lado a lado com as prostitutas, conviviam os fadistas de rua como o famoso Justiniano, um torneiro de metal, mais conhecido como espirra-canivetes pelo mau feitio. Foi com o intuito de eliminar parte desta Lisboa boémia e facilitar o trânsito na cidade, que o Estado Novo destruiu parte do bairro para construir Praça do Martim Moniz, em 1947.
Renovação inacabada
Mas as ruas habitadas por traficantes e prostitutas, como era a do Benformoso, permaneceram até ao final do século XX. “Há 40 anos era bem pior do que hoje”, diz Manuel Vaz, presidente da Casa da Covilhã, situada na rua. “O Largo do Intendente e parte da Rua do Benformoso eram conhecidos pelos bares de prostituição e pelo consumo de droga”, acrescenta.
A situação piorou quando o Casal Ventoso, centro do consumo nos anos 90, foi desmantelado. “Muita da população que ali consumia e comprava veio para a Mouraria”, conta Luís Mendão, diretor-geral do Grupo Ativistas em Tratamento (GAT), que a partir de 2001 entrava no zona com equipas de rua de apoio aos toxicodependentes. Nesse ano foram identificadas 352 prostitutas e quase 600 toxicodependentes na zona, muitos foram encaminhados para centros de tratamento, mas o problema persistiu nos anos seguintes.
Raul Júnior, de 54 anos, viveu por dentro esse anos. “Em 2008, consumia cocaína e heroína e comecei a vir à Rua do Benformoso comprar porque havia menos polícias à paisana do que na Cova da Moura”, recorda. Dormia ao relento, nas Arcadas do Martim Moniz ou na Rua do Regueirão dos Anjos, e passava o dia no Benformoso. “Era onde acontecia o tráfico e onde se rececionava objetos roubados”, conta. Primeiro fugia das equipas de rua da Associação Crescer, que ofereciam seringas e procuravam estabelecer relações de confiança com os consumidores. “Em 2009 comecei a falar com as equipas e em 2011 fui para uma comunidade terapêutica.” Três anos depois começou a trabalhar na associação e voltou para a zona, agora como membro das equipas de rua.
Foi um pouco depois de o então presidente da câmara de Lisboa, António Costa, ter iniciado o Programa de Ação da Mouraria, que incluiu a instalação do seu gabinete no Largo do Intendente. Dele fazia parte um modelo de redução de danos com o GAT-Intendente em que se apoiava o consumidor com o fornecimento de kits de consumo, roupa, refeições e acesso a consultas médicas. “A vi
zinhança do Benformoso apoiou-nos porque as pessoas estavam mais limpas, havia menos seringas no chão e menos conflitos na rua”, diz Luís Mendão do GAT.
Para os sem-abrigo foi desenvolvido o projeto Housing First da Associação Crescer. “Em 2012 foram identificadas 650 pessoas sem-abrigo na zona”, diz Cristiana Merendeiro da Associação Crescer. “A comunidade olhava para estas pessoas como incapazes de viver numa habitação”, acrescenta. A associação propôs que a resolução dos consumos e dos sem-abrigo passaria primeiro por ter uma casa. “E dar um apoio para indicar os serviços sociais e de saúde a que a pessoa poderia ter acesso.” As primeiras sete casas foram atribuídas na Mouraria.
O ambiente da zona mudou, com a realização de festas culturais, organizada pela cooperativa cultural Largo Residências, e o bar e espaço cultural Casa Independente, no Largo do Intendente. Alguns prédios foram reabilitados e as lojas da Rua do Benformoso, a maioria fechadas, começaram a ser trespassadas para bengalis. “Não é fácil, pedem centenas de milhares de euros”, diz Rana Taslim Uddin. “Mas a pessoa fala com a família, vende um terreno no Bangladesh e investe”, conta. Agora, cerca de 80% dos espaços comerciais são da comunidade do Bangladesh.
Do programa autárquico fazia parte a reabilitação do edificado, mas também este falhou. “A ideia era tornar o bairro mais atrativo para o investimento privado entrar e reabilitar”, conta Filipa Bolotinha. “Mas o investimento privado procura rendimento elevado”, acrescenta. “Nós avisámos a autarquia quando os preços das casas começaram a subir”, diz Filipa Bolotinha. Agora a crise da habitação fez aumentar os sem-abrigo e aumentou a sobrelotação das casas. O número de toxicodependentes também aumentou. Em 2015, o GAT pediu apoio para abrir uma sala de consumo assistido. À falta de resposta, abriram um espaço “em desobediência civil, mas declarada às autoridades” em 2018. O consumo agravou-se após a pandemia. “Conseguíamos tirar 10 pessoas da rua e chegavam 50”, conta Luís Mendão. O GAT IN Mouraria ficou pequeno para o número de consumidores e o grupo tem insistido num espaço maior. “Mas a gentrificação e os turistas dificultam a tomada de decisão política”, acusa Luís Mendão.
No bairro dizem que o problema da Rua do Benformoso não são os bengalis. “O que motiva a insegurança é o ponto de tráfico que existe duas ruas acima”, diz Filipa Bolotinha. Manuel Vaz, da Casa da Covilhã, defende os imigrantes. “Trabalham sete dias por semana, de manhã à noite”, garante, mas o preconceito tem afastado os sócios. “As pessoas chegam e não veem um ocidental”, explica. “Fazíamos um jantar com fado à noite, agora vamos fazer num sábado ao almoço.” Mas não sente insegurança. “Vivo no Restelo e há dois dias foram assaltados dois carros. No Benformoso nunca fui assaltado.”
 

Cheue

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No meu perfil, está de onde sou, de início...isso indica orgulho ou vergonha ? Aliás todos os transmontanos, exceto raras exceções têm orgulho das suas origens.
A minha resposta ao caro @Cheue deveu-se ao facto da observância dele, além de errada, ter uma pontinha de prepotência e preconceito.
Na volta o distrito do @Cheue , foi dos que per capita deu mais votos ao ventura.. dos distritos que mais deputados do chega elegeu ...no meu distrito... Zero deputados.
Mas a percepção dele, é que as pessoas das terras pequenas é que se deixam influenciar pela CMTV...
Os dados eleitorais, revelam o contrário. Afinal há muita gente a viver de precepcoes falsas.
ah isso a cmtv influenc o país inteiro...
têm audiência em todo o lado.
No meu perfil, está de onde sou, de início...isso indica orgulho ou vergonha ? Aliás todos os transmontanos, exceto raras exceções têm orgulho das suas origens.
A minha resposta ao caro @Cheue deveu-se ao facto da observância dele, além de errada, ter uma pontinha de prepotência e preconceito.
Na volta o distrito do @Cheue , foi dos que per capita deu mais votos ao ventura.. dos distritos que mais deputados do chega elegeu ...no meu distrito... Zero deputados.
Mas a percepção dele, é que as pessoas das terras pequenas é que se deixam influenciar pela CMTV...
Os dados eleitorais, revelam o contrário. Afinal há muita gente a viver de precepcoes falsas.
por acaso a terra pequena onde costumo ir várias vezes desde puto tem muitos fãs dos Chega...


o que digo é que há muito pessoal a embirrar com imigrantes e achar que são criminosos quando nem sequer os veem durante muito tempo, por isso têm que ser influenciados por algum lado.

mas sim, também há muitas pessoas nas cidades que passam por um sitio e só de verem um grupo de monhés ficam logo zangados e que 'isto é só monhés' etc; já vi/ouvi isso pessoalmente...

num caso ou noutro vejo é inventarem muitas justificações e narrativas para embirrar com eles.
 

Almadedragao

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Hehehehe....

Eu alguma vez disse que os que votaram no teu ídolo deviam ser punidos só por serem estúpidos? A estupidez não é crime, podes estar descansado.
Disseste bem pior, mas é normal aos camaradas atirarem a pedra e depois esconder a mão. A cobardia é uma característica bem vossa.

"quem não vota como eu é estúpido"

Depois os outros é que são intolerantes.

Manca-te
 

Vlk

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Disseste bem pior, mas é normal aos camaradas atirarem a pedra e depois esconder a mão. A cobardia é uma característica bem vossa.

"quem não vota como eu é estúpido"

Depois os outros é que são intolerantes.

Manca-te
Disse pior merda nenhuma estás sempre com essa conversa de merda, não inventes. Eu não percebo é se tu estás só a tentar deturpar as coisas ou se são só mesmo as tuas dificuldades....

Dizer que alguém é estúpido por não votar como eu (que não foi isso que fiz porque não chamei isso a quem votou em todos os outros partidos, mas aqui até te dou o desconto que normalmente precisas) é ser intolerante por alminha de quem???

Tens graves dificuldades de interpretação mas não esperava melhor.
Entende uma coisa, Estúpido DIFERENTE de criminoso. Um estúpido é um estupido, assim como um burro é um burro, e eu TOLERO burros e estúpidos, podem fazer o que querem e bem entendem, são cidadãos iguais aos outros, e como eu não são estúpido acho que devem ter os mesmos direitos que eu. Não deixam é de ser burros e estúpidos.
 

MiguelDeco

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Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
última hora;
mataram um cão na rua do Benformoso e depois fizeram um churrasco com ele.
fonte;
Truth Social.
 
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