Eu acho que meto o do Herrera um pouco acima do do Kelvin porque foi o quebrar do maior jejum de títulos e campeonatos que assisti do Porto e porque evitámos o penta de um rival no auge do polvo. Um campeonato totalmente merecido, liderado durante a maioria da época e que por duas deslocações seguidas (Mata Real e Restelo) íamos deitando tudo a perder.
Ao mesmo tempo o do Kelvin foi igualmente épico por todas as razões e mais algumas. Os dias e semanas seguintes foram espetaculares, lembro-me que fui de férias a Paris e quando regressei apanhei um taxista que ao saber que era portista me começou a "insultar" a dizer para voltar para a minha terra porque se era portista tinha de ser do Norte
Que melão gigantesco. Lindo.
O título de 2018 foi sem dúvida mais importante na nossa história.
Mas o do Kelvin, pegando nas tuas palavras, foi épico. Sobretudo pela forma como tudo aconteceu.
Foi incrível do princípio ao fim, até pela minha história pessoal. Vi o jogo num restaurante em Matosinhos, ao lado dos meus dois melhores amigos, que por acaso são benfiquistas.
O mais próximo disso que vivi foi no título de 85/86. Na penúltima jornada, estávamos a um ponto do Benfica, eles jogavam em casa contra o Sporting e nós íamos a Setúbal. Ganhamos 1-0 com golo do Futre e o jogo deles nunca mais acabava. Os nossos jogadores à espera .. e acaba. O Sporting vai ganhar à Luz.
Vivi isto tudo em frente à Foz, no rádio do carro do meu pai. Era um Morris Marina. Tinha 15 anos, tinha de ir passear com os meus pais.
Na semana seguinte, última jornada, tínhamos de ganhar em casa ao Covilhã, já despromovido, treinado por Vieira Nunes, cunhado do nosso Artur Jorge.
Mas ao intervalo estávamos a perder e dois golos do Gomes, que não marcava há dois meses, deram-nos o bi.
Nesse jogo eu estava lá.
No ano seguinte, éramos campeões europeus. E fomos porque na época anterior tínhamos sido Campeões Nacionais. Daí esse título, para mim, ter sido um dos mais importantes da nossa história.