Impacto económico do Covid-19

Sakamoto

Tribuna Presidencial
25 Maio 2017
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ixnay disse:
O problema é que essa UE já não existe. Esse romantismo esfumou-se, como era de prever pois as pessoas que a fundaram já não cá estão. Para piorar, os governos locais têm em mãos cada vez mais movimentos nacionalistas, que usam estas cedências para minarem o sistema político e ganharem votos. Estamos num outro mundo!

Neste momento os países que exigem a mutualização (e bem, porque é esse o espírito fundador da UE) têm que jogar com o trunfo mais forte que têm: a ameaça de saída. Não há solidariedade? Muito bem, cada um com a sua moeda. Adeus e até um dia destes. A Alemanha nunca vai permitir a queda do euro.
A única hipótese disto tudo, que acho que é mesmo o que vai acontecer, é a Alemanha forçar a Holanda a aceitar.

Porque senão, espero mesmo que estejamos preparados para a chegada desse novo mundo.
 

Filipe01

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
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ixnay disse:
Existem relações sociais, que faz de metáfora para as trocas comerciais.
Nada haver.

Podes estar de bem ou zangado com um habitante de uma habitação que isso não induz diferente capacidade de pagares ou não a comida que precisas.
 

ixnay

Tribuna
22 Julho 2006
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Filipe01 disse:
Nada haver.

Podes estar de bem ou zangado com um habitante de uma habitação que isso não induz diferente capacidade de pagares ou não a comida que precisas.
Mas induz a capacidade de conseguires fazer uma vida tranquila e sem problemas, sem teres que te chatear com os teus vizinhos.

Repara que as trocas comerciais entre países são em larga escala feita pelas empresas do sector privado, não pelo Estado, dependendo da influência do Estado em cada país (por exemplo, na Itália é grande). Haja UE ou não, as trocas comerciais continuarão a acontecer, podem é ser mais ou menos vantajosas para cada país, consoante a nova situação.

Voltando à Alemanha. Desde o €, a Alemanha teve um aumento de PIB de 25%. O da Itália foi negativo! Quem tem a perder com uma queda do Euro são os países do norte e não os do sul. Quer dizer, têm todos a perder, mas os países do norte têm mais...
 

Hulk27

Tribuna Presidencial
11 Abril 2012
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Sakamoto disse:
A única hipótese disto tudo, que acho que é mesmo o que vai acontecer, é a Alemanha forçar a Holanda a aceitar.

Porque senão, espero mesmo que estejamos preparados para a chegada desse novo mundo.
Eu aposto que os mesmos de sempre vão se deitar com uma falsa boa solução.
 

Filipe01

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
16,638
11,483
ixnay disse:
Mas induz a capacidade de conseguires fazer uma vida tranquila e sem problemas, sem teres que te chatear com os teus vizinhos.

Repara que as trocas comerciais entre países são em larga escala feita pelas empresas do sector privado, não pelo Estado, dependendo da influência do Estado em cada país (por exemplo, na Itália é grande). Haja UE ou não, as trocas comerciais continuarão a acontecer, podem é ser mais ou menos vantajosas para cada país, consoante a nova situação.

Voltando à Alemanha. Desde o €, a Alemanha teve um aumento de PIB de 25%. O da Itália foi negativo! Quem tem a perder com uma queda do Euro são os países do norte e não os do sul. Quer dizer, têm todos a perder, mas os países do norte têm mais...
Acabaste de dizer que é melhor para Todos países manterem a UE, então estamos de acordo.

E como é melhor para todos lutarem por um UE forte, menos se entende os obstáculos que os Países Baixos estão a colocar.

Da crise de 2008, teve que ser Draghi a tratar do problema, que resultou em anos de crescimento económico para toda a europa, era de prever que os holandeses tivessem aprendido algo.

E atenção, concordo que os mecanismos de apoio sejam devidamente controlados, monitorizados e tenham regras claras.

É que estamos numa situação, em que temos somente UM país a criar problemas.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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4,400
nuno queiros disse:
Desculpa mas não sabes o que estás a dizer...
Se uma simples viseira eliminasse todas as hipóteses de contágio como tu dizes, não tinhas milhares de profissionais de saúde infectados por esse mundo fora...afinal bastava-lhes usar a viseira.

Para bem deste forum, espero que não escrevas mais barbaridades dessas.
Que eu saiba, os médicos não trabalhavam com viseiras, apenas com máscaras (e luvas, claro), que não garantem o mesmo grau de protecção. E além disso os profissionais da saúde são um grupo muito particular, porque estão a contactar diriamente com pacientes infectados, e portanto correm muito mais riscos. Portanto, não há comparação possível entre profissionais de saúde e os outros todos. Eu sei muito bem o que digo. Tu é que talvez não.
 

Celta7

Tribuna Presidencial
9 Março 2012
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1,080
Filipe01 disse:
Da crise de 2008, teve que ser Draghi a tratar do problema, que resultou em anos de crescimento económico para toda a europa, era de prever que os holandeses tivessem aprendido algo.
Os Holandeses bateram o pé aos eurobonds há 10 anos atrás, principalmente quando países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia usavam a carta da "solidariedade", da ameaça da saída da UE (caso da Grécia) e outro tipo de Bluffs. Portugal tinha défices de 10%, Grécia de 15%. As taxas de juro no mercado secundário estavam nos 2 dígitos.

10 anos depois, Portugal e Grécia não só não têm défices como até apresentam superavit nas contas. Quase todos os Países conseguem financiar-se actualmente a taxas negativas. Os investidores já pagam a Países como Portugal para lhe emprestarem dinheiro. Não foram precisos Eurobonds.

Parece-me que quem tem de aprender com o que se passou não são os Holandeses.
 

Filipe01

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
16,638
11,483
Celta7 disse:
Os Holandeses bateram o pé aos eurobonds há 10 anos atrás, principalmente quando países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia usavam a carta da "solidariedade", da ameaça da saída da UE (caso da Grécia) e outro tipo de Bluffs. Portugal tinha défices de 10%, Grécia de 15%. As taxas de juro no mercado secundário estavam nos 2 dígitos.

10 anos depois, Portugal e Grécia não só não têm défices como até apresentam superavit nas contas. Quase todos os Países conseguem financiar-se actualmente a taxas negativas. Os investidores já pagam a Países como Portugal para lhe emprestarem dinheiro. Não foram precisos Eurobonds.

Parece-me que quem tem de aprender com o que se passou não são os Holandeses.
Não foram as Eurobonds, não foram os holandedes, não foram os politicos, não foi a Comissão europeia, nem foram muitos portugueses, foi  Mario Draghi que criou as condições para Portugual e  a Grécia tivessem o espaço orçamental e o tempo para colocar a sua vida em ordem.

Por muito países, a Grécia tinha saido da UE. E é comparar a rapidez com que os EUA saíram da crise de 2008 e a velocidade com que ocorreu na UE.


Por que ter rigor e contas certas, têm totalmente o meu apoio.

Porque para passar do ponto A para o Z, existem muitos caminhos, e muitas pessoas confundem a necessidade de rigor e compromisso, com a necessidade de adicionar a componente da punição.

E caso eu não tenha sido claro, eu concordo que se estabeleçam regras rígidas dos termos em que este dinheiro vai ser usado.

Neste caso, face ao divulgado, temos todos países a concordar, excepto UM. 
 

Jules Winnfield

Tribuna Presidencial
11 Abril 2016
17,896
9,415
Penso que em termos políticos a decisão das Eurobonds e da mutualização da dívida a nível europeu, será o ponto de viragem para a continuidade ou não da Zona Euro.

Não há volta a dar a Itália, neste momento, preocupada com as mortes da pandemia, mas tem presente que só dirá sim à continuidade no euro, se avançar para uma situação sustentável que lhe garanta a sobrevivência da sua economia.

E não é uma Holandazinha que vai determinar a continuidade do Euro.... Aliás em termos políticos a Holanda vai sair queimada no final, pelo simples fato que muitos países não estão pra receber lições de moral de um país que age como offshore fiscal dentro da comunidade.

Depois da pandemia, a radicalização das posições políticas vai ser evidente e não vai existir tolerância para quem numa situação de solidariedade quis assumir posições ideológicas, não coesivas, e de unilateralidade.

A Holanda e os seus alinhados devem procurar o seu caminho. Aliás com o mundo cada vez mais globalizado não vejo a união da Zona Euro a única solução. Provavelmente uma Zona Euro B, poderia ser bem interessante, com um bloco que poderia trabalhar muito bem e melhor com outros mercados.

A Holanda, a Alemanha, a Áustria e a Finlândia, estão limitadas ao seu espaço territorial, não têm expressão globalizante que outros países têm, e já nem falo nos países de expressão portuguesa ou espanhola, falo na relação com a China por exemplo.

A Inglaterra não teve receios de ir em busca das suas raízes coloniais, para renascer como bloco. Porque é que países como Portugal, Espanha, França e Itália, formando um bloco, teriam receios?
 

Celta7

Tribuna Presidencial
9 Março 2012
5,716
1,080
Filipe01 disse:
Não foram as Eurobonds, não foram os holandedes, não foram os politicos, não foi a Comissão europeia, nem foram muitos portugueses, foi  Mario Draghi que criou as condições para Portugual e  a Grécia tivessem o espaço orçamental e o tempo para colocar a sua vida em ordem.
Depois de 10 anos de austeridade, com cortes e cativações na despesa e uma carga fiscal a atingir recordes, com todos os sacrifícios para as pessoas que daí decorrem, é quase ofensivo dizer que foi o Draghi que criou as condições para colocar a vida em ordem. É preciso não esquecer que o guarda-chuva do Draghi abrangeu todos os Países. É comparar os sacrifícios que Grécia e Portugal fizeram neste período e principalmente os resultados que obtiveram, com os sacrifícios e resultados de Países como a Espanha e Itália.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
7,698
6,593
Jules Winnfield disse:
Penso que em termos políticos a decisão das Eurobonds e da mutualização da dívida a nível europeu, será o ponto de viragem para a continuidade ou não da Zona Euro.

Não há volta a dar a Itália, neste momento, preocupada com as mortes da pandemia, mas tem presente que só dirá sim à continuidade no euro, se avançar para uma situação sustentável que lhe garanta a sobrevivência da sua economia.

E não é uma Holandazinha que vai determinar a continuidade do Euro.... Aliás em termos políticos a Holanda vai sair queimada no final, pelo simples fato que muitos países não estão pra receber lições de moral de um país que age como offshore fiscal dentro da comunidade.

Depois da pandemia, a radicalização das posições políticas vai ser evidente e não vai existir tolerância para quem numa situação de solidariedade quis assumir posições ideológicas, não coesivas, e de unilateralidade.

A Holanda e os seus alinhados devem procurar o seu caminho. Aliás com o mundo cada vez mais globalizado não vejo a união da Zona Euro a única solução. Provavelmente uma Zona Euro B, poderia ser bem interessante, com um bloco que poderia trabalhar muito bem e melhor com outros mercados.

A Holanda, a Alemanha, a Áustria e a Finlândia, estão limitadas ao seu espaço territorial, não têm expressão globalizante que outros países têm, e já nem falo nos países de expressão portuguesa ou espanhola, falo na relação com a China por exemplo.

A Inglaterra não teve receios de ir em busca das suas raízes coloniais, para renascer como bloco. Porque é que países como Portugal, Espanha, França e Itália, formando um bloco, teriam receios?
É uma forma bem interessante de olhar para o problema mas há certas nuances que tem de ser abordadas.

O caso do Reino Unido tem logo uma que para mim é das mais importantes: a moeda.

O Reino Unido conservou a sua moeda(libra estrelina) e isso permitiu lhe libertar se da UE sem grandes perturbações financeiras(pelo menos que penalizem a sua economia).

Outra situação foi sempre que o Reino Unido teve inclinação para uma a liberalização que choca com os conceitos politicos de genese da UE(social democracia).

Paises do Norte da Europa sofreram imenso com a WWII (Dinamarca, Holanda,Suecia, Finlandia, Belgica) mas já se esqueceram que depois de terem sido passados a ferro, não tinham dinheiro para absolutamente nada!

Precisaram da ajuda(e alguma parte ficou como caridade) de outros.

Se eu entendo paises como o Reino Unido não serem solidarios(só os EUA o foram com eles na WWII) não entendo paises como a Dinamarca, Holanda, Finlandia(sempre foram um povo orgulhoso) nem mesmo a Alemanha.

Há paises na UE que falam de almoços gratis quando andaram a precisar dos outros para ter comida na mesa.

Foi á muito tempo a 75 anos.

Se calhar deviam lhes ter feito o mesmo que estão a tentar fazer agora com os paises do Sul
 

Jules Winnfield

Tribuna Presidencial
11 Abril 2016
17,896
9,415
O interesse das dívidas públicas individualizadas são do interesse de diversos países do Euro pois são uma forma seguro de Aforro, a taxas bem apetitivas e em que os mesmos controlam o risco a seu belo prazer!

Já investirem em dívida pública de uma Rússia, Marrocos, Argentina, Indonésia, Ucrânia, Moçambique ou Outra que seja, podem sempre estar sujeitos a um perdão de dívida...

A união económica e monetária tem de ser um situação benéfica para todos e tendencialmente com a mesma proporção de benefícios.
 

SUPERMLY

Tribuna Presidencial
14 Setembro 2017
7,698
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Jules Winnfield disse:
O interesse das dívidas públicas individualizadas são do interesse de diversos países do Euro pois são uma forma seguro de Aforro, a taxas bem apetitivas e em que os mesmos controlam o risco a seu belo prazer!

Já investirem em dívida pública de uma Rússia, Marrocos, Argentina, Indonésia, Ucrânia, Moçambique ou Outra que seja, podem sempre estar sujeitos a um perdão de dívida...

A união económica e monetária tem de ser um situação benéfica para todos e tendencialmente com a mesma proporção de benefícios.
E na mesma proporção as responsabilidades.

Eu como portugues não quero ser conhecido na europa como o artista mau pagador que gasta o que não tem.A UE é benefica para todos a diferença é que alguns tem mais beneficios que outros e é aí que entra a mutualização.
 

Filipe01

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
16,638
11,483
Celta7 disse:
Depois de 10 anos de austeridade, com cortes e cativações na despesa e uma carga fiscal a atingir recordes, com todos os sacrifícios para as pessoas que daí decorrem, é quase ofensivo dizer que foi o Draghi que criou as condições para colocar a vida em ordem. É preciso não esquecer que o guarda-chuva do Draghi abrangeu todos os Países. É comparar os sacrifícios que Grécia e Portugal fizeram neste período e principalmente os resultados que obtiveram, com os sacrifícios e resultados de Países como a Espanha e Itália.
Obviamente estava a falar da vertente externa.

Vertenta externa essa em que os Holandeses pouco ou nada ajudaram na definição da estratégia que Ajudou todos os países a crescer nos últimos 10 anos.

Por isso, os Países Baixos têm muito aprender.
 

Dagerman

Tribuna
1 Abril 2015
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Dagerman disse:
Interessante. Pelos vistos, as autoridades de Singapura receiam que a importação de comida possa falhar. Porque será? E que medidas é que o governo português tem preparadas para esta eventualidade? 

https://www.reuters.com/article/us-health-coronavirus-singapore-farming/singapore-ramps-up-rooftop-farming-plans-as-virus-upends-supply-chains-idUSKBN21Q0QY
E parece que o governo português ouviu a minha pergunta. Afinal, parece que também estão a tentar tomar medidas contra contra eventuais rupturas na cadeia de abastecimento alimentar, da qual já me tenho fartado de falar aqui. Ainda bem que os nossos governantes, pelos vistos, não andam a dormir.

https://www.publico.pt/2020/04/08/economia/noticia/covid19-governo-admite-recorrer-trabalhadores-layoff-agricultura-1911606
 

Celta7

Tribuna Presidencial
9 Março 2012
5,716
1,080
Filipe01 disse:
Obviamente estava a falar da vertente externa.

Vertenta externa essa em que os Holandeses pouco ou nada ajudaram na definição da estratégia que Ajudou todos os países a crescer nos últimos 10 anos.

Por isso, os Países Baixos têm muito aprender.
Estratégia? Qual estratégia que ajudou os Países a crescer nos últimos 10 anos? Se estás a falar da politica monetária, isso está a cargo de uma entidade independente como o BCE, não houve nenhum estratégia concertada entre Países para sair de uma crise que ainda por cima era diferente de País para País.
 

Costinha

Bancada central
29 Agosto 2016
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146
Celta7 disse:
Estratégia? Qual estratégia que ajudou os Países a crescer nos últimos 10 anos? Se estás a falar da politica monetária, isso está a cargo de uma entidade independente como o BCE, não houve nenhum estratégia concertada entre Países para sair de uma crise que ainda por cima era diferente de País para País.
Mais ou menos - nos países do sul o peso do estado é muito mais elevado..
 

Morais

Tribuna Presidencial
4 Maio 2017
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Porto
  • Artur Jorge
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Celta7 disse:
Estratégia? Qual estratégia que ajudou os Países a crescer nos últimos 10 anos? Se estás a falar da politica monetária, isso está a cargo de uma entidade independente como o BCE, não houve nenhum estratégia concertada entre Países para sair de uma crise que ainda por cima era diferente de País para País.
Não é que a crise fosse diferente de país para país pois ela foi originada por um factor comum a falta de liquidez dos mercados financeiros,a razão dos déficites internos de país para país é que variava e nada tinha em comum pelo menos na zona euro,penso que assim fica mais correto.