O Ricardo Pereira estava na fase inicial de adaptação à posição de lateral direito. Malta, isto não é o FIFA nem o PES. Os jogadores não são produtos acabados aos 20 anos que os passamos de uma posição para a outra porque achamos que têm qualidades naturais para a desempenhar e eles fazem-na logo com a maior das naturalidades.
É óbvio que o Ricardo tinha problemas a defender. O Nelson Semedo é lateral há 3 anos e ainda tem muitas dificuldades a defender e é muito elogiado. O Layun tem imensos problemas defensivos e toda a gente o considerava o melhor lateral do campeonato na época passada.
O Ricardo Pereira está no campeonato francês, não chegou lá e começou logo a jogar ao mais alto nível. Teve problemas, teve dificuldades, começou na lateral esquerda, não foi logo um mar de rosas. Felizmente teve um treinador que sabia e entendia o que estava a fazer. Não tirou o jogador do 11 às primeiras dificuldades, o Ricardo tinha e tem qualidades inatas excepcionais para ser lateral.
Houve continuidade, foi aposta, cometeu erros? Claro que cometeu, passou por dificuldades, mas são essas dificuldades que fazem evoluir os jogadores. O Ricardo evoluiu muitíssimo ao longo destes 2 anos.
Hoje pode-se afirmar com toda a certeza que é um lateral de topo, joga no campeonato francês, não no português. Tem provas dadas ao mais alto nível.
É assim que se aposta num jogador. Vislumbram-se qualidades, aposta-se, compreendem-se as dificuldades, trabalha-se o jogador, dá-se estabilidade e continuidade, o resto acontece com naturalidade.