O caso é interessante para fazer alguma reflexão sobre as ameaças actuais, associando-as aos fenómenos digitais. A explosão do mundo digital trouxe muitas coisas estranhas e perversas. As pessoas vão abrindo mão da sua privacidade, actuam como personalidades mediáticas, cada um simula uma representação de si próprio nos espaços digitais. Naturalmente, isto acarreta coisas más. Exposição desnecessária, confusão entre o que é privado e o que é público, confusão quanto a direitos a proteger e regras a cumprir, estupidez, estupidez alimentada e colectiva, reforço do critério da popularidade e não da qualidade... e o sistema judiciário e a legislação têm dificuldade em acompanhar o que vai acontecendo e a velocidade das mudanças.
Queremos proteger os nossos dados mas o próprio modelo estimula a sua recolha e divulgação, feita por iniciativa dos próprios usuários. É fundamental impedir o acesso indiscriminado à informação que nos diz respeito, e também é necessário ter mecanismos que permitam a identificação de quem comete crimes em meio digital. O discurso securitário não será o mais adequado, o libertário também não. Não podemos defender sistemas de pré-crime, em que todos são suspeitos e investigados mesmo antes de algum indício criminoso se materializar. Também não devemos defender o anonimato total, ideia muito associada a alguns grupos e agentes do ciberespaço.
Outra questão perversa é a amplificação de ideias nefastas, sentimentos perversos, paranoias... e o efeito de fechamento e reforço das próprias crenças. Ao invés de nos aproximarmos da variedade humana e do conhecimento, fechamo-nos em grupos que pensam o mesmo que nós. Lamentável, pois as ferramentas digitais têm vastas potencialidades.
Queremos proteger os nossos dados mas o próprio modelo estimula a sua recolha e divulgação, feita por iniciativa dos próprios usuários. É fundamental impedir o acesso indiscriminado à informação que nos diz respeito, e também é necessário ter mecanismos que permitam a identificação de quem comete crimes em meio digital. O discurso securitário não será o mais adequado, o libertário também não. Não podemos defender sistemas de pré-crime, em que todos são suspeitos e investigados mesmo antes de algum indício criminoso se materializar. Também não devemos defender o anonimato total, ideia muito associada a alguns grupos e agentes do ciberespaço.
Outra questão perversa é a amplificação de ideias nefastas, sentimentos perversos, paranoias... e o efeito de fechamento e reforço das próprias crenças. Ao invés de nos aproximarmos da variedade humana e do conhecimento, fechamo-nos em grupos que pensam o mesmo que nós. Lamentável, pois as ferramentas digitais têm vastas potencialidades.