JMPedroto disse:
Vamos ver o Centeno não se lembra de cativar, ainda estou a aguardar o resultado efectivo desse investimento. Promessas do governo é como o sporting a prometer que para o ano ganha o campeonato
Para dar respostas com valores concretos só com estudos independentes, mas duvido muito que o governo socialista gostasse da possibilidade de haver estudos a favor da gestão privada. Contudo na Alemanha qualquer pessoa tem acesso à saude, mesmo desempregados têm acesso com apoios sociais do programa Arbeitslosengeld II (Hartz IV)
Ninguém fica sem seguro de sáude na Alemanha, a menos que não queiram trabalhar, os alemães são muito rigorosos nas despesas.
O facto de diminuir os impostos aos cidadãos permitira à economia desenvolver-se mais, criar mais condições para as empresas investirem, contratarem, aumentarem os colaboradores.
Se funciona na Alemanha e Suiça porque é que seria diferente cá? Ou vamos continuar com um sistema que continua a exigir uma elevada carga fiscal sem resultados de melhorias, e que em vez disso vemos sinais de degradação?
Ainda não percebi muito bem se defendes um modelo misto como na Holanda ou como foi proposto pela IL, ou um sistema de seguro de saúde obrigatório como na Alemanha.
Se for o caso do seguro de saúde estatal na Alemanha, este equivale a uma taxa de 14,6% do salário.
A taxa é dividida igualmente entre empregado e empregador, ou seja, cada uma das partes arca com 7,3% do encargo, sendo que a contribuição do trabalhador já vem automaticamente descontada do salário.
Pensando que um ordenado médio português paga 11% de IRS, uma coisa como um seguro de saúde estatal, igual ao alemão, equivaleria automaticamente a uma subida de impostos. Os impostos subiriam igualmente do lado da entidade empregadora. Isto partindo do principio que o valor de desconto em Portugal, neste sistema, era equivalente ao alemão.
Acresce a isso que na Alemanha, mesmo com o seguro de saúde estatal, acrescem custos para o utente de consultas, tratamentos e exames.
Achas que isto possível de ser aplicado num país onde uma boa parte das pessoas não consegue pagar despesas inesperadas e extraordinárias e onde as empresas já pagam uma das maiores taxas de IRC da europa?
Por outro lado, olhando para os links que colocaste na página anterior, no ranking Bloomberg dos healthiest countries de 2019, Portugal até está imediatamente à frente da Alemanha. No ranking Healthcare Access and Quality Index, Portugal está com um sólido verde em 31º e a Alemanha em 18º, mas a diferença de performance entre Portugal e a Alemanha é mais baixa, por exemplo, que a diferença entre a Alemanha e o primeiro do ranking, que é a Islândia.
A propósito, na Islândia não existe setor de saúde privado, e todos os habitantes têm acesso ao sistema público de saúde islandês. O serviço é controlado pelo governo, que investe na saúde parte dos impostos arrecadados. Por meio desse sistema de saúde são fornecidos remédios, tratamentos de fisioterapia e odontológicos, transporte em ambulâncias, cirurgias e cuidados na maternidade, dentre outros.
Isto revela que mais do que ser público ou privado, a eficácia do sistema de saúde depende de ter contas certas e dinheiro para investir e manter um serviço de qualidade. Contas certas que nunca tivemos nos últimos anos com excepção para aí dos últimos 2 e que permite, por exemplo, ter finalmente uma folga orçamental que aparentemente vai ser investido nas áreas mais críticas do sistema nacional de saúde.
Noutra altura, hei-de fazer um comparativo entre a Alemanha e Portugal nos principais indicadores de saúde e a sua evolução nos últimos 40 anos. Até se pode dizer, e concedo isso, que o SNS foi muito útil no passado e que actualmente caminha para a estagnação e que precisamos de novas soluções. Agora duvido que soluções baseadas em países com economias 30 vezes maiores do que a nossa, sejam facilmente copiadas para Portugal, sem se fazer contas. Essas contas aliás, não devem ser feitas por entidades independentes, devem ser feitas por quem propõe essas mesmas alternativas.
Chegar aqui com soluções do género "temos que fazer como na Alemanha, descer impostos, privatizar o sistema de saúde, ter contas públicas certas e a economia automaticamente cresce como nunca se viu" é muito fácil. Mas sem quantificar as medidas, ninguém consegue saber sequer se isso é possível. Por exemplo, como é que descemos impostos se, por exemplo, a carga fiscal na Alemanha até é superior à nossa? Como podemos ter um sistema de saúde baseado em seguros universais obrigatórios como se faz na Alemanha sem subir impostos a pessoas e empresas? São esse tipo de questões que eu gostava de ver respondidas na prática.