Tu és um vendedor que gosta da boa vida, gastador, que ganha 1000 € por mês, mas gasta 2000 €.
No fim do primeiro semestre já deves 6000 € ao banco por não conseguir deixar de gastar o dobro do que ganhas.
Vem o segundo semestre e continuas na mesma vida: 1000 € ganhos, 2000 € gastos, 1000 € ganhos, 2000 € gastos e por aí adiante.
No final do ano, quando a tua dívida ao banco já ia em 12000 €, recebes as comissões das vendas do ano inteiro. Uma batelada! 7000 €!
Chegas ao final com uma dívida de 5000 € ao banco e o teu gerente de conta confronta-te com a dívida.
Tu dizes:
"Epá, o primeiro semestre foi mau, mas o segundo já foi bom! Melhorei muito as minhas contas! Até ganhei mais 1000 € do que gastei! Estou no bom caminho, não se preocupe!"
Mas não continuaste a ganhar os 1000 € e a gastar 2000€?...
o teu ponto (se bem entendi) é que os clubes não deviam contar com as vendas de jogadores (as tais comissões do teu exemplo) e deviam ter custos abaixo das receitas.
eu percebo só que no futebol isso não funciona ou seja não existe.
a regra saudável credível é conseguir com as receitas pagar os custos operacionais (incluindo amortização não relacionada com jogadores) + custos financeiros. Se conseguíssemos isso estaríamos bem.
a gestão de ativos tem de ser paga com a gestão de ativos. e pode e vai gerar divida.
Vejamos o cumprimento da regra saudável no FCP:
2022/2023 - 23 milhões (não)
2021/2022 - 23 milhões (não)
2020/2021 - 9 milhões (não)
2019/2020 - 71 milhões (não)
2018/2019 6 milhões (sim)
2017/2018 - 42 milhões (não)
2016/2017. - 37 milhões (não)
2015/2016 - 63 milhões (não)
claro que podes aligeirar a regra e dizer que a gestão de ativos deve também incluir os custos financeiros gerados pela gestão de ativos mas eu prefiro ter a bitola mais alta.
e este basicamente é o nosso problema financeiro.
agora... haverá gestão que consiga meter esta golden rule em efeito. não sei
Este tipo de estratégia devia encher de vergonha qualquer apoiante da candidatura de Pinto da Costa.
Duvido que isto venha da candidatura ou sequer de alguém com dois dedos de testa.