Sobre o Sérgio, a minha opinião é a de que fez um trabalho muito bom nas 6 primeiras épocas de FC Porto. Nesta última as coisas descambaram e o campeonato foi um descalabro. Além do desportivo, teve comportamentos que não podem ser bem interpretados porque acabou por se contradizer e fazer parte da campanha eleitoral de Pinto da Costa.
Tenho a convicção que muito poucos treinadores podiam ganhar o que ele ganhou trabalhando com uma SAD como a que vai deixar o FC Porto. Com uma nova SAD o caso muda de figura, porque o clube pode finalmente libertar-se dos interesses que assolavam o mercado de transferências do FC Porto e pode ter um projeto a longo prazo onde o treinador será uma parte importante, mas não a mais importante.
Ganhou 3 campeonatos, podia e devia ter ganho mais. Não posso esquecer a época passada com um FC Porto de luta, que acabou vilipendiado e o campeonato decidido numa jornada de absoluto escândalo. Nem tão pouco posso esquecer a meia época de Lage no Carnide com meia dúzia de jogos em que foram escandalosamente beneficiados e levados ao colo para o título. Foram 6 épocas com um FC Porto intermitente em termos de qualidade de jogo, mas sempre extremamente competitivo e difícil de bater, com uma superioridade total sobre os rivais no confronto direto.
Muito da importância do Sérgio passou por voltar a incutir os valores e cultura do FC Porto na equipa principal.
Não sou nem nunca fui de cultos de personalidade, nem de Pinto da Costa e muito menos de Conceição ou qualquer outro treinador.
Defendi quando achei que devia defender e critiquei quando achei que devia criticar. Fui quase sempre muito mais a favor da continuidade de treinadores do que despedimentos.
Gostei do trabalho do Vítor Pereira e defendi sempre a sua continuidade quando era criticado e insultado de forma abusiva por grande parte da massa associativa do FC Porto. O mesmo com Lopetegui.
O próprio Paulo Fonseca assume o FC Porto quando o clube já estava numa decadência evidente em termos diretivos e o próprio também não estava preparado para lidar com um balneário e jogadores de um grande clube como o FC Porto. Apesar de tudo está a fazer uma carreira sólida no estrangeiro, ao contrário dos Vitórias e Lages da vida.
O ciclo do Sérgio vai acabar agora, com tudo o que de bom e o que de mau teve, num momento de total decadência diretivo. Mas o ciclo também termina por vontade própria e por ficar indelevelmente e intrinsecamente associado a Pinto da Costa.
Desejo-lhe tudo de bom para o resto da carreira, assim como a qualquer profissional que passe pelo FC Porto e procure dar o seu melhor.
De quem vier espero o que espero de qualquer profissional do FC Porto, que dê o seu melhor e que ganhemos se possível muito mais títulos.