Eu não posso avaliar o Martin Anselmi porque, como disse, ele não fez pré-época, não formou um plantel que fosse ao encontro das suas ideias e ainda leva um mês de trabalho.
Contudo, parece-me claro que os jogadores não estão confortáveis com este modelo de jogo (vid. declarações do Samu).
A equipa, mesmo com semanas limpas de treinos, ainda não tem quaisquer princípios de saída de bola pois o Porto, contrariamente ao que se diz, não parte de uma linha de 3 mas de 5 pois os laterais estão quase alinhados com os centrais na construção e os dois trincos em paralelo, estáticos e à frente dos centrais, sendo muito dados à marcação, o que obriga, muitas vezes, a ter de sair
com a bola colocada na frente sem critério onde estão poucos jogadores e muito afastados entre si, sendo presas fáceis para os adversários.
Não é por acaso que somos praticamente inoperantes ofensivamente.
Custa-me ver tão pouca qualidade de jogo e, mesmo admitindo que o treinador precisa de tempo, não acredito que ele se reveja na forma como a equipa procede à construção de jogo.
É indiscutível que não temos plantel para este modelo de jogo e que renderíamos mais, mesmo com estes jogadores, num outro sistema.
Mesmo com as limitações de plantel que são conhecidas temos obrigação de vencer 90% dos jogos na nossa Liga.
Haja competência.
Não me peçam é para reproduzir declarações públicas que não correspondem ao que penso pois isso nunca o farei e nem percebo, sinceramente, o positivo disso pois toda a gente vê o que eu vejo e de nada adianta procurar pintar a realidade com tons azuis quando todos vêem que são cinzentos.
O que trará pacificação (e não união pois essa nunca existirá e é normal que não exista pois unidade não é unanimismo) não são declarações deslocadas mas os resultados, as vitórias e as conquistas e isso só se alcançará com competência, arrojo e qualidade.
