Não será Conceição ou o caos, mas compreende-se a prudência.
Os quatro títulos do Benfica marcaram uma ruptura clara no futebol português. Foram um ponto final num longo domínio evidente do FC Porto (no mínimo, quebrou-se uma linha de continuidade). Alterou-se a distribuição dos títulos e mudou a capacidade financeira dos clubes. Este Porto não é o Porto dos 90, 00, 10... é outro, pior, menos dominante, com menos dinheiro, menos qualidade, menos competência. De facto havia uma inércia vitoriosa que auxiliava os treinadores. Perdemos o campeonato? Para o ano tornamos a vencer: detectam-se grandes talentos, reformula-se a equipa... Isso já não é bem assim. A realidade não é outra, é esta. Daí que se valorize mais os sucessos alcançados, que são hoje mais relevantes do que num passado de fartura.
Claro que nada disto faz de Conceição insubstituível ou o único treinador capaz de vencer. Haverá quem seja capaz de melhor, sempre acontece. Mas isto deve ser considerado.
A direcção que descalce esta bota.