Curiosamente, o problema não se prende com os jogos grandes.Deu banhos táticos a tudo e todos mas não conseguiu ganhar 1 único clássico..agora imaginem se não desse..
Nesse aspecto, até nem tenho grandes razões de queixa.
São jogos, pela sua natureza, de dificuldade superior e que é normal que acabemos sempre com o coração nas mãos.
O busílis está nos jogos com os ditos pequenos.
A dificuldade que apresentamos para vencer um Boavista em casa é igual (ou mesmo maior visto que até empatamos esse jogo) como ir a Turim.
Em condições normais, em 34 jogos, deveríamos ter 6 a 10 jogos em que acabamos com o credo na boca. Nesses jogos incluo os clássicos e talvez uma ida a Braga (reduto sempre complicado). Os outros são aqueles jogos menos conseguidos contra quem menos esperamos e que acabam ou em empate ou com vitórias sofridas.
Na era Conceição, e especialmente esta temporada, dos 34 jogos, tivemos 6 a 10 que NÃO acabamos com o credo na boca.
Vitórias magras, sempre com a sensação que não temos controlo sobre a partida.
Pessoalmente, não me recordo do último jogo em que tivemos uma vitória convincente. Conquistada - como sempre foi nosso apanágio - ainda antes do intervalo. E mesmo em jogos que até marcamos antes do final dos 45' foram autênticas montanhas russas de onde saí todo vomitado e com o coração a bater no pescoço.
Eu gosto do Conceição. Gosto da forma como ele defende o clube, como ele ama esta casa e como me revejo nele na luta contra a pouca vergonha instalada.
Mas estou cansado deste futebol.
Estou cansado de ver jogadores que são autênticas abéculas promovidas a estrelas da companhia; estou cansado de ver jogadores de qualidade técnica superior a jogar 15min por jogo (quando jogam) em detrimento dum carro de combate que corre muito e dá lenha; estou cansado de ver uma das melhores fornadas da história da formação do futebol português a ser desperdiçada; estou cansado de me sentar no sofá e não ter 90' descansado a desfrutar de um futebol onde a vitória é uma certeza e não uma incógnita.
Eu sei que para muitos é complicado desligar-se dum treinador carismático e que, acima de tudo, tem assumido sozinho o papel que devia ser de outros que andam escondidos.
Mas um treinador é contratado para ganhar, para apresentar bom futebol e trazer resultados condizentes com as nossas expectativas. Tudo o resto é acessório.
Guardo o Conceição para sempre no meu coração como um dos maiores homens que alguma vez vestiu a nossa camisola. Tanto como jogador bem como treinador.
Ficar-lhe-ei eternamente grato por tudo o que deu ao FC Porto e numa altura tão complicada como foi a que encontrou em Julho de 2017. Mas já chega!
Todas histórias têm de ter um fim. E esta já leva uma temporada a mais!