"É com imenso pesar e desapontamento que redijo estas palavras sobre Vítor Baía, um homem que, durante anos, encarnou a glória e a excelência do nosso estimado Futebol Clube do Porto, sendo um ídolo de infância.
Baía, que nos proporcionou inúmeras alegrias em campo, transformou-se, na sua fase pós-carreira, numa figura controversa, cujas recentes ações só podem ser descritas como uma traição aos valores e à história do clube que tanto o venerou.
Vítor Baía foi um guardião inigualável. As suas defesas espetaculares e a sua liderança incontestável fizeram dele um ídolo indiscutível. No entanto, o que foi outrora uma carreira de sucesso, transformou-se, nos últimos anos, numa série de decisões e atitudes que envergonham qualquer portista genuíno. As críticas ferozes que lançou à administração do FC Porto, enquanto comentador do Correio da Manhã, prometiam uma revolução e uma renovação na estrutura do clube. Falou em "limpeza", alimentando esperanças de mudança e melhoria.
Todavia, quando teve a oportunidade de fazer a diferença, o resultado foi um fracasso retumbante. Na administração do clube, Baía não só não cumpriu as suas promessas, como também contribuiu para um período de declínio financeiro e instabilidade. A gestão que se esperava renovadora e competente revelou-se, na verdade, um desastre.
Atualmente, num ato que desafia qualquer noção de ética e respeito pelo clube, Vítor Baía exige um prémio de 280.000 euros, referente a um período em que o FC Porto nem sequer foi campeão. Esta exigência, acompanhada pela ameaça de recorrer aos tribunais, é um insulto não só ao clube, mas também a todos os adeptos que sempre o apoiaram incondicionalmente. Surpreendentemente, em vez de dialogar com o clube para resolver a questão amigavelmente e receber aquilo a que (vergonhosamente) tem direito, Baía optou pela via mais agressiva e menos digna, recorrendo a uma ameaça judicial que demonstra um profundo desrespeito pelos valores do FC Porto.
O momento mais doloroso desta saga é, sem dúvida, o contraste gritante entre o Vítor Baía jogador e o Vítor Baía dirigente. Esta transformação é um duro golpe para todos nós, que sempre o idolatramos e equacionamos como um possível futuro presidente. Em vez disso, assistimos a um espetáculo de ganância e egoísmo que nos envergonha a todos.
O FC Porto, com a sua história rica e gloriosa, merece melhor. Merece dirigentes que coloquem o clube acima dos seus interesses pessoais, que trabalhem incansavelmente pelo bem da instituição e que honrem a camisola que tantos grandes jogadores vestiram com orgulho. Vítor Baía, infelizmente, não conseguiu estar à altura dessa responsabilidade.
Como portista, resta-me a esperança de que o clube possa superar mais esta adversidade, que possamos aprender com estes erros e que o futuro nos traga dirigentes à altura da nossa grandeza. Quanto a Vítor Baía, que a sua história sirva de lição sobre os perigos da ambição desmedida e da falta de integridade. Porque, no fim de contas, a grandeza do FC Porto reside nos seus valores, na sua honra e na paixão inabalável dos seus adeptos. E isso, ninguém nos pode tirar."
Joel de Sousa
Palavras certeiras de Joel de Sousa, que não conheço e ás quais acrescento....não é só como dirigente que desapontou...tem sido de há muitos anos para cá, a demonstração de um ser humano fraquinho...fraquinhoooooooo