Já aqui contei uma história entre mim e o Borges, na qual o jogador, com o seu Mercedes, quase passava por cima do meu carro (embora tenha pedido desculpa).
Ontem voltei a encontrar o Borges na estrada. Estava com um olhar triste, o que me deu pena. No entanto, continua a conduzir mal como a merda.
Às 8:50, eu e ele estávamos numa rotunda para entrar na A1 (sentido Porto-Lisboa). O rapaz vai pelo meio das vias de trânsito (duas), recorre ao velho hábito português de meter os piscas no cu e faz a rotunda toda por fora.
Depois, entra na A1 pela berma. Não estou a gozar: o gajo foi pela berma, e só não continuou porque ia dar a um posto de combustível se continuasse.
Uma vez na autoestrada, temos uma bipolaridade tremenda. O Borges tanto vai a 50 na via da direita, como começa a ultrapassar feito doido (corretamente pela esquerda, porém também pela direita) todos os carros.
O fabuloso pormenor do caso do Borges é este: parece arrepender-se. Na primeira vez em que me cruzei com ele, pediu-me imensa desculpa por quase foder a lateral do meu carro. Nesta mais recente situação, virou a cabeça e olhou para mim com olhos de cachorrinho triste, como se tivesse cometido o maior pecado do mundo. Por alguma razão, penso que me reconheceu.
Tudo isto traz à colação as sucessivas prestações do jogador em campo. De todo o modo, convém enfatizar que o Borges não se coíbe de comprar máquinas: antes tinha um Mercedes (se calhar ainda tem), agora possui um Porsche 911 Turbo. Porsche esse que, aliás, faz lembrar o estilo de jogo do Gonçalo.