Em qualquer actividade profissional um trabalhador deve-se estar sempre atualizado e adaptado às circunstâncias envolventes, sob pena de, embora sendo anteriormente competente, se tornar incompetente. É assim num médico que não se adapta às novas inovações na medicina, um jurista que não siga as alterações na lei, um mecânico que não acolha os métodos tecnológicos. E é assim no futebol em que um treinador que se afaste das inovações técnico-tácticas, que não se adapta à evolução do jogo, em que não altere o seu jogo para se mostrar como eficaz com determinadas equipas, pode ter sido anteriormente bastante competente, mas passa a ser incompetente.
É isto que aconteceu com o SC. Foi essencial na conquista do título no ano passado, apresentando um bom futebol com dinâmicas técnico-tácticas como o 443 ou o 442, conseguindo potenciar vários jogadores (ex. Marega, Herrera, Sérgio Oliveira, Ricardo Pereira, entre outros).
Mas neste momento faz parte do problema. O futebol praticado é cada vez mais previsível (pode ser reduzido a meter a bola para o Marega, através de um bico para a frente, e que este resolva o jogo) o que leva a que os nosso adversários facilmente conseguem anular o jogo. Não consegue rodar o plantel de forma competente e assim tem a equipa fisicamente rebentada (como no ano passado tivemos o Marega a jogar até rebentar). Não aproveita a formação. Não sai do esquema de 442 (pelo menos nos últimos meses) e só sabe jogar num futebol altamente físico mas sem qualquer critério, mesmo quando já se viu que este não resulta. Tem medíocres escalonamentos da equipa titular ou das substituições. E pior de tudo, não aprende com os erros e ainda está psicologicamente abalado.
Hoje foi o último "prego no caixão". Por tudo o que se tem visto não consegue dar a volta. Não tem quaisquer condições de continuar e seria um erro histórico mantê-lo na próxima época.