Impacto económico do Covid-19

John Wick

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31 Outubro 2019
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  • Novembro/19
  • Deco
Branco disse:
Em todos os paises existe subvalorização da taxa real tanto de mortalidade como de infectados, não é uma situação única à Suécia, e se existe pais onde eu não acho que haja qualquer tentativa de martelar os números é nesse, e penso que tu também deves concordar com isso já que elogiavas o mesmo alguns dias atrás, eu diria que o número de óbitos que estão a ser contabilizados como fruto da pandemia na Suécia está a ser tão bem (ou mal) feita como noutros paises.

E com base nisso já dá para tirar algumas conclusões, a primeira é que desde que haja capacidade instalada de equipamento médico é possivel gerir um contágio controlado sem quarentena, a segunda é que a taxa de mortalidade embora superior não é de tal forma explosiva ao ponto de inviabilizar a estratégia, e convém perceber que na prática a Suécia está apenas a trocar a mortalidade no curto prazo pela mortalidade no longo prazo, só quando todas as populações dos paises já estiverem vacinados será possivel voltar atrás e contabilizar se na prática morreu mesmo mais gente na Suécia que em outros paises, por agora isso é verdade mas daqui a 1 ano e meio pode ser diferente.

E depois é preciso referir algo que muita gente ainda não percebeu, vão existir mais vagas, nós já vemos isso nos paises asiáticos, ou seja o contágio vai acontecer quer queiramos ou não, a questão é como o gerimos e que resultado isso tem na nossa economia.

E nesse particular da economia eu estou perfeitamente perplexo como há gente que automaticamente atira essa questão para um canto, eu penso que é gente que não tem noção da crise que isto vai gerar, e do que esta ainda pode aumentar se depois de aberta a economia e quando surgirem novamente casos, haja a tentação de voltar a fechar.

Para mim, só faz sentido manter a economia fechada se não houver capacidade instalada para gerir o contágio controlado, tudo o resto são sociedades a se suicidarem economicamente tentando manter a taxa de mortalidade um pouco mais baixa no curto prazo e arriscando que isso nem sequer tenha grande significado no longo prazo quando as consequências da crise económica também tiverem o seu peso na mesma.
Não, em todos os países não há uma subvalorização da taxa real de mortalidade. De infectados sim, mas a de mortalidade é bastante mais complexa e alguns países até podem estar a sobrevalorizar a taxa de mortalidade, pelo simples motivo de que alguns países contam como morte por covid-19 qualquer pessoa que esteja e infectada e morra.

Eu elogiar a Suécia? Nunca elogiei, bem pelo contrário. Desde o início da pandemia, os poucos testes que faziam, trataram doentes com covid sem fazer qualquer teste, morreram pessoas com covid sem serem contabilizadas dessa forma. Não é uma forma de martelar os números, aliás, foram muito honestos, simplesmente desvalorizaram o problema e morreram milhares de pessoas de forma completamente desnecessária.

É óbvio que a economia não deve ser atirada para um canto e totalmente desvalorizada, mas ninguém fez isso, simplesmente foi dado mais valor ao problema de saúde pública e os esforços de alguns países foram no sentido de salvar o máximo número de vidas possível. Com tantas questões ainda por responder e tanto para estudar sobre o vírus na questão da imunização, acho engraçada a forma leviana como se fala de "imunidade de rebanho". Até porque, como referes e bem, a probabilidade de haver uma 2ª vaga é bastante alta e por muito que a Suécia tenha feito pela imunidade de rebanho e que os números não reflictam a quantidade real de infectados, essa será sempre ainda bastante baixa para conferir imunidade de rebanho e até atingir essa imunidade, se fora atingida, a Suécia sofrerá perdas tremendas tanto a nível de mortes como a nível económico.

Também acho engraçado como se pode achar que alguns países vão sair disto muito melhor do que outros em termos económicos, é não ter grande noção de como funciona a economia e o mundo. Muitos economistas já foram alertando que no final da pandemia todos os países serão afectados de uma forma bastante semelhante independentemente das medidas que tomaram para combater a pandemia, com a "ligeira" diferença de que uns terão um número de mortes assustadoramente maior do que outros.

A realidade poderá demorar a chegar a alguns países como a Suécia, mas as medidas de distanciamento, o uso de máscara, a proibição de grandes aglomerados serão totalmente inevitáveis.
 

Morais

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4 Maio 2017
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  • Artur Jorge
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E,hoje dia 23/04 está agendado a início das conversações entre chefes de Estado e de Governo para ver até onde vão essas medidas para revitalizar a Europa sobretudo financeiramente e económicamente,não prevejo um consenso rápido mas algo sairá isso concerteza,o próprio Macron acredita que só lá pata Junho haja entendimento nesta matéria.Bem tem é de existir e que seja robusta e eficaz tal plano.
Como sou uma pessoa tranquila e optimista por natureza além de ter uma paciência invulgar para estes assuntos financeiros acredito que duma forma ou de outra se acharão meios para que a UE até se fortaleça internamente com tamanha adversidade.Esta é uma das situações que até quem tem opiniões contrárias as partes estão condenadas a encontrar algo,embora todos os membros da UE e do Mundo estejam em recessão e os recursos não são ilimitados.
 

ixnay

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22 Julho 2006
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E já agora, para quem dizia que a Suécia ia recuperar muito melhor economicamente por terem medidas mais relaxadas...

https://twitter.com/MikaelSarwe/status/1253220413984903169/photo/1
 

MiguelDeco

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ixnay disse:
E já agora, para quem dizia que a Suécia ia recuperar muito melhor economicamente por terem medidas mais relaxadas...

https://twitter.com/MikaelSarwe/status/1253220413984903169/photo/1
Vivemos numa economia global.
Se eles não têm a quem vender é óbvio que sofrem como os outros.
 

ixnay

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22 Julho 2006
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MiguelDeco disse:
Vivemos numa economia global.
Se eles não têm a quem vender é óbvio que sofrem como os outros.


Sim, é também isso claro, mas não só. Olha ali o "personal consumption".

As estratégias como a que a Suécia aplicou são relativamente inúteis porque as pessoas e as empresas fazem o que acham que é o melhor para eles, quer o Governo queira abrir ou manter um lockdown. Isto é válido para ficar em casa / fechar empresas, ou sair de casa / abrir empresas.

O principal problema é que estas estratégias acabam por agravar a situação da emergência na saúde: a Suécia teve hoje o seu dia com mais infetados registados (+751)
 

Branco

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2 Julho 2007
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  • Junho/18
John Wick disse:
Não, em todos os países não há uma subvalorização da taxa real de mortalidade. De infectados sim, mas a de mortalidade é bastante mais complexa e alguns países até podem estar a sobrevalorizar a taxa de mortalidade, pelo simples motivo de que alguns países contam como morte por covid-19 qualquer pessoa que esteja e infectada e morra.

Eu elogiar a Suécia? Nunca elogiei, bem pelo contrário. Desde o início da pandemia, os poucos testes que faziam, trataram doentes com covid sem fazer qualquer teste, morreram pessoas com covid sem serem contabilizadas dessa forma. Não é uma forma de martelar os números, aliás, foram muito honestos, simplesmente desvalorizaram o problema e morreram milhares de pessoas de forma completamente desnecessária.

É óbvio que a economia não deve ser atirada para um canto e totalmente desvalorizada, mas ninguém fez isso, simplesmente foi dado mais valor ao problema de saúde pública e os esforços de alguns países foram no sentido de salvar o máximo número de vidas possível. Com tantas questões ainda por responder e tanto para estudar sobre o vírus na questão da imunização, acho engraçada a forma leviana como se fala de "imunidade de rebanho". Até porque, como referes e bem, a probabilidade de haver uma 2ª vaga é bastante alta e por muito que a Suécia tenha feito pela imunidade de rebanho e que os números não reflictam a quantidade real de infectados, essa será sempre ainda bastante baixa para conferir imunidade de rebanho e até atingir essa imunidade, se fora atingida, a Suécia sofrerá perdas tremendas tanto a nível de mortes como a nível económico.

Também acho engraçado como se pode achar que alguns países vão sair disto muito melhor do que outros em termos económicos, é não ter grande noção de como funciona a economia e o mundo. Muitos economistas já foram alertando que no final da pandemia todos os países serão afectados de uma forma bastante semelhante independentemente das medidas que tomaram para combater a pandemia, com a "ligeira" diferença de que uns terão um número de mortes assustadoramente maior do que outros.

A realidade poderá demorar a chegar a alguns países como a Suécia, mas as medidas de distanciamento, o uso de máscara, a proibição de grandes aglomerados serão totalmente inevitáveis.
A Suécia já tem a maioria dessas medidas, é por isso que eu digo que em breve todos vamos gerir isto como esse país, a diferença (esperemos) é que começamos de um ponto de infecção mais baixo (devido à quarentena) a adoptar essas medidas e depois já sabemos que quando aparece um cluster num cidade temos que o isolar (com uma quarentena).

Quanto à questão económica, é certo que mesmo um país como a Suécia sofre com isto, essencialmente por duas razões, não existir mercado externo e parte do mercado interno está limitado porque algumas pessoas e empresas fazem na mesma quarentena, para além dos consumidores terem algum receio de neste cenário gastar demasiado dinheiro.

Sendo certo que em teoria sofrerá menos que qualquer outro pais que entre em quarentena durante mais que 1 mês, no caso sueco por ser um pequeno pais que depende do mercado externo e por ter uma balança comercial favorável, se calhar não deve ser dos que mais evita a recessão com esta estratégia, nos EUA se calhar tinha outra expressão porque o mercado externo representa uma parte menor do PIB e porque são deficitários ao nível da balança comercial.

O mercado externo fora turismo mais tarde ou mais cedo vai abrir quando os outros paises abrirem, por isso é que é importante que todos abram a dado momento, e no que se refere ao mercado interno as pessoas psicologicamente vão se adaptar ao novo normal.

Mas tudo isto para dizer que agora que começamos a ter noção da provável muito mais baixa taxa de mortalidade real, que é impossivel ficar indefinidamente em casa porque se a economia colapsa isso ainda será pior, o risco terá que ser assumido e todos teremos que gerir isto sem quarentena, é fantasia achar que pode ser doutra forma mesmo com algum aumento de mortalidade em grupos de risco.

 

Morais

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Estou algo curioso para saber como nosso país vai ter de gerir uma vertente económica que em nosso PIB representa 5,9% que é a do Turismo,não bastassem todas as condicionantes imagináveis pelo contexto ainda existe outra situação que poderá ocorrer que é após esta retomada não haver férias para ninguém (parece que a Alemanha isso acontecerá) ou seja se esses países das economias do norte da Europa adotarem o mesmo critério e Reino Unido como vamos descalçar essa bota?Muito complicado e esse sector já está em crise entre nós.
 

sirmister

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Morais disse:
Estou algo curioso para saber como nosso país vai ter de gerir uma vertente económica que em nosso PIB representa 5,9% que é a do Turismo,não bastassem todas as condicionantes imagináveis pelo contexto ainda existe outra situação que poderá ocorrer que é após esta retomada não haver férias para ninguém (parece que a Alemanha isso acontecerá) ou seja se esses países das economias do norte da Europa adotarem o mesmo critério e Reino Unido como vamos descalçar essa bota?Muito complicado e esse sector já está em crise entre nós.
Acho que representa 11 ou 12%
 

Morais

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sirmister disse:
Acho que representa 11 ou 12%
Aqui na Euronews ontem mencionaram esse valor de 5,9%,mas de repente é isso mesmo confesso não saber,mas caso seja então mais alarmante será o que falei.
 

Sakamoto

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Bancos norte-americanos “fogem” do crédito às gigantes europeias

https://eco.sapo.pt/2020/04/24/bancos-norte-americanos-fogem-do-credito-as-gigantes-europeias/

Uma noticia que, me parece, de extrema importância. A desconfiança é real e, tal como faz menção a noticia, já aconteceu em 2008.
 

sirmister

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Morais disse:
Aqui na Euronews ontem mencionaram esse valor de 5,9%,mas de repente é isso mesmo confesso não saber,mas caso seja então mais alarmante será o que falei.

O setor do turismo é a maior atividade económica exportadora do país, sendo responsável, em 2019, por 52,3% das exportações de serviços e por 19,7% das exportações totais, tendo as receitas turísticas registado um contributo de 8,7% no PIB português.

??????????????????O turismo tem atingido números recorde em Portugal, com especial destaque para:
??
- Aumento de emprego no turismo (336,8 mil empregos em 2019), com um peso de 6,9% na economia nacional (dados de 3 CAEs: alojamento, restauração e agências de viagem).

- Ritmo de crescimento das receitas turísticas (+8,1%) e dos proveitos globais (+7,3%) mais acelerados que o aumento de dormidas (+4,1%) em 2019.

- Diversificação de mercados: crescimentos expressivos em 2019, do mercado americano (+21,4% hóspedes) e brasileiro (+15,2% hóspedes).

- Crescimento mais acelerado do mercado interno em 2019 (+7,5 % hóspedes nacionais) em relação ao mercado externo (+7,1% hóspedes estrangeiros).

- Reconhecimento internacional com a atribuição de diversos prémios.

Estes resultados demonstram a capacidade de o turismo gerar mais receita, mais emprego e alargar, cada vez mais, a atividade ao longo do ano e do território.

O Turismo de Portugal disponibiliza indicadores de atividade e estatísticas, análises de mercado e tendências, assim como informação de mercado no TravelBI, uma plataforma de gestão de conhecimento da atividade turística.

Fontes: INE, Banco de Portugal, 2019
TURISMO REPRESENTOU 14,6% DO PIB EM 2018

Vai ser um rombo muito grande no turismo e restauração, muitos restaurantes já faliram e não vão abrir.

E depois há o sector imobiliario que já eram uma bolha, muita gente estava a trabalhar a vender casas e provavelmente tambem vão ficar sem trabalho.
 

Branco

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sirmister disse:
Vai ser um rombo muito grande no turismo e restauração, muitos restaurantes já faliram e não vão abrir.

E depois há o sector imobiliario que já eram uma bolha, muita gente estava a trabalhar a vender casas e provavelmente tambem vão ficar sem trabalho.
É uma situação gravíssima, alguns paises estão mais expostos ao mercado externo que outros e Portugal é um dos piores casos, o turismo e o imobiliário eram os dois motores da nossa frágil economia e tão cedo não voltam a apresentar bons números.

Acho que ao nível da recessão económica este ano seremos dos piores em todo o mundo, e com o nosso nível de endividamento vai ser muito complicado sair deste buraco, talvez se houvesse grande ajuda da UE, mas esta a existir ficará sempre aquém do esperado.
 

Morais

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sirmister disse:
Vai ser um rombo muito grande no turismo e restauração, muitos restaurantes já faliram e não vão abrir.

E depois há o sector imobiliario que já eram uma bolha, muita gente estava a trabalhar a vender casas e provavelmente tambem vão ficar sem trabalho.

Seja lá qual for o percentual já deu para ver o quão relevante é em nossa pequena economia e o quanto esse sector emprega e com isso não inviabiliza o orçamento social do Estado.
Se os países que tradicionalmente cortarem férias só nosso mercado interno não dará para tapar o buraco e se houver mercado interno que eu até dúvido sobretudo em grandes massas.
Vamos ter que usar de muita criatividade e não se chegará.Quanto aos valores de casa baixarem até que é bom ,está tudo em valores surreais insustentáveis,é bom que caiam mesmo.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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Morais disse:
Seja lá qual for o percentual já deu para ver o quão relevante é em nossa pequena economia e o quanto esse sector emprega e com isso não inviabiliza o orçamento social do Estado.
Se os países que tradicionalmente cortarem férias só nosso mercado interno não dará para tapar o buraco e se houver mercado interno que eu até dúvido sobretudo em grandes massas.
Vamos ter que usar de muita criatividade e não se chegará.Quanto aos valores de casa baixarem até que é bom ,está tudo em valores surreais insustentáveis,é bom que caiam mesmo.
O mercado imobiliario ia ter que rebentar, isto provavelmente veio apenas antecipar, em lisboa então...

espero que o Robles dos bosques tenha vendido o predio.

https://www.publico.pt/2018/07/28/politica/noticia/predio-de-robles-em-alfama-esteve-a-venda-para-alojamento-local-1839392