A violência contra o treinador e a sua propriedade é, infelizmente, a herança de uma cultura de comportamento criminoso que se instalou no clube durante anos, à qual muitos de nós fechámos os olhos enquanto nos reconfortávamos com fábulas de pretensa exigência. Como se a intimidação física não fosse senão uma forma vigorosa de sensibilizar técnicos e jogadores para a insatisfação e os maus resultados. Velhos hábitos que deverão ser extintos der por onde der. O pontapé no carro e a intimidação na assembleia geral são expressões da mesma realidade.
Vítor Bruno coloca-se em maus lençóis sem grande necessidade. Tinha e tem pela frente um temporada de expectativas mais baixas, menor pressão (sendo certo que não há lugar a desleixos)... e tem desbaratado parte do capital de boa-vontade de que eventualmente goza junto dos portistas. A equipa espanta-se sempre que se lhe sai ao caminho um adversário mais forte. Nem mesmo as vitórias sobre Braga e Hoffenheim transmitiram segurança. A alegria da Supertaça terá de ser secundada por outros motivos de alento, mesmo que eles não surjam pela conquista do campeonato. À medida que vamos metendo água nos processos defensivos e revelamos incapacidade no ataque ao adversário, a confiança esmorece. Seria deveras inconveniente iniciar uma presidência com um treinador despedido a meio da temporada, se tanto.
A insistência num meio campo escolhido entre Varela, Eustáquio, Nico e Vasco Sousa continua a levantar dúvidas, tal como a forma de incluir Fábio Vieira na equipa. ... há muito a corrigir.
Conceder maior protagonismo a Mora seria uma forma de reabilitar as finanças do clube.