Hoje às 15h10
Henrique Ramos pede para deixar de ser tratado por 'Tagarela' em tribunal
"Quero dizer aqui diante de toda a gente, durante o tribunal para pararem de me chamar de 'Tagarela'. Fica aqui assente", diz Henrique Ramos, depois do advogado de Vítor Manuel 'Aleixo' e do filho mencionar esta alcunha.
"Ficou com noção de alguma forma que pegou fogo à assembleia?", pergunta o mesmo advogado.
"Não, eu apenas exprimi o que me ia na alma sobre os estatutos", afirma.
A procuradora Graça Ferreira, que assinou a acusação do Ministério Público, foi agora chamada para o processo depois de a magistrada que estava no julgamento ter revelado nas primeias sessões dificuldade em localizar elementos de prova e factos.
"Quando me sentei novamente na bancada eu começo a ver pessoas a virem. Percebo que há uma aproximação. Eu não desafio ninguém", garante Henrique Ramos, que continua a dar explicações sobre os desacatos na assembleia.
"Qual foi a motivação do Vítor Bruno 'Aleixo'?", pergunta o advogado. Este arguido está acusado de ter também ameaçado e insultado Henrique Ramos.
"O motivo era que eu lhe estava a ir à carteira. Eu ao denunciar esquemas em que ele beneficia estou a ir-lhe à carteira", afirma Henrique Ramos.
"Se uma pessoa não se tivessem metido ele (Vítor Bruno 'Aleixo') estava agora aqui com o GISP e não estava em casa", refere Henrique Ramos, depois de o advogado deste arguido colocar mais questões sobre o que aconteceu na assembleia.
"O seu constituinte (Vítor Bruno 'Aleixo') gritava que me ia matar", acrescenta. "O que é que sentiu quando ouviu isso?", pergunta o advogado.
"Eu não vim para aqui vitimizar-me a dizer que levei um pontapé e agora não consigo saltar à corda. Quer que diga que sinto insónias e tremores desde que o seu cliente disse que me ia matar? Eu posso dizer isso?", afirma em tom irónico Henrique Ramos.
"O senhor sentiu medo?", insiste a juíza.
"Eu sinto pouco medo. Fiquei à espera que me viesse matar", diz Henrique Ramos. "Ele é muito melhor a ameaçar e a berrar do que a agredir-me. Ele naquele dia cuspiu-me na cara e no casaco", diz o conhecido adepto do FC Porto.
"Ele e o pai numa outra altura entraram num restaurante e também ameaçaram que me iam matar", recorda.
Henrique Ramos diz que não contou ao pormenor o que tinha acontecido a Fernando Madureira. "Eu só disse : aqueles gajo são sempre a mesma m***".
Depois de várias questões ainda do advogado de 'Aleixo' pai e filho, Henrique Ramos diz que não se lembra se quando viu Vítor Manuel 'Aleixo' este tinha pulseira de acreditação. "Só me lembro que ele estava com várias pessoas que já tinham pulseira desde o exterior do pavilhão", afirma.
Questionado se as pessoas estavam antes da zona da acreditação já com pulseira, Henrique Ramos confirma. "Essas pessoas podiam ter entrado e saído?", pergunta o advogado. "Sim, tinham um churrasco cá fora e estavam sempre a entrar e a sair", ironiza Henrique Ramos.